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Fiat Grand Siena com kit GNV vale a pena?

Sucesso no início dos anos 2000, gás natural apresenta-se como diferencial do sedã interminável

por Lukas Kenji

Em tempos em que a propulsão elétrica domina o planejamento das montadoras, vamos falar sobre um combustível que viveu o apogeu há quase duas décadas, o gás natural. Isso porque a Fiat ainda coloca à venda o Grand Siena (outro produto de 20 anos atrás) com preparação para GNV.
Esta é a maior novidade do sedã que está disponível em quatro versões, que vão de R$ 51.890 a R$ 58.090. Somente a topo de linha, Attractive 1.4, é oferecida com a predisposição para GNV.
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Certamente, você pode perguntar se o Grand Siena GNV é uma novidade. Isso porque a Fiat chegou a disponibilizar a versão Tetrafuel entre 2007 e 2016. A diferença é que a finada configuração trazia o kit de série. Agora, o modelo vem com preparação para instalar o sistema a gás.
Note ainda que esta predisposição é um item opcional que custa R$ 690. Portanto, após a compra do carro, você deve ir a uma empresa licenciada pelo Inmetro para fazer a instalação dos cilindros de GNV. O serviço custa em média R$ 4.500. Segundo a Fiat, quem roda mais de 3.000 quilômetros por mês consegue recuperar tal investimento em menos de um ano.

É preciso ficar atento ainda à documentação do veículo. Após a implementação do kit é necessário atualizar o registro do modelo, com a menção ao novo combustível.

Perde potência?

Quando falamos do GNV, uma dúvida frequente é se sua utilização implica em perda de potência do motor. De fato, o modelo não consegue entregar o mesmo nível de vigor quando roda com o combustível gasoso. Justamente por isso, a Fiat só oferece predisposição para o gás na versão equipada com motor 1.4.
É o interminável Fire, que rende até 88 cavalos de potência e 12,5 kgf.m de torque máximo. O modelo trabalha com câmbio manual de cinco velocidades.
O conjunto leva o sedã bem, especialmente nas marchas mais lentas, mas sofre um pouco em subidas e retomadas. O ponto positivo é que o câmbio é curtinho, ideal para rodar na cidade.

Um ponto positivo sobre rodagem é que se você está no modo gás e precisa de mais potência para uma ultrapassagem, por exemplo, o sistema faz essa detecção e muda para admissão a gasolina ou etanol para que você cumpra com essa tarefa. Essa dinâmica evita o acúmulo de mudanças manuais na chave de combustível, o que evita um desgaste do componente.
Outro diferencial do motor Fire 1.4 é que tem preparação especial para admitir o gás natural. Cabeçote e válvulas são mais resistentes e têm ângulos otimizados para receber os injetores do GNV. Aliás, há um injetor dedicado a cada um dos quatro cilindros do motor. Ou seja, é um sistema robusto e que abomina as famosas gambiarras de GNV.
Como a predisposição para o combustível vem de fábrica, o Grand Siena GNV mantém a garantia de um ano para o veículo e três anos para motor e câmbio.

Consumo

Mas a informação que todo mundo quer saber é consumo. Será que vale a pena rodar com gás natural? O custo para “encher” os cilindros foi de R$ 42. Segundo dados da Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais), a estimativa é de que Grand Siena tenha um consumo médio de 13,2 quilômetros por metro cúbico.
Já o consumo médio do modelo convencional sem o kit gás é de 11,1 km/l na cidade com gasolina. Isso quer dizer que é preciso avaliar o valor do GNV na sua região e compará-lo com o preço do combustível que você mais usa (gasolina ou etanol).

Dado todo o cenário que elucidamos até aqui, o Fiat Grand Siena GNV tem claramente como público-alvo quem usa o carro para trabalho. Mesmo assim, o modelo poderia ser mais equipado pelo valor cobrado. Isso porque a lista de itens de série limita-se a direção hidráulica, ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros, computador de bordo e travas elétricas.
Portanto, o rádio com bluetooth é item opcional. Vem no pacote Creative 2 junto com volante multifuncional revestido em couro e sensor de estacionamento traseiro.

Também são opcionais as rodas de 16 polegadas de liga leve, por R$ 2.790 – de série, o conjunto é de aço de 15”. Se juntarmos todos esses itens e somarmos com os R$ 690 do kit gás, o Grand Siena GNV chega a R$ 63.660.
Pelo menos o seguro fica abaixo dos R$ 2 mil. A apólice mais vantajosa no AutoCompara é de R$ 1.890,52.

Revisões

Em contrapartida, o valor de revisões programadas flerta com os R$ 4.000, valor que nem modelos mais sofisticados praticam. Os seis primeiros serviços totalizam R$ 3.956. A sexta revisão, sozinha, corresponde a R$ 1.388.
Como falamos de um veículo com foco em taxistas e motoristas de aplicativo, vale a pena relembrar as dimensões do Grand Siena. Ele tem 4,29 metros de comprimento, o que permite entre-eixos de 2,51 m. Isso garante bom espaço para as pernas dos passageiros.
Já o porta-malas tem como padrão 520 litros, mas perde volume para os cilindros de GNV. Somados, eles têm 15 metros cúbicos. Ainda assim, dá para guardar malas de grande porte.

O fato é que o Fiat Grand Siena GNV só é válido para um público muito específico: trabalhadores que rodam pelo menos 3.000 quilômetros ao mês. Caso contrário, a versão perde apelo muito por conta da entrega de equipamentos.

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