Ford Ranger Storm é bruta como boa picape off-road

Faz tempo que não falamos de Ford Ranger por aqui. Essa espera acabou: no teste de hoje, vamos falar sobre a Ranger Storm, a nova versão da picape lançada há pouco mais de dois meses - que foi antecipada no Brasil por um conceito apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, lá em 2018.

O protótipo virou versão de produção. Em termos de motor e equipamentos, ela chega para ocupar o topo da gama da picape voltado para quem busca um utilitário diretamente conectado ao mundo off-road, ao preço de R$ 150.990 - valor este que é, importante dizer, menor que o das versões XLT e Limited, estas mais refinadas e voltadas a um público menos adepto do uso fora-de-estrada.

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Visual impactante e motor bruto

Vamos começar falando do desenho. Esteticamente, por fora, a picape traz vários adereços exclusivos, a começar por esse "Storm" gigante na grade frontal. A lateral tem adesivos exclusivos e estribos. As rodas são pintadas de preto e a caçamba ainda vem com santantônio de série. Para completar, os faróis e lanternas são levemente escurecidos, dando certo charme à versão.

Por ser uma configuração topo de linha (como falamos, ela é voltada ao público adepto do fora de estrada), a Storm traz o conjunto mecânico mais forte da gama: cabine dupla, motor 3.2 turbodiesel de 200 cv e 47,9 kgf.m de torque, câmbio automático de seis marchas, tração 4x4 com reduzida, diferencial traseiro blocante e pneus de alto desempenho para uso off-road - feitos em parceria com a Pirelli.

Com esses atributos e conjunto mecânico, por esse valor de R$ 151 mil, fica difícil achar rival com melhor custo-benefício que a Ford Ranger Storm. Levando-se em consideração que uma Chevrolet S10 ou Toyota Hilux de mesmo nível (em termos de motor e equipamentos) não sai por menos de R$ 180 mil. Recentemente, inclusive, comparamos a picape da Ford com sua principal rival.

Acredite: por este preço, a Ranger Storm oferece proposta mais atraente (e mais barata) até mesmo que a de uma Fiat Toro Ranch, que é bem menor e até de outra categoria. A Ford foi bem nessa.

Capacidades extremas

A Ranger é, de fato, imponente. O motorzão berra alto e o visual "diferentão" chama a atenção. A caçamba é outro ponto forte, pois leva 1.180 litros, praticamente o suficiente para uma moto pequena, que realmente cabe na caçamba — são 1.009 kg de carga útil. Em números, ela acelera de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e pode chegar a 180 km/h.

O motor é bom e muito bem casado com o câmbio automático. Roda fácil em subidas de serra, por exemplo. E o consumo, por ser uma picape pesada com motor turbodiesel, também merece nota boa: rodamos na casa dos 12 km/litro, sempre com ar-condicionado ligado e em boa parte do tempo em estradas de terra com a tração 4x4 acionada.

Veja nosso vídeo com a Ranger Storm

Por dentro

Na cabine, a Ford Ranger Storm traz o mesmo nível de tecnologia que a versão topo de linha Limited, embora seja importante lembrar que estamos falando de uma picape, ou seja, um veículo utilitário que traz bastante rusticidade em seu DNA. Embora existam algumas diferenças de equipamentos, daria para dizer que a Ranger Storm une o acabamento da versão XLS ao motor turbodiesel da XLT.

Portanto faltam mimos como botão de ignição ou para o freio de estacionamento, por exemplo. Senti falta também de um carregador de celular sem fio, algo que já pode ser visto até mesmo em hatches compactos de entrada, e até de um alerta de ponto cego. Pelo menos há alguns assistentes de condução, controlados pelos botões no volante, e a excelente central multimídia Sync de 3º geração.

A direção tem assistência elétrica, mas os ajustes da coluna (e dos bancos dianteiros) são todos manuais. E em termos de conforto interno, ponto positivo para o bom espaço para cinco ocupantes, todos com seu próprio apoio de cabeça e cinto de três pontos.

Em resumo, há boa quantidade de tecnologia embarcada, mas é nítido que a prioridade da Storm é outra: conquistar quem pega estrada quase todo fim de semana e procura por uma picape com presença marcante e visual diferenciado. Pensando no título desse texto, confirmo novamente agora no final: sim, a Ranger Storm é bruta como parece. E, dependendo do seu gosto, isso é ótimo.