Honda HR-V Touring

HR-V Touring é tão bom que faz ZR-V de coadjuvante

Aceleramos a configuração mais cara e completa do tradicional SUV compacto da Honda, que cresceu e beira a excelência


  1. Home
  2. Testes
  3. HR-V Touring é tão bom que faz ZR-V de coadjuvante
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

Sim, acalmem-se. Nós sabemos que o ZR-V é maior, tem outro tipo de público e que vem importado, diferentemente do HR-V, nacional e fabricado em Itirapina (SP). Mas preciso dizer: o HR-V Touring é MUITO bom.

Na realidade eu já havia afirmado isso na época de lançamento das versões turbo do modelo, lá no final de 2022. Também fiz uma reportagem com três motivos para comprar e três para não compra o carro.

O modelo ficou mais caro. Lançada ao preço de R$ 184.500 há pouco mais de um ano, hoje a versão Touring não sai por menos de R$ 195.800 - mais de R$ 10 mil a mais. Só que é aí que entra a questão: por quase R$ 200 mil, vejo que é mais negócio do que um ZR-V, que hoje custa R$ 214.500. E vou explicar meus motivos nessa avaliação.

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

HR-V Touring: espaçoso, tecnológico e ágil

O ponto principal, que faz o título dessa reportagem ter sentido, é a questão de espaço.

Quem sai de um SUV compacto e parte para um médio procura o que? No Brasil, a referência são os donos de Volkswagen T-Cross, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e Honda HR-V, os compactos mais vendidos, que se interessam pelo Jeep Compass, o mais emplacado do andar de cima.

Procuram espaço. Normalmente, são famílias que planejam o primeiro ou querem ter mais filhos.

No atual line-up da Honda, o "natural" seria o dono de HR-V olhar para cima e ver Civic e ZR-V - que em teoria seria uma espécie de "Civic SUV" - como opções. Mas não é assim que rola.

Como o HR-V tem um gap de preços grande - o mais barato hoje custa R$ 151.200, R$ 44 mil distantes dos R$ 196 mil da versão Touring -, é super comum ver os donos de versões iniciais (já super espaçosas) mirarem as configurações turbinadas.

Mas não é só isso que favorece o HR-V Touring.

Quem é fã de Honda dificilmente deixa de comprar os produtos da marca. E quem é cliente de HR-V, fabricado no Brasil desde seu lançamento, em 2015, também prefere seguir confiando na qualidade do produto feito na indústria brasileira.

O ZR-V é espaçoso? Muito! Mas o HR-V também é. E ainda oferece o prático e versátil sistema Magic Seat, diferentemente do irmão maior.

Mas nem tudo é maravilha: o porta-malas não é tão grande e ainda perdeu volume se comparado ao da geração anterior: eram 437 litros, agora são 354 litros.

Motor turbo

Ter conjunto turbinado hoje em dia virou algo comum, mas isso ainda permanece sendo um diferencial. O HR-V Touring usa o excelente conjunto 1.5 turbo de 177 cv e 24,5 kgf.m de torque, gerido pela ótima caixa de câmbio CVT, que tem ajuste diferente do usado nas versões aspiradas.

Como já disse aqui, o carro anda muito - inclusive mais que o próprio ZR-V.

O HR-V sabe fazer curva, tem acerto de suspensão preciso - ainda que o conjunto traseiro não seja independente, uma pena - e também freia muito bem. As rodas com aros de 17 polegadas são grandes aliadas nesse sentido.

E o carro faz tudo isso com bons números de consumo. Oficialmente, são 7,9 km/l na cidade e 8,8 km/l na estrada com etanol e 11,3 km/l e 12,6 km/l, respectivamente, com gasolina.

Em nossas mãos, durante duas semanas seguidas nesta virada de ano, o carro fez 10,8 km/l na cidade com gasolina - com etanol, a média caiu para 6,7 km/l. Na estrada, os números foram de 14 km/l e 9,5 km/l, respectivamente, sempre com duas pessoas a bordo e ar-condicionado ligado.

Completo e bem acabado

Não podemos deixar de elogiar o ótimo nível de equipamentos que foi aplicado na versão mais cara do modelo da Honda.

Vale lembrar que o novo Honda HR-V traz de série (em todas as versões) freio de estacionamento por botão e o pacote Honda Sensing de tecnologias semiautônomas.

O acabamento do HR-V Touring é sensivelmente melhor que o das versões aspiradas e de entrada do modelo, EX e EXL. Há peças e revestimentos em couro e em material macio ao toque, e muito menos plástico na cabine.

Conexão com o app MyHonda Connect, carregador de celular sem fio, quadro de instrumentos 100% digital em TFT, ar-condicionado de duas zonas, seletor de modo de condução e função tilt-down no retrovisor são equipamentos de conforto das configurações mais caras do SUV que ajudam muito no dia a dia.

O painel é sofisticado e tem materiais de boa qualidade, mas a central multimídia deixa um pouco a desejar
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
toggle button

Mas precisamos dizer que a central multimídia deixa um pouco a desejar - desde que você fique nas funções standard do sistema e não use CarPlay e Android Auto (no meu caso, só uso CarPlay).

Muito confusa, ela exige um tempo para que você se acostume com todas as funções e ainda usa um hardware defasado, grande, que parece uma TV de "tubo".

A versão mais luxuosa que nós testamos traz como diferencial a opção de partida remota do motor, dois tweeters traseiros adicionais, as belas rodas com design exclusivo (que lembram lâminas de uma hélice) e possibilidade de abertura e fechamento automáticos do porta-malas - outro grande equipamento que ajuda muito em situações rotineiras.

Mas falta teto solar, item que já foi oferecido pelo SUV e que hoje não existe nem como opcional.

No fim das contas, não dá para dizer que a versão mais sofisticada do HR-V não é premium. Ela é sim, bastante. Ela é protagonista.

Como anda o HR-V com motor aspirado? Assista

Comentários