Um dos SUVs compactos mais vendidos do mercado brasileiro desde 2015, o Renegade Limited Flex tem ótima lista de equipamentos, mas motor bem defasado.
O teste de hoje é sobre o Jeep Renegade Limited Flex, que tem etiqueta de R$ 129.470. Rodei com ele neste final de ano, pela cidade de São Paulo (SP) e por algumas estradas - de cascalho, terra e asfaltada - que me levaram para algumas cidades do interior. E nosso veredicto já vem desde agora: o Renegade Limited flex é ótimo parceiro para os percursos urbanos.
Explico: antes da atualização prometida para chegar este ano - em que o modelo deve (finalmente) receber um motor turbinado, mais novo e moderno que o atual e antiquado 1.8 E.TorQ de 139 cv e 19,2 kgf.m de torque -, o carro se limita a rodar de forma tranquila na cidade, mas não demonstra muito fôlego para estradas e em regimes de rotação mais alto. As mudanças, acredite, virão em boa hora.
O preço do Renegade Limited se assemelha muito ao de seus concorrentes, apesar de o modelo da Jeep ser um projeto relativamente antigo (o Renegade surgiu ao mundo em 2014 e estreou no Brasil no ano seguinte), e de conjunto mecânico estar defasado - os motores E.torQ, da Fiat, são de 2010.
Agora, vamos olhar os rivais - adversários como Volkswagen T-Cross, Honda HR-V e Hyundai Creta, por exemplo, têm valores parecidos em suas configurações mais caras, algo meio que padronizado hoje em dia em um segmento tão disputado. Os únicos que têm mais vantagem na etiqueta são o Chevrolet Tracker e o Nissan Kicks, além dos modelos chineses.
Mas na versão mais cara com motor flexível, pelo menos, o Renegade vem muito bem equipado. Traz de série os itens primordiais de segurança que um carro desse nível precisa ter, como seis airbags; controles eletrônicos de tração e estabilidade; faróis full-LED; faróis e lanterna de neblina; sensor de estacionamento traseiro; assistente de partida em rampa e gancho Isofix para cadeirinhas infantis.
Além disso, vem com muitos itens de conveniência, como ar-condicionado com função automática e duas zonas de resfriamento; direção elétrica; controlador de velocidade; volante revestido em couro com botões multifuncionais; teto solar elétrico panorâmico; vidros elétricos nas quatro portas; freio de estacionamento por botão; volante com ajuste de altura e profundidade e sistema start-stop.
Em relação à conectividade, vem com bom conjunto - traz sistema multimídia Uconnect com tela tátil de nove polegadas, com espelhamento de celular via Bluetooth para Android Auto e Apple Carplay; entradas USB para carregamento de smartphones - falta um carregador sem fio, é verdade - e computador de bordo no painel. Do lado de fora, tem rodas de liga leve aro 18.
Esse é outro ponto controverso do carro. Um SUV normalmente é um carro familiar, certo? Mas o Renegade é apertado para uma família com quatro ou cinco pessoas - a não ser que os passageiros do banco de trás sejam crianças. Com dois adultos de 1,80 m nos assentos dianteiros, falta espaço para as pernas se pessoas da mesma altura forem atrás (embora sobre espaço para as cabeças).
Vale lembrar que o Renegade é um SUV compacto, ainda que produzido sobre a mesma plataforma de Compass e Toro. São 4,23 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,67 m de altura e apenas 2,57 m de entre-eixos - o mesmo número que o de um Volkswagen Polo, para se ter noção.
Por ser "curto", o SUV da Jeep também deve em tamanho de porta-malas, mesmo que isso tenha melhorado na atualização que recebeu em 2018 - agora são 320 litros e antes eram só 260 litros. Para se ter noção, um Renault Kwid tem 290 litros, volume muito próximo ao do utilitário.
O motor, como falamos, não contribui com o desempenho. Ele reforça a sensação de que o carro é pesado e para demonstrar agilidade, precisa rodar em rotações muito altas, justamente por não ter sobrealimentação - como os rivais, que em sua maioria já têm turbo. Isso resulta em números bem simplórios: aceleração de 0 a 100 km/h em 11,8 segundos e velocidade máxima de 178 km/h.
Com isso, o consumo também não empolga. Segundo o Inmetro, o Renegade Limited Flex faz 6,4 km/l na cidade e 8 km/l na estrada com etanol; e 9,4 km/l e 11 km/l, respectivamente, com gasolina. Com um tanque (de 60 litros) cheio de gasolina para rodar em rodovias, sua autonomia máxima é de 660 quilômetros.
Como antecipamos, é um SUV compacto relativamente pequeno (apertado para famílias, tranquilo para solteiros ou casais sem filhos), com desempenho acanhado e alto consumo de combustível. Mas o carro responde com ótima lista de equipamentos e acabamento de extrema de qualidade. Para rodar na cidade é ótimo.
Agora, se você é fã da Jeep e do Renegade, um bom conselho é dar uma olhada na versão Moab, a mais barata entre as versões com motor a diesel (com câmbio automático de nove marchas e tração 4x4), que custa praticamente R$ 3 mil a mais que a Limited Flex. Ele permite que você encare estradas sem preocupação e ainda consiga poupar uma boa grana graças ao ótimo consumo de combustível.
JEEP - RENEGADE - 2020 |
1.8 16V FLEX LIMITED 4P AUTOMÁTICO |
R$ 113990 |
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