Honda City Sedan Touring: equilíbrio é fundamental

Eu sou fã de sedãs compactos. Geralmente são carros racionais que oferecem bom espaço para a família e porta-malas mais amplos até que o dos populares SUVs compactos. E uma das opções mais bacanas na categoria dos três volumes é o Honda City Sedan Touring.

Reestilizado no final do ano passado, o carro feito em Itirapina (SP) está entre os mais completos sedãs compactos do mercado brasileiro. E por saber exatamente do valor do seu produto, a Honda não pensa duas vezes em posicioná-lo entre as opções mais caras do segmento.

Mas será que vale a pena comprar um Honda City Sedan Touring? Confira nas próximas linhas se esse carro foi feito para você. Ou não.

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Teste: Honda City Sedan Touring

Visual sóbrio

Em sua geração mais recente, o Honda City Sedan está presente no mercado brasileiro desde o início de 2022. No final do ano passado, o três volumes passou pela sua primeira reestilização. 

Na verdade, foi um levíssimo retoque: mudanças na dianteira e no para-choque traseiro, além de novas rodas de liga leve. Mas mesmo esse tapa no visual não foi capaz de mudar uma coisa:  o City ainda é um sedã de visual bem sóbrio.

Classudo. Porém conservador. A pegada mais esportiva ficou reservada para o City Hatch, que agora tem visual diferenciado em relação ao três volumes.

Algo compreensível. Com o Civic híbrido e reposicionado, coube ao sedã compacto subir de patamar e ganhar sofisticação para atrair pelo menos parte da clientela que ficou órfã.

O resultado é que esse City Touring sai por R$ 146.700. Preço que aproxima o modelo da Honda mais dos modelos médios que do restante do segmento dos compactos.

Medindo 4,57 m de comprimento, 1,48 m de altura, 1,75 m de largura e com entre-eixos de 2,60 m, o City é também um dos maiores sedãs compactos do Brasil, praticamente empatando em porte com o Volkswagen Virtus.

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Um carro de família

Não é novidade que os carros cresceram muito nos últimos anos. Tanto que esse City aqui é maior, inclusive, que o Honda Civic de dez anos atrás.

E com dimensões externas tão generosas, o sedã compacto da marca japonesa oferece espaço mais do que suficiente para transportar quatro adultos com conforto.

Ou cinco pessoas com um pouco mais de aperto, mas nada que seja o fim do mundo. Ah, e eu não me esqueci do bagageiro: ótimos 519 litros de capacidade.

E além da boa área para os passageiros, o City agrada também no visual. Painel baixinho e a variação de cores no acabamento interno são elementos que remetem aos sedãs mais caros da Honda.

Essas características, somadas aos bancos confortabilíssimos na dianteira e na traseira, fazem com que o City seja um carro muito bom para viagens mais longas. Ou jornadas mais longas no trânsito cotidiano.

As minhas ressalvas vão para o acabamento interno - com aquele excesso de plásticos rígidos típicos dos compactos brasileiros - e para a ausência inexplicável de alguns itens de comodidade.

Faltam, por exemplo, luzes de leitura na traseira - há apenas uma única luminária, no centro do teto - e a iluminação dos espelhos dos para-sóis.

Equipamentos

Mesmo com a ausência dos itens que eu citei acima, o Honda City Touring é bem equipado, principalmente no pacote tecnológico.

O modelo sai de fábrica com seis airbags, ar-condicionado automático de duas zonas, controlador adaptativo de velocidade, frenagem autônoma, chave presencial, carregador de celular por indução, faróis de LED com acendimento automático, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros.

A lista inclui ainda bancos de couro, assistente de ponto cego por câmera, freio de estacionamento eletrônico, sensor de estacionamento dianteiro, retrovisor interno fotocrômico e externos com rebatimento automático, faróis com facho alto automático, e os assistentes de manutenção e centralização em faixa.

Mecânica

O Honda City tem um motor 1.5 flex de quatro cilindros, aspirado e com injeção direta de combustível. Com etanol, desenvolve 126 cv de potência e 15,5 kgf.m de torque.

O câmbio é automático, do tipo CVT. Abastecido com gasolina, é bem econômico: registra médias de consumo de 15,5 km/l (estrada) e 12,8 km/l (cidade).

Roda até 682 quilômetros com um tanque, que tem capacidade para 44 litros.

Como é dirigir o Honda City Sedan?

O Honda City Sedan é bom de guiar, mas não empolga. Tem acerto de direção leve na medida certa e com uma suspensão que fica em um meio termo entre o conforto e a estabilidade. Além de um isolamento acústico eficiente, que filtra bem os ruídos externos.

Já o motor 1.5 flex vai bem principalmente no uso urbano. Não é preciso pisar fundo para extrair um bom desempenho da máquina. Na estrada, porém, a coisa muda. As respostas são mais lentas e o câmbio CVT claramente funciona para manter o consumo baixo. Isso incomoda, principalmente com o carro cheio.

Até existe a opção de usar o modo "S" (sport) da transmissão para ganhar mais agilidade. Mas aí o que incomoda é o fato de o motor ficar berrando alto 100% do tempo.

Os auxílios tecnológicos de condução funcionam de maneira bem eficiente e me agradaram bastante o funcionamento da multimídia - bem ágil e com layout simples - e o painel de instrumentos, que apesar de não ser 100% digital, exibe muitas informações.

Vale a pena comprar um Honda City Sedan?

Vamos às contas. Fiz uma simulação do seguro no Auto Compara e o seguro completo para o City ficou em R$ 8.054,12. Valor sem bônus ou possíveis descontos e que não destoa muito do valor da proteção total para outros modelos da mesma faixa de preço.

E no custo das revisões até os 50 mil quilômetros? Para cumprir com o plano de manutenção obrigatório, o dono do City terá que desembolsar R$ 4.553,80. Soma mais próxima dos sedãs médios que dos três volumes compactos.

O City oferece um pacote de equipamentos completo e bom espaço interno. Por outro lado, tem visual conservador e, embora seja confortável e bom de guiar, não entrega um desempenho empolgante. E é mais caro de manter que a média dos sedãs compactos.

Pesando os prós e os contras, o City é um típico sedã produzido por uma marca japonesa: pode até não empolgar. Mas dificilmente irá te decepcionar.

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