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Compass Trailhawk é um SUV para aventureiros reais

Versão de topo do SUV da Jeep é a única na sua faixa de preços a combinar motor diesel, tração 4x4 e preparação off-road

por Evandro Enoshita

Não é exagero dizer que o Jeep Compass Trailhawk é um carro que compete com ele próprio. Vendido a partir de R$ 247.290, custa quase R$ 30 mil a menos que o Ford Bronco, um concorrente a gasolina, mas com a mesma pegada off-road, e está na mesma faixa de preços dos SUVs de sete lugares.
Mas no lugar do espaço de sobra dos utilitários com terceira fileira de assentos e do efeito de novidade do concorrente da marca do oval, o Compass topo de linha oferece a combinação de um motor diesel com a tração 4x4 e a leve preparação off-road. Mas será que a compra vale a pena? Confira comigo nas próximas linhas.

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Como é o Jeep Compass Trailhawk

Diferentemente do restante da linha Compass, que tem mais pegada urbana, mas com algumas referências ao universo fora-de-estrada, a configuração Trailhawk não faz questão de esconder a sua predileção pelos caminhos de terra.
No visual, os destaques são a faixa no capô e os elementos de acabamento escurecidos, combinados a rodas de liga leve de 17 polegadas. Assim como o Renegade Trailhawk, esta versão também leva o selo Trail Rated, que é uma certificação da marca de que o modelo tem recursos para enfrentar trilhas.

Na comparação com a versão Limited diesel (cujo preço sugerido é o mesmo, mas tem o visual urbano), o Trailhawk tem suspensão elevada, que garante um vão livre do solo 2 cm superior (23 cm), e pneus mistos na medida 225/60 R17.

O Compass tem 4,40 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,65 m de altura e entre-eixos de 2,64 m. O ângulo de entrada é de 30,6 graus e o de saída, de 29,3 graus. Já na traseira, sobressai o robusto gancho para reboque na lateral esquerda.

Por dentro

A temática visual escurecida no exterior se repete também no lado de dentro do Compass Trailhawk. Apenas uns poucos elementos prateados e as costuras em vermelho no acabamento dos bancos, volante, painel e apoio de braços central quebram a monotonia.
O espaço interno é um dos pontos fortes do SUV da Jeep, com uma cabine que permite levar quatro adultos com conforto (espaço de sobra para ombros, cabeça e pernas).
O porta-malas tem capacidade depara 432 litros. Um espaço adequado, porém menor do que o oferecido por outros SUVs médios, como o Chevrolet Equinox (478 litros) e Ford Bronco (483 litros).

O clima na cabine fica ainda melhor com a presença do teto solar panorâmico, um item de R$ 8,9 mil que faz parte da pequena lista de opcionais desta versão de topo do Compass, que inclui também o “Pack High Tech”, que adiciona uma série de itens para aumentar o conforto do usuário e a segurança de condução.

Equipamentos

A oferta de equipamentos fica dentro daquilo que se espera de um carro na faixa dos R$ 250 mil. Ou seja: não faltam itens de conforto e comodidade para os ocupantes.
A lista inclui ar-condicionado automático de duas zonas, chave presencial, bancos de couro com ajuste elétrico para o motorista, central multimídia com tela de 10,1 polegadas e espelhamento sem fio, carregador de celular por indução, painel digital configurável, seletor de modos de condução, sensor de chuva e faróis com acendimento automático.

O mesmo se repete na relação de itens de segurança: sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de subida e descida de rampa e monitor de pontos cegos.
Sentiu falta de mais recursos tecnológicos? Então é preciso investir mais R$ 9,9 mil no tal do "Pack High Tech", que tem equipamentos quase obrigatórios na faixa de preços do SUV da Jeep.
O pacote adiciona ao Compass Trailhawk a tampa do porta-malas motorizada e com abertura por sensor, frenagem autônoma com detecção de pedestres e ciclistas, alerta de mudança de faixas, ajuste elétrico no banco do passageiro, controle de cruzeiro adaptativo e sistema de som premium Beats.

Como anda?

Bem equipado, com bom acabamento e espaço interno adequado, o Jeep Compass Trailhawk agrada também na rodagem, com uma suspensão bem macia, mas que ao mesmo tempo transmite segurança em velocidades mais altas.
A cabine é bastante silenciosa e se ouve o motor roncar alto apenas quando se pisa fundo no acelerador. Mas os pneus de uso misto - mais ruidosos no asfalto - são outro fator que contribui para que essa versão de visual off-road seja mais recomendável para quem realmente vai botar o Compass para enfrentar estradas de terra.
Por falar em terra e lama, o sistema de tração 4x4 tem reduzida e gerenciamento automático. Mas é possível também usar o seletor ao lado da alavanca de câmbio para escolher manualmente as configurações ideais de acordo com o piso (neve, areia, lama e pedras).
Com o motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e o câmbio automático de nove marchas, o Compass Trailhawk acelera de zero a 100 km/h em 10,7 segundos e vai a 194 km/h. São marcas inferiores às das versões equipadas com o 1.3 turbo flex de 185 cv e a transmissão de seis velocidades (zero a 100 km/h em 9,4 segundos e velocidade máxima em 206 km/h).
Mesmo assim, o motor diesel agrada mais no uso diário, com mais torque disponível em baixas rotações e um câmbio automático que conversa melhor com o propulsor e faz trocas mais ágeis. De quebra, o 2.0 turbodiesel entrega números ligeiramente melhores de consumo: 10,3 km/l (cidade) e 12,8 km/l (estrada).

Conclusão

O Jeep Compass é uma escolha quase padrão quando se fala de SUV médio no mercado brasileiro. Somente entre janeiro e agosto, o modelo somou mais de 40 mil emplacamentos e perde apenas para o compacto Volkswagen T-Cross na preferência do público. Mas vale a pena investir especificamente nesse Jeep Compass Trailhawk?
Apesar de ser a combinação diesel mais cara do modelo, ouso dizer que é a que mais faz sentido dentro da linha, já que é a mais off-road da linha e perfeita para atender a um público bem específico: aquele que faz questão de um SUV com motor diesel e a capacidade de enfrentar estradas de terra piores que as trilhas leves com cascalho.
Não pensa em botar o carro na lama? Então fuja do Trailhawk e até das versões a diesel. As versões flex do Compass, com tração dianteira, já atendem muito bem aos clientes urbanos e que só querem algo com um visual aventureiro. E são bem mais baratas.

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