Fiat Toro Ranch: design, conforto e equipamentos
Versão com pegada estética tem diferenciais relevantes, mas restringe o público-alvo pelo preço de carro de luxo
Não é preciso prestar muita atenção nas imagens que ilustram o texto para perceber que esta Fiat Toro tem uma pegada diferente. A miscelânea de cromados e elementos volumosos compõem a versão Ranch, que entrega ainda um interior caprichado e quase todos os equipamentos disponíveis para o modelo. Mas será que os predicados justificam a tabela de R$ 205.390?
Das sete configurações da Toro, a Ranch é que tem foco específico no design. A grade frontal tem estilo semelhante ao da versão Ultra, com uma bocona em destaque. Mas enquanto a opção topo de linha tem componentes em preto fosco, a protagonista desta avaliação aposta no brilho dos cromados.
Tal acabamento decora ainda os frisos das portas, os estribos, além do santantônio. Também chamam atenção o skid plate frontal, que parece um escudo do para-choque e tem a mesma tonalidade do raque de teto.
Outra diferença fundamental para a Ultra é que esta tem capota rígida, item que justifica o preço de R$ 207.390, portanto, R$ 2 mil a mais que a Ranch, que tem compartimento marítimo de caçamba convencional.
O volume do “bagageiro” é de 937 litros, enquanto a capacidade de carga é de uma tonelada. É o mesmo poderio de uma picape maior, como a Toyota Hilux.
O conjunto de rodas de 18 polegadas é mais um componente chamativo: tem desenho exclusivo e acompanha pneus do tipo ATR, ou seja, que topam rodar em qualquer terreno.
Interior caprichado da Fiat Toro Ranch
Já o interior tem poucos elementos exclusivos, mas os que são ofertados realmente fazem diferença na atmosfera do carro. No painel, há um revestimento que imita madeira nobre. Já os bancos são revestidos em couro marrom, mas com tratamento rústico que suscita a aspiração de vida no campo.
Embora tenha poucos materiais macios, praticamente restrito aos descansos de braço, o habitáculo da Toro ficou muito mais requintado com o facelift. É a picape com interior que mais se aproxima de um carro de passeio, assim como a novata Ford Maverick.
Os elementos que mais transmitem modernidade são as telas digitais. O painel de instrumentos tem um display digital de 7 polegadas. É possível mudar as informações dispostas por meio dos botões no volante multifuncional.
Já a central multimídia tem 10,1 polegadas e formato vertical. Mas não só o visual que parece um tablet. O funcionamento do sistema também é bastante rápido e intuitivo. Há pareamento sem fio com Android Auto e Apple CarPlay.
Quem viaja no banco traseiro também tem conforto. A Toro tem 4,94 metros de comprimento, sendo 2,99 m de entre-eixos. Isso significa que os passageiros têm espaço suficiente para as pernas. A tranquilidade só não é plena porque a posição dos assentos é verticalizada, o que é normal em uma picape. Também poderia haver saídas de ar-condicionado dedicadas a quem viaja atrás.
Diesel x flex
Em relação a motor, uma dúvida que passou a ser disseminada frequentemente é se vale a pena comprar uma versão turbodiesel, em detrimento do novo propulsor 1.3 turboflex.
São propostas diferentes e para públicos diferentes. Embora o conjunto veterano 2.0 de 170 cv de potência a 3.750 rpm seja 2 segundos mais lento do que o flex, ele entrega melhor consumo de combustível.
Com 35,7 kgf.m de torque a 1.750 rpm em conjunto a uma transmissão automática de nove velocidades, a Toro a diesel tem média de consumo de 10,6 km/l na cidade e, 12,5 km/l, na estrada. Esse índice é 1,2 km/l melhor em vias urbanas e 2 km/l superior em rodovias, na comparação com a Toro Flex.
Já a aceleração de 0 a 100 km/h em 12,4 s não é nem um pouco empolgante, mas cumpre com a missão de entregar solidez, desempenho off-road competente, além de autonomia de quase 700 km com um tanque cheio.
Em contrapartida, é preciso querer muito uma Toro a diesel para bancar o investimento. A diferença de preço chega a R$ 42.100 entre a Ranch em relação à Toro Volcano 1.3, a mais cara com motor flex.
Ainda se compararmos uma mesma versão de acabamento, mas com motores distintos, a diferença é bastante relevante. A Toro Fredom a diesel, que custa R$ 183.690 tem valor R$ 34.500 mais salgado em comparação com a Freedom flex, tabelada em R$ 149.190.
A discrepância de valores continua no pós-venda. O orçamento das seis primeiras revisões da Toro Ranch é de R$ 9.292. O montante é R$ 4.072 superior ao mesmo tipo de serviço aplicado a Toro Volcano 1.3.
Sem dúvidas a Fiat Toro Ranch é uma picape especial. O modelo entrega conforto e consumo de combustível semelhante ao de carros de passeio, além de tração 4x4 e apetrechos visuais exclusivos.