Você viu aqui no WM1 as informações sobre o GWM Haval H6, novo SUV médio do mercado brasileiro, que chega disposto a conquistar clientes de Jeep Compass, Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross.
Pois nós do WM1 aceleramos o modelo e gostamos de sua proposta. Híbrido e movido por um trem de força poderoso, ele oferece muito luxo aos ocupantes e ainda consegue ser bem econômico.
O Haval H6 une um motor 1.5 turbo a gasolina a um elétrico na versão de entrada - e o mesmo motor a combustão a dois elétricos nas variantes mais fortes. Hoje, vamos focar na versão inicial, a HEV.
HEV significa que ele é híbrido, mas não plug-in (PHEV) - veja aqui nosso guia com a explicação sobre as siglas de modelos eletrificados. É como a proposta do Toyota Corolla Cross, que também é um HEV autorecarregável.
Só que a diferença teórica é brutal: enquanto o carro da marca japonesa oferece um conjunto de 122 cv e 16,6 kgf.m (potência e torque combinados), o Haval H6 promete entregar 243 cv e 53,5 kgf.m.
Tem mais: o câmbio do carro chinês é automatizado, enquanto o do maior rival é automático do tipo CVT. Apesar de construções diferentes, é sensível a diferença de proposta de cada um deles.
Ou seja, em teoria, estamos falando de um recém-chegado esportivo alucinante de arrancada brutal e de um modelo pacato e com proposta mais familiar.
Mas será que é isso mesmo? Vale lembrar que a meta do Haval H6 é revolucionar a categoria de SUVs médios “como o iPhone fez entre os telefones celulares”, nas palavras de Oswaldo Ramos, CCO da GWM.
Você acha que ele consegue? É o que vamos ver.
Aceleramos em um percurso pequeno, é verdade. Foram primeiras impressões, não um teste de fato, como gostaríamos. Mas deu para perceber que o Haval H6 é um ótimo carro.
A GWM quis fazer uma prova de consumo para ver qual jornalista conseguia ser o mais econômico. Passamos longe: em nossa média no computador de bordo, registramos 14 km/l - o que já é um dado excelente, diga-se.
De acordo com o Inmetro, o SUV faz em média 13 km/l. Ele é grande e tem o porte de um VW Tiguan ou de um Chevrolet Equinox - são 4,65 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,72 m de altura e 2,74 m de entre-eixos. O volume do porta-malas é de 560 litros.
Teve gente que conseguiu atingir a média de 25 km/l - rodando com retrovisores fechados, sem ar-condicionado e possivelmente sem qualquer tipo de assistência eletrônica ou movimentos bruscos.
Isso significa que com o tanque cheio (são 60 litros de capacidade), ele conseguiria chegar perto de 1.500 quilômetros de autonomia nessa mesma tocada mais abstêmia. Oficialmente, são pouco mais de 800 km.
Um absurdo né?
A promessa de desempenho alucinante imaginado pelo torque de mais de 53 kgf.m fica só no papel. O carro na verdade é manso e tem foco no conforto. Vale lembrar que ele pesa 1.699 quilos.
Oficialmente, segundo a marca, ele faz de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos e pode chegar a 175 km/h, mas nem pense nesses números.
Ele é calmo, macio e prioriza o luxo para quem está lá dentro. E nesse sentido ele de fato surpreende: com bom espaço para até cinco adultos, ele passa mesmo essa sensação de que estamos em um utilitário de segmento superior aos concorrentes.
A suspensão é excelente. Feito sobre uma plataforma nascida para fazer carros eletrificados (que foi chamada de LNM, o carro se mostrou muito bem acertado para rodar em nosso asfalto, mesmo em uma tocada mais forte, sem ser pensada para o lado econômico - sem, este escriba testou e abdicou de ganhar algum prêmio se conseguisse ser o jornalista mais econômico.
Freios também estão bem calibrados, assim como o ajuste da caixa de câmbio para a proposta mais macia e confortável que o SUV quer oferecer. Em suma, ele é um carro seguro, moderno e confortável.
Esse feeling mais luxuoso da parte dinâmica é reforçado pela excelente lista de equipamentos: o carro vem de série com head-up display (HUD), painel de instrumentos digital, central multimídia com CarPlay e Android Auto sem fio, carregador de celular por indução, freio de estacionamento eletrônico, teto solar panorâmico e chip 4G que roteia internet para os celulares a bordo, entre outras coisas.
Tudo isso, claro, sem falar nos itens básicos de um carro dessa categoria, como os já costumeiros ar-condicionado, direção elétrica, vidros, travas elétricos, alarme, chave canivete etc.
Ele também vem com sistema autônomo nível 2 com corretor automático de faixa, piloto automático adaptativo (ACC) com Stop&Go e sistema de frenagem autônoma de emergência.
Na parte de segurança, sistema de estacionamento automático, assistente de partida em rampas, monitoramento da pressão dos pneu e uma série de sensores que monitoram toda a área ao redor a todo o tempo.
Aliás, o Haval H6 vem com câmera 360° com até nove visões "externas" com imagem em tempo real na central multimídia - que também é muito boa, fácil de mexer e super intuitiva. O porta-malas, por fim, tem acionamento eletrônico pela chave ou por botão.
É tudo de série, "sem opcionais". Como dito no início do texto, por R$ 209 mil.
Hoje, um Compass com nível próximo de equipamentos (sem considerar o híbrido, que é importado) é o da versão Limited, flex, de R$ 206.990 ou qualquer configuração a diesel, que já começa na faixa dos R$ 230 mil.
Um Taos equivalente é o HIghline, que tem o "bigodinho" de LED e pede R$ 209.190; já o Corolla Cross que rivaliza diretamente com o recém-chegado é o híbrido, que custa iniciais R$ 199.690 (XRV), mas pode chegar a R$ 207.790 na configuração mais completa (XRX) - justamente a que se nivela ao H6.
Notou como os preços são quase que "tabelados"? O diferencial do carro da GWM é justamente o fato de ser mais moderno, extremamente confortável, seguro e conectado, além de econômico. Em teoria, daria para dizer que ele une o melhor dos três concorrentes em um mesmo pacote.
Faz o mesmo na prática? Inicialmente, sim. Mas só o tempo poderá nos dizer se ele conseguirá manter essa regularidade e o preço sem que precise fazer alterações na lista de equipamentos.