A Ford Ranger FX4 é a sétima e última versão da picape nesta geração. Isso porque uma Ranger totalmente nova já foi revelada e deve chegar ao mercado em 2023. Então, é melhor esperar pelo modelo reformulado, certo? Bem, esse argumento realmente é válido, mas vamos mostrar que também existem bons motivos para investir na protagonista desta avaliação agora mesmo.
Logo de cara, pelo visual, a picape já se justifica como boa escolha. Tem pegada aventureira, mas com apetrechos de luxo. Não por acaso, a versão fica posicionada apenas abaixo da Limited na gama completa. Atualmente, a Ranger FX4 está tabelada em R$ 292.890.
A FX4 é a única configuração que traz faróis de LED de série. Em contrapartida, as luzes de neblina são halógenas. Já a grade é preta e tem contornos em preto brilhante, mesmo material que compõe o skid plate do para-choque frontal, além de maçanetas e retrovisores.
As rodas podem ser de 17 ou de 18 polegadas. O conjunto menor é um opcional porque oferece maior capacidade off-road em parceria com pneus todo-terreno.
Para-lamas alargados, estribo e santantônio são outros equipamentos de série que agregam o estilo parrudo para a picape. Já o snorkel é um componente opcional que não amplia a capacidade de imersão de 80 cm, mas contribui com um visual diferenciado. Ah, também ajuda a disseminar um ronco rústico ao motor 3.2 turbodiesel.
Outro item diferencial da Ranger FX4 está na caçamba de 1.180 litros de volume. Trata-se de um compartimento de 42 litros que ajuda a guardar itens pequenos e importantes para o motorista.
Por dentro, a versão também tem diferenciais. Basicamente, são as costuras em vermelho para os componentes revestidos em couro, além do logo da versão estampado nos bancos caprichados.
No mais, o interior do modelo já é bastante conhecido. O acabamento mescla bem características mais tradicionais de picapes, mas entrega capricho e modernidade. Isso fica enfatizado nos materiais plásticos escurecidos que dominam o painel e nas telas digitais que compõem cluster e central multimídia.
O display central tem 8 polegadas e sistema Sync 3, com câmera de ré e pareamento com Android Auto e Apple CarPlay. Entretanto, é preciso plugar o smartphone via cabo USB para que esses sistemas funcionem. Só com o fio é possível ainda carregar o celular, uma vez que a picape não tem carregador por indução.
Já o painel de instrumentos é bem-organizado e oferece boa quantidade de informações por meio do volante multifuncional. A direção é elétrica, item incomum na categoria, mas poderia ter ainda ajuste de profundidade.
O nível de equipamentos é o mesmo da versão XLT. Portanto, há entrega de itens como ar-condicionado digital de duas zonas, mas falta chave presencial com partida por botão.
Só que as ausências mais sentidas ficam por conta de sistemas de assistência dinâmica. É até compreensível que o piloto automático adaptativo seja equipamento exclusivo da versão topo de linha Limited. No entanto, a Ranger FX4 poderia ter pelo menos sistema de frenagem de emergência, item de suma importância em termos de segurança.
Quanto ao desempenho, nada de novidades. A versão utiliza o motor 3.2 Duratorq que rende 200 cv de potência a 3.000 rpm. O índice é muito semelhante em relação aos concorrentes equipados com o mesmo tipo de motor.
Já o torque de 47,9 kgf.m a 1.750 rpm é um pouco inferior a modelos que já ultrapassam a entrega de 50 kgf.m. O conjunto está atrelado a uma transmissão automática de seis velocidades que não dispõe de aletas para transições manuais, o que pode ser feito na manopla de câmbio.
A Ranger tem comportamento satisfatório, principalmente por conta do ajuste de suspensão, consideravelmente mais confortável em relação aos rivais.
A única novidade em termos de motor está na implementação do tanque de Arla 32, um aditivo que ajuda o modelo a cumprir com as novas regras de emissão de poluentes. Segundo a Ford, um tanque cheio permite que o motorista rode de 10 mil a 14 mil quilômetros.
A picape de 5,35 metros e 1.023 kg de capacidade de carga tem ainda índice de consumo de combustível na média da categoria: na cidade é de 8,6 km/l e salta para 9,9 km/l na estrada.
Quanto ao pós-venda, o preço fixo para as seis primeiras revisões é de R$ 8.074. Uma Toyota Hilux SRX, por exemplo, cobra R$ 8.336 pelos mesmos serviços.
Ainda sobre preço, a Ford Ranger FX4 tem tabela de preços R$ 25 mil abaixo da Limited (R$ 317.890). A versão tem uma das melhores relações custo-benefício entre as picapes médias ofertadas abaixo de R$ 300 mil
Entrega visual ímpar, interior caprichado e boa lista de itens de série. O que faltava para ser um produto completo são itens de assistência dinâmica, especialmente de segurança.
É possível dizer que é uma boa versão para quem deseja ter uma picape agora. Mas se a ideia é ter uma caminhonete com visual mais moderno e sistema de conectividade mais avançado, realmente o melhor a ser feito é esperar pela nova geração da Ranger, que já está à venda no exterior.
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