Aceleramos a versão duas portas de um dos SUVs mais tradicionais da história, que tem motor 2.0 a gasolina de 300 cv e diversos tipos de equipamentos.
Land Rover Defender 90. 90 de duas portas. Um clássico. Sinônimo de liberdade, de aventura e de força para quem gosta de usar o carro literalmente fora do asfalto. Um ícone, uma lenda automotiva... Que ganhou uma nova geração há poucos anos, feita em estrutura de monobloco e não mais sobre chassis. E aí, mudou também o perfil do comprador ?
Por quase R$ 550 mil, você acha que ainda tem gente que paga essa grana para botar esse SUV na lama? Vem com a gente, que hoje vamos te mostrar que sim. Mas também tem gente que investe esse valor só para desfilar.
O Defender é um carro que dispensa apresentações. Mas vamos tentar resumir seus mais de 70 anos em poucas palavras. O modelo surgiu no período pós-guerra, em 1948, época em que os carros eram pesados e complexos. Mas sua proposta era diferente: queria ser simples e proporcionar aos compradores capacidades de uso fora de estrada extraordinárias, com muita robustez e durabilidade.
Deu muito certo, tanto que a fabricação de sua primeira geração durou de 1948 a 2016 - incríveis 68 anos. E aí voltou em 2019, há três anos, feito sobre uma estrutura totalmente diferente, montado em monobloco, onde a carroceria é unida ao chassis, em vez de ser construída sobre longarinas. Aliás, temos uma explicação técnica sobre essa diferença aqui no WM1.
Resumo: ele é simplesmente o principal veículo da história da Land Rover, ainda que hoje a marca tenha modelos que gerem mais lucro, como Evoque, Velar e as linhas Discovery e Range Rover.
Mesmo assim, vale lembrar que o Defender já chegou até a ser feito no Brasil e que seus grandes rivais, historicamente falando ou mesmo pela capacidade técnica, são os também brutos Jeep Wrangler, Mercedes-Benz Classe G e Ford Bronco - não o Sport, lançado no ano passado, mas o maior, que a marca ainda não traz para nosso mercado.
Visualmente esse novo Defender se inspira no clássico. Só que nessa geração o carro oferece o máximo de tecnologia e de materiais de primeira linha. Na frente, os faróis fazem claramente uma referência ao formato redondo do modelo original, ainda que agora o conjunto seja todo de LED. E, sim, o nome segue na parte de cima, no começo do capô, como não poderia deixar de ser.
De perfil, vale destacar as virtudes dessa versão 90, que tem só duas portas. Aliás, essa sempre foi a nomenclatura do Defender: 90 e 110 eram os números usados para identificar o comprimento do carro, ainda que altura e largura não mudassem. O 90 é o de duas portas, mais curto, ótimo para solteiros ou casais que não precisam tanto de porta-malas; já o 110 sempre foi o mais indicado para famílias.
E agora também tem o 130, que é bem maior e tem oito lugares, embora seja importante lembrar que a marca prefere oferecer para esse tipo de cliente a família Discovery, que é o mais tradicional veículo de sete lugares da fabricante. E design, sem dúvida o que mais chama a atenção são as rodas de 20 polegadas e os acessórios laterais.
Já na traseira é onde fica o "shape" mais polêmico do carro. Tem quem goste, por conta da inspiração no modelo clássico, e tem quem ache estranho. E também precisamos lembrar que esse carro não é o da versão topo de linha, a HSE, mas também não é a S, de entrada. E que os acessórios laterais são exatamente isso: acessórios. Bem legal, né? Mas e lá dentro?
Muito luxo na parte de dentro, começando pelo ótimo espaço para quatro pessoas, ainda que as que vão atrás tenham que esperar o tempinho do rebatimento dos bancos dianteiros, que têm ajuste elétrico. Três lá atrás já vão mais apertadas, mas vamos retomar esse tema mais adiante.
Ainda na frente do painel, o Defender tem tudo que um carro moderno da Land Rover precisa oferecer nos dias de hoje. Direção elétrica, quadro de instrumentos digital e central multimídia colorida fazem parte do pacote, assim como o excelente sistema de tração 4x4 Terrain Response, um dos melhores do mundo nesse aspecto.
Mas há muito mais coisas, como retrovisores com câmera integrada - que fica na barbatana de tubarão, no teto do carro -, farol automático, bancos dianteiros climatizados, coluna de direção com ajuste eletrônico e teto solar panorâmico gigante, por exemplo.
Fora isso, o Defender também tem aquela tecnologia exclusiva da Land Rover que faz a função do capô transparente, que ajuda o motorista a aproveitar melhor as capacidades do carro em trechos fora de entrada ao revelar pela tela da central multimídia as áreas normalmente "escondidas" pelo capô.
Aliás, na central multimídia - que a Land Rover chama de Pivi Pro - também há sistema de inteligência artificial que permite ao GPS nativo do SUV usar algoritmos de autoaprendizagem que são capazes de otimizar a rota, com mapas sempre atualizados, graças à tecnologia embarcada no sistema, que tem internet integrada. Ele também tem carregador de celular sem fio, mas oferecido como opcional.
Na parte de trás, duas pessoas vão com folga, porque a marca prefere sacrificar o espaço do porta-malas nessa versão, que tem só 176 litros. Masa capacidade pode chegar a 786 litros se você rebater os bancos. A única coisa mais chata é justamente o processo para entrar e sair, já que os bancos demoram um pouco para ser inclinados e levados até a frente. Para solteiros e casais, isso não é nada.
Entro, aperto o cinto, engato marcha (câmbio automático de oito velocidades) e arranco. Logo de cara a primeira surpresa é a força que você recebe contra o corpo. O carro pesa 2.140 quilos, mas você não sente toda essa massa graças ao ótimo torque de 40,8 kgfm do motor 2.0 da família Ingenium, que rende 300 cv. Vale lembrar que as versões a diesel usam o sobrenome D300.
Ele não parece tão pesado. Bom torque, bom câmbio e excelente postura de direção. O Defender roda gostoso e além de ser aquele SUV raiz que pode ir sem medo para a lama, também é ótimo para quem procura um veículo premium para desfilar na cidade ou pegar estrada de fim de semana.
Mas não vai tão bem quando falamos em consumo de combustível, já que faz oficialmente apenas 6,1 km/l na cidade e 6,8 km/l na estrada. O lado bom é que tem volumosos 90 litros de capacidade no tanque de combustível, afinal a marca não deixou de pensar no perfil mais tradicional desse tipo de cliente. Com isso, sua autonomia máxima é de 612 quilômetros.
Mas sem dúvidas o maior diferencial é a capacidade no uso off-road. Com suspensão independente e pneumática nos dois eixos, é possível descer e subir a carroceria para todos os tipos de situações por um simples botão no painel.
E com ângulos de entrada e saída de gente grande (veja na tabela abaixo), dá para dizer que esse camarada é um dos carros mais aventureiros oferecidos em nosso mercado, além de um dos mais poderosos nesse quesito. Acreditem, ele reboca até 3.500 quilos e pode percorrer trechos alagados de até 90 centímetros de altura!
É óbvio, mas vale dizer: o Defender 90 é um monstro. Entrega o que promete e até mais do que aparenta, exatamente como esse tipo de cliente exige. É completo, seguro, extremamente bem acabado e ainda anda bem, seja no asfalto ou na terra.
Portanto, se você busca por um SUV raiz e bem construído, seja para meter na lama sem dó ou para desfilar na cidade, o carro do teste de hoje é uma das melhores opções oferecidas atualmente.
LAND ROVER - DEFENDER - 2020 |
2.0 P300 GASOLINA 90 SE AWD AUTOMÁTICO |
R$ 0 |
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