SUV médio da marca norte-americana quer disputar segmento premium de utilitários com motor 2.0 turbo e tração 4x4. Em sua mira está o Discovery Sport.
Você viu aqui no WM1 que o Ford Bronco Sport chega nos próximos dias ao mercado brasileiro, ao preço de R$ 256.900, para conquistar clientes do segmento de SUVs premium, que inclui a categoria de utilitários compactos de marca de luxo (como BMW X1, Audi Q3 e Volvo XC40), compradores de VW Tiguan e, pela proposta, consumidores do Discovery Sport.
Mas ele tem gabarito para isso? Vale a pena pagar quase R$ 260 mil em um modelo da Ford? Para responder essa pergunta, rodamos com o SUV por alguns dias, gravamos um vídeo, dissecamos o carro, detalhamos todas as suas virtudes e ainda registramos fotos exclusivas para você curtir aqui no WM1. Acompanhe.
Recebo as chaves do carro na porta de casa. O SUV foi entregue por um motorista da Ford. Antes mesmo de eu entrar, os funcionários de uma loja de vidros automotivos vizinha de onde eu moro já me abordam: querem mais informações sobre o carro. É fato: o Bronco Sport chama a atenção por ser um SUV e, claro, por sequer ter sido lançado.
"Muito bonito, mas deve ser caro", me diz um dos rapazes. "Deve custar quase R$ 200 mil", afirma um outro que estava ao meu lado. Quando confirmo o valor da etiqueta, sinto aquele sentimento de decepção. "Mas aposto que vai vender bem, o carro é bonito, completinho e luxuoso", aponta um terceiro, mais consciente.
A Ford sabe que o Bronco será oferecido a um mercado de nicho que vende o que importa ao Brasil. Na apresentação, aliás, a marca fez questão de apontar que seu novo SUV chega para disputar um segmento que vendeu 1.614 unidades de Discovery Sport em 2020, 2.089 Audi Q3 e 3.169 BMW X1, por exemplo. Embora não defina ou divulgue uma meta, o objetivo da marca será algo próximo a isso.
Pego a chave, ajusto o banco para minha posição pelos seletores elétricos (só para o motorista, nada para o passageiro), azeito o retrovisor e a coluna de direção, ponho o cinto e ligo o carro pelo botão de partida ao lado direito do volante e abaixo da central multimídia. Coloco o câmbio em "D" - ele é comandado por uma roldana giratória bem grande no console - e saio para dar a primeira volta.
A primeira impressão é ótima, o carro roda liso e o câmbio se mostra excelente, mesmo que a quilometragem no painel seja baixa, algo que possa interferir no desempenho devido ao lance de amaciamento do motor. O Bronco Sport não é um SUV esportivo como o Tiguan R-Line que testei recentemente, mas tem muito fôlego para um 2.0.
No campo de provas da Ford, alguns dias antes, também pude pôr em prova as capacidades off-road do carro e confesso que ele me surpreendeu, principalmente por não utilizar motor a diesel. Mesmo com gasolina, sobra fôlego para exercícios como subidas de terra em ângulos bem inclinados, trechos de areia e lama e até em situações mais complicadas para carros de uso extremo nesse tipo de situação, como Jeep Wrangler, Land Rover Defender e Mercedes Classe G.
Mas calma, o Bronco Sport não é um Troller e se você procura um carro somente para esse tipo de aventura, o T4 ainda é o mais recomendado. O Bronco é meio que uma mescla entre o poder lameiro e off-road do Troller T4 e luxo e conforto de um Territory, ainda que com personalidade própria.
O carro anda bem. Para pegar uma estrada aos finais de semana e rodar na cidade durante ela, é mais que suficiente. Segundo a Ford, o SUV consegue acelerar de 0 a 100 km/h em 8 segundos e atingir 180 km/h de velocidade máxima.
No campo de provas da Ford, a máxima que atingi foi de 174 km/h - no velocímetro, algo que se traduziria para pouco menos de 170 km/h na velocidade física real. Mesmo assim, garanto: retomadas de velocidade e espaço necessário para frenagens são muito bons graças às ações do eficiente e moderno câmbio automático de oito marchas e ao sistema de tração nas quatro rodas.
Em termos de consumo, a notícia não é tão boa, mas também não assusta. Os números divulgados pelo Inmetro afirmam que o Bronco Sport consegue fazer 6 km/l na cidade e 10 km/l na estrada. São baixos e isso não é tão legal - principalmente quando comparado a alguns concorrentes, que conseguem números melhores -, mas é reconfortante saber que em nossa medição, o carro atingiu os mesmos valores.
Configuro meu celular para utilizar o CarPlay - que é só por fio, importante destacar - e volto a me impressionar com a central multimídia do carro. Como é bom o sistema Sync da Ford, que no Bronco está em sua terceira geração (a mesma utilizada pelo também recém-lançado Mustang Mach1).
Embora eu não tenha usado o app FordPass Connect, é importante registrar que o SUV oferece essa função, que permite que o carro possa receber comandos pelo celular, como travamento e destravamento das portas; partida remota para climatização da cabine e acionamento do alarme para localização, entre outras funcionalidades.
O resumo da história está dentro do que disse no teste: o Bronco é uma mistura de SUV que une um pouco das capacidades de aventura do Troller T4 com o luxo e a aptidão urbana do Ford Territory. Pela proposta que tem e por entrar em um segmento de nicho, que não deixou de vender muito bem mesmo com a pandemia, deve emplacar o que a Ford importar pelo ótimo produto que é.
FORD - BRONCO SPORT - 2021 |
2.0 ECOBOOST GASOLINA WILDTRAK 4X4 SELECTSHIFT |
R$ 266090 |
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