No geral, dá para dizer que as diferenças entre o e-tron Sportback e a variante SUV são muito pontuais. Elas se resumem ao caimento do teto na traseira - mais pronunciado no novo modelo, com ares de SUV-cupê - e nas consequências que isso traz para o carro.
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O efeito positivo é o aumento na aerodinâmica, que trouxe também melhor autonomia. O e-tron Sportback é capaz de rodar 446 km com uma carga completa das baterias, enquanto o SUV faz 436 km. Na prática, porém, é difícil para o motorista notar esta mudança.
Infelizmente, o ganho na aerodinâmica não foi suficiente para melhorar o desempenho do carro em acelerações. Segundo a Audi, o modelo chega aos 100 km/h em 5,7 segundos e tem velocidade máxima limitada em 200 km/h.
O efeito negativo desta mudança na carroceria do modelo é relacionado ao porta-malas: a nova versão acupezada acomoda 555 litros. O volume é bom, mas é inferior aos 600 litros da variante SUV. Ao menos, há acionamento elétrico da tampa nos dois carros. O caimento do tipo cupê também influencia, claro, no visual da traseira, que ficou bem mais harmonioso no Sportback.
Já no interior não houve alterações: três passageiros viajam com conforto e o espaço para cabeça não foi significativamente prejudicado. São 2,92 metros de entre-eixos em ambos os modelos. Além disso, a forma como as baterias do conjunto elétrico estão posicionadas no assoalho do carro deixou o piso plano, o que permite que um terceiro passageiro viaje no banco de trás.
Tecnológico
No painel, o destaque fica para as três telas integradas do sistema multimídia: uma para os ajustes gerais do carro e GPS, outra para administrar o ar-condicionado - de três zonas - e que permite escrever com os dedos o endereço para onde se deseja ir; e a que dá vida ao computador de bordo. Por esta última, é possível controlar a autonomia das baterias, o controle de velocidade adaptativo e até conferir a rota do GPS.Para completar o ar de modernidade da cabine estão duas telas OLED de alta resolução posicionadas próximas às maçanetas internas. São elas que exibem as imagens dos retrovisores virtuais captadas por câmeras. Apesar de serem um caro opcional - não saem por menos de R$ 13 mil - já equipam 50% dos Audi e-tron SUV vendidos no Brasil.
O sistema é legal para entusiastas de tecnologia, porém ainda precisa de aprimoramentos. A começar pelo tamanho da tela, que limita o ângulo de visão do motorista. Além do fato de que elas não oferecem tanta noção de profundidade quanto espelhos convencionais. Por outro lado, diminuem o coeficiente de arrasto desse carro para 0,25, melhorando o desempenho e a autonomia.
Como anda?
Tive a oportunidade de dirigir o modelo por cerca de 48 horas e a impressão que fica é que o nível de autonomia é mais do que satisfatório para um uso convencional. No modo econômico, é possível regenerar energia suficiente para que a autonomia diminua cerca de 1 km a cada 1 km rodado.Mas, sempre que o motorista quiser provar dos 408 cv e 67,7 kgfm de torque que os dois motores - cada um posicionado em um eixo do carro - oferecem, é preciso ter sangue frio. Isso porque o desempenho é ótimo, especialmente por conta do torque máximo entregue imediatamente - provavelmente uma das melhores características dos elétricos.
Porém, quando o carro está no modo de maior desempenho e o motorista pisa mais forte no acelerador, o nível de autonomia diminui consideravelmente, em uma proporção bem maior do que a quantidade de quilômetros rodados. Além do sistema de regeneração por frenagens, é possível recarregar as baterias em tomadas convencionais 110V ou 220V
Ou seja: o e-tron Sportback é um modelo que entrega bom desempenho, tecnologias interessantes, visual futurista e uma autonomia suficiente para os dias de hoje - especialmente em um momento em que o home office está cada vez mais presente em nossas vidas. Porém, ainda é muito caro. E, principalmente, cobra cerca de R$ 20 mil a mais que o e-tron SUV pelo visual mais esportivo na traseira.
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