Você que viu tudo sobre o lançamento da nova Fiat Strada aqui no WM1, e quer saber como a picape anda com o motor turbo, venha comigo!
Neste texto, vou descrever o que achei e senti após rodar alguns quilômetros com a versão Ultra pelas orlas da ilha de Florianópolis (SC).
Escolhemos uma na cor cinza, como essa da foto acima. Vale lembrar que a Fiat Strada Ultra custa R$ 132.990 e, visualmente - em relação à Ranch, que custa o mesmo -, tem dois detalhes exclusivos: as rodas próprias e o friso vermelho exclusivo frontal, além do badge interno alusivo à configuração.
Motor foi bem ajustado ao corpo da picape. E ela ficou bem espertinha com o conjunto que rende até 130 cv e 20,4 kgf.m de torque - a antiga versão mais forte usava o 1.3 Firefly de até 107 cv e 13,7 kgf.m.
Suspensão acertada e freios mais que suficientes para o peso de 1.253 quilos.
Chegamos em alguns trechos a quase 140 km/h e a rotação não era tão alta. Em velocidade comum de cruzeiro, perto de 120 km/h, ela roda a menos de 2.000 rpm e o câmbio nesse sentido é um aliado.
Mas essa caixa de marcha do tipo CVT também pode ser chatinha, dependendo de quem dirige. Ela não nasceu para ser esportiva, ainda que o foco da versão "Ultra" comece a entrar para esse lado.
O câmbio CVT da Fiat é calmo, progressivo. A marca diz que as picapes turbinadas arrancam de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, mas a sensação na prática é de um número ainda maior.
Ok, o foco da Strada não é esse e tudo bem. Mas sem dúvida ficou mais gostoso rodar com ela com motor turbo.
Na cabine está a maior evolução da Strada 2024 quando comparada às linhas anteriores. Em todas as configurações a picape recebeu um novo volante, que também é utilizado por Pulse e Fastback.
Vale lembrar que o modelo anterior da picape usava a mesma peça do Mobi.
Mas há alguns percalços: o computador de bordo volumoso "embutido" no quadro de instrumentos continua lá e a peça é grande demais para o tamanho do cluster. E como a picapinha não tem piloto automático, não há botões multifuncionais do lado direito da peça - a não ser o novo botão "Sport".
Como em outros modelos da marca, ele reprograma resposta de motor, câmbio e... só, até porque não há como ajustar suspensão e escape como acontece com os modelos da Abarth.
Quando acionado, ele realoca as "trocas" para rotações mais altas, segura o tempo das reduções e aproveita melhor as áreas de giro onde o motor oferece mais potência e torque. Isso é ótimo.
Do lado esquerdo do volante, no entanto, outra "adaptação": o botão "OK" central não existe, diferente de como acontece no Pulse e no Fastback, e para ir e voltar no menu - que veio do Mobi - é preciso jogar para a esquerda, para voltar; e para a direta, para avançar.
Tudo questão de adaptação, mas é fácil notar que tudo funcionaria melhor se a Fiat tivesse investido um pouco mais, trocado o conjunto de quadro de instrumentos e colocado a mesma peça que existe no Pulse e no Fastback.
Mas ok, entendemos: isso faria ela ficar mais cara do que já está. Os preços, lembrando, começam em R$ 100.990 e terminam nos R$ 133 mil das configurações turbo.
Galera, seguinte. Na opinião deste escriba, a Strada vai continuar lá em cima. Mesmo com a ameaça recente do Volkswagen Polo, líder de mercado nos últimos dois meses.
A picape é um fenômeno em seu segmento e desde que ganhou a nova geração, em 2020, um pouco antes do começo da pandemia, poucas vezes não levou a medalha de ouro no geral em vendas.
Com a atualização, que a deixou mais moderna e de fato mais esperta nas versões mais voltadas para famílias, deve ampliar ainda mais o escopo de clientes que já tem.
Resposta certeira - e na hora exata - a quem achava que ela começaria a cair.