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Citroën C3 Feel 1.0: um baixo custo com benefícios

Versão topo de linha com o motor 1.0 Firefly se destaca pelo custo-benefício mais superior ao das configurações 1.6

por Evandro Enoshita

Qual carro é o melhor, o básico ou o completo? A resposta para essa pergunta pode parecer simples para muita gente. Mas a real é que, em alguns casos, as versões mais baratas de determinado modelo são aquelas com a melhor relação custo-benefício. Esse é o caso justamente do novo Citroën C3 na versão Feel 1.0.

Com preço de R$ 81.490, a versão Feel 1.0 custa R$ 14.500 a menos que o topo de linha C3 Feel Pack 1.6 AT que testamos na época do lançamento, em agosto. Mas preserva boa parte das qualidades e características da versão mais cara do hatch compacto. Quer saber quais? Então confira nas próximas linhas. Confira também o teste em vídeo:

O novo Citroën C3 Feel 1.0

Por fora

O Citroën C3 brasileiro de terceira geração mudou e deixou de ser um compacto premium para se tornar o modelo de entrada da marca francesa, hoje parte da Stellantis.
O modelo tem 3,98 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,59 m de altura e entre-eixos de 2,54 m. O vão livre para o solo é de 18 cm, enquanto os ângulos de entrada e saída são de 23° e 39°, respectivamente.
Nessa mudança de ares, o novo C3 passou a ser pensado para agradar aos que curtem a pegada dos SUVs, mas que não querem (ou não podem) abrir mão de um hatch compacto zero-quilômetro. O resultado é uma carroceria que tem todos os elementos dos utilitários esportivos, mas em um pacote menor.

Mas, independentemente da configuração, esta nova geração do hatch compacto se caracteriza pela pouca variação estética de versão para versão, o que claramente favorece as configurações mais acessíveis do modelo.
A configuração Feel 1.0 é a mais cara com o motor 1.0 Firefly, mas se diferencia do basicão apenas pela presença das rodas de liga leve de 15 polegadas. O visual externo da Feel 1.0, aliás, é o mesmo da configuração Feel 1.6, que mesmo mais cara se diferencia apenas pela motorização.

Por dentro

O novo Citroën C3 encanta no primeiro contato pelo bom aproveitamento de espaço, com uma cabine larga e que parece feita sob medida para quem gosta de guiar com o assento sempre posicionado no alto. Ampla para passageiros, agrada também pelos bons 315 litros no porta-malas.
Por outro lado, a simplicidade do interior, que incomoda nas versões mais caras, é mais aceitável nessa versão Feel 1.0 do C3. Um dos pontos altos da cabine é o acabamento em plástico azul no painel.
Por outro lado, o acabamento tem plásticos simples e com rebarbas, e o quadro de instrumentos digital é diminuto e exibe apenas informações básicas para a condução.

O único elemento de "luxo" do C3 é o computador de bordo. Mas navegar pelas funções exige que o motorista pressione um botão no próprio quadro de instrumentos, já que não existem atalhos no volante, chave de seta ou painel.
Se o quadro de instrumentos não parece tão animador, o mesmo não pode ser dito da multimídia. Com tela colorida de 10 polegadas, parece feita sob medida para os fãs de tecnologia. É fácil de usar e ainda permite a conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay.


Equipamentos

O Citroën C3 Feel 1.0 é bem completo. De série, tem ar-condicionado, direção elétrica, alarme, central multimídia, volante multifuncional, luzes diurnas de LED, monitor de pressão dos pneus, vidros elétricos nas quatro portas, controles eletrônicos de tração e estabilidade, travas e retrovisores elétricos e rodas de liga leve de 15 polegadas.
Por outro lado, fica devendo os airbags laterais e de cortina. O Peugeot 208 Like 1.0 - que é feito na mesma plataforma CMP e fica posicionado na mesma faixa de preços - tem pelo menos as bolsas infláveis laterais. Já concorrentes como o Hyundai HB20 e o Chevrolet Onix têm também os airbags de cortina.

Mecânica

O motor do C3 Feel é o 1.0 Firefly de três cilindros e 16V, com até 75 cv de potência e 10,7 kgf.m de torque a 3.250 rpm. É o mesmo propulsor usado nos Fiat Argo e Cronos e no Peugeot 208. O câmbio é manual, de cinco marchas.
Este conjunto permite que o hatch acelere de zero a 100 km/h em 14,1 segundos e chegue a 160 km/h de velocidade máxima.
Já em consumo de combustível, com gasolina o C3 registra médias de 12,9 km/l (cidade) e 14,1 km/l (estrada). Já com etanol, as médias são de 9,3 km/l (cidade) e 10,0 km/l (estrada). Números que ficam na média do segmento.

Ao volante

O motor 1.0 Firefly agrada pelo bom desempenho principalmente em baixas rotações, o que faz da motorização de três cilindros a escolha ideal principalmente se o objetivo for usar o C3 a maior parte do tempo em perímetro urbano.
Levando em consideração que o 1.6 não garante um desempenho empolgante para o modelo, diria que o 1.0 faz muito mais sentido no C3 - principalmente por ter direção leve e suspensão confortável, com bom curso e que não "dá batente" mesmo em pisos bem irregulares.
Com essa pegada de SUV em miniatura, o novo C3 é feito para aqueles que gostam de dirigir em posição elevada. O banco, com ajuste de altura, pode variar entre as posições alto e muito alto. Para achar a posição ideal de dirigir, o volante também tem regulagem de altura.

Por sorte, a ergonomia não fica prejudicada para o motorista, já que todos os comandos foram pensados para essa posição de dirigir elevada. Aliás, não é só o motorista que tem a sensação de guiar vendo o trânsito de cima.
O banco do passageiro dianteiro e o assento traseiro também são bem altos, fazendo com que, do lado de dentro, os ocupantes nem notem a linha de cintura alta da carroceria.
Na traseira, um elemento que pode incomodar são os botões dos vidros elétricos no console central, como era no C3 de primeira geração. Isso exige que os passageiros inclinem o corpo para abrir as janelas.

Mercado

O Citroën C3 Feel 1.0 fica posicionado na mesma faixa de preços de concorrentes como o Hyundai HB20 Comfort (R$ 81.590), Chevrolet Onix 1.0 (R$ 81.170) e o recém-lançado Volkswagen Polo Track (R$ 79.990).
Além do óbvio apelo visual off-road, o Citroën C3 é uma escolha interessante para quem busca um carro urbano com bom espaço interno, conectividade e uma boa lista de equipamentos de conforto. Por outro lado, será preciso abrir mão da segurança adicional garantida pelos airbags laterais e de cortina.

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