Hyundai HB20 1.0 Comfort tem estilo e bebe pouco

Direto e reto: no teste da Webmotors de hoje vamos falar sobre o Hyundai HB20 1.0 Comfort, uma das versões mais vendidas do carro. Por R$ 82.690, vale a investida? Bora descobrir.

O HB20 já pode ser considerado um velho conhecido do mercado brasileiro, apesar de ter só 10 anos de idade. Sempre vendeu muito, desde que foi lançado, lá no final de 2012 - na mesma época, aliás, que o Chevrolet Onix, seu arquirrival.

São carros que, ao lado do Renault Sandero e, mais recentemente, de Fiat Argo e Toyota Yaris, nasceram na década passada para enfrentar o VW Gol, todo-poderoso do mercado até aquele momento.

Mas confesso que o sucesso que esse carrinho da Hyundai fez foi uma surpresa, ainda mais por se tratar de uma marca que até então nunca havia disputado o segmento de entrada aqui no país.

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O carro era lindinho demais! Aí passou por uma remodelação em 2015 e em 2019... bem, ganhou um tapa no visual que foi muito bem aceito pelo público, que não deixou de comprá-lo, mas que na minha opinião pareceu mesmo um tapa na cara...

Teve gente que até botou apelido. E vocês sabem de qual estamos falando. Mas é fato que agora não temos como negar que o HB20 ficou bem estiloso! Frente imponente, traseira futurista e o mesmo interior caprichado de sempre.

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Mas antes de ir lá para dentro, vamos falar especificamente sobre o design dessa versão Comfort, que foi lançada em julho por R$ 79.990 e hoje já cobra R$ 82.690 para estar na garagem de quem mora em SP - lembrando que para quem é de fora, o valor ainda é de quase R$ 80 mil.

É, sem dúvida, o HB20 mais invocado, se pensarmos em todos os visuais que esse carro já teve. Não sei se o mais bonito, até porque o primeiro também era bem legal e design é puramente questão de gosto, mas não temos como negar a esportividade enraizada nesse desenho.

Na frente, destaque para os faróis bem afilados, que ficaram bem marcantes e têm canhões de LED nas versões mais caras, embora nessa versão as lâmpadas ainda sejam halógenas.

De perfil, o HB20 mudou menos. O desenho das rodas é novo, embora nessa versão ele tenha calotas sobre as rodas de aço aro 15". Já a coluna "C" na parte de trás, vejam na galeria, é praticamente idêntica à do modelo anterior.

Na traseira está a grande ousadia do novo desenho: lanternas inteiriças, que são unidas de uma ponta à outra, embora no hatch elas não sejam funcionais e tenham iluminação em tamanho padrão - no sedã, toda a lanterna é iluminada.

Muito estilo, mas tem um único ponto que joga contra: as luzes de seta foram jogadas para baixo, já quase no para-choques. Para quem dirige com o banco em posição baixa e estiver atrás, talvez fique até difícil de enxergar.

E por dentro?

Por dentro o carro mudou menos e isso é uma ótima notícia. Continua bem acertado, com ótimo encaixe de peças e sem rebarbas, o que é excelente para um carro de entrada, mas básico quando lembramos que estamos em um automóvel de R$ 83 mil, né?

Gosto do acabamento, gosto do acerto da calibração acústica e da lista de equipamentos oferecidos por esta versão. O HB20 Comfort vem de série com ar-condicionado, central multimídia com sistema BlueMedia e uma tela sensível ao toque de oito polegadas com Carplay e Android Auto sem fio, além de chave  tipo canivete, alarme, vidros elétricos e duas entradas USB, uma do tipo A e outra do tipo C.

Portanto, nada de itens de auxílio à condução nessa versão.

Na parte de segurança, tem seis airbags, controles eletrônico de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, ganchos Isofix e uma série de itens que são obrigatórios hoje em dia, como freios ABS, encosto de cabeça e cinto de três pontos para todos os ocupantes.

Em suma, um pacote básico que um carro nesse valor precisa ter.

Espaço para passageiros

Não há como dizer que o espaço traseiro é bom em um hatch compacto, mas o HB20 recebe dignamente quem vai atrás, ainda que o projeto de construção do carro tenha privilegiado o volume do porta-malas, que tem excelentes 300 litros de capacidade.

Quem vem na segunda fileira, pelo menos, tem uma entradinha USB pra carregar um aparelho eletrônico e um porta-revistas no encosto do banco do passageiro.

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Hora do "drive"

Hora de começar a dirigir e sempre que saio para um rolê eu falo sobre o conjunto mecânico. E, nesse caso, tenho que confessar que esse powertrain me surpreendeu.

Falamos do motor 1.0 Kappa flex, aspirado, de até 80 cv e 10,2 kgf.m de torque, e desse bom câmbio manual de cinco marchas.

Surpreendeu porque o carro é muito leve e as reações são espertas para um motor mil aspirado! Como ele tem só 993 quilos, não faz feio em arrancadas de faróis ou mesmo se você precisar fazer uma ultrapassagem na estrada, por exemplo.

O câmbio é excelente e lembra até ótimas caixas de marchas da Volkswagen, uma das referências nesse sentido dentro dessa categoria. Ok, podia ter uma sexta marcha, mas isso o encareceria - assim como acontece com a versão turbo, que tem caixa de seis velocidades.

Em resumo, é um carro bem acertado, equilibrado e gostoso de guiar. As rodas com aros de 15 polegadas ajudam bastante nesse sentido.

Consumo

Segundo dados oficiais, o carro é capaz de arrancar de zero a 100 km/h em 14,5 segundos - número bem lento, é verdade -, e chegar aos 161 km/h de velocidade máxima.

Mas não foque nisso, até porque não estamos falando de um carro com proposta esportiva. Foque no conforto de se ter um hatch acertado de dirigir, equilibrado e... econômico.

Vejam os números: de acordo com o Inmetro, o HB20 consegue fazer até 13,4 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada com gasolina. Show de bola, né? Com etanol, os números são de 9,4 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada.

Conclusão

Bom meus amigos, a conclusão desse vídeo é direta como a abertura: o HB20 é uma das melhores opções desse segmento e a prova disso é o excelente número de vendas do carro ao longo de 2022. Um modelo com bom pacote de equipamentos, econômico e sem dúvidas bem resolvido visualmente.

Com quase 80 mil emplacamentos de janeiro a outubro, ele é simplesmente o carro de passeio mais vendido do país, atrás somente do fenômeno que é a Fiat Strada (94 mil unidades no mesmo período). E isso não é pouco.