Seu sonho é entrar no mundo dos carros elétricos com um Mercedes-Benz? Uma boa pedida é começar a sua escalada pelo EQA 250. É o menor e mais acessível automóvel a bateria oferecido pela marca alemã no mercado brasileiro.
Este elétrico derivado do GLA tem porte de SUV médio e oferece boas doses de luxo e sofisticação. Um ótimo negócio? Bom, isso vai depender do que você espera - e quanto está disposto a pagar - por um carro. Confira nas próximas linhas se você é um desses que vai pegar o Mercedes-Benz EQA 250. Ou correr dele.
Derivado do GLA de segunda geração, o Mercedes-Benz EQA foi lançado no início de 2021 e chegou em outubro de 2022 ao mercado brasileiro.
Mesmo derivado de um projeto recente, já que o GLA de segunda geração é de 2019, a Mercedes-Benz resolveu mexer bastante na dianteira e na traseira do EQA, dando ao modelo linhas exclusivas e mais próximas do EQC, carro que foi o primeiro SUV elétrico da marca.
O resultado final é um tanto desequilibrado. As linhas laterais ornam menos com a dianteira e traseira do que no GLA. Mas, longe de mim chamar o EQA de carro feio. Ainda mais com o pacote visual AMG Line, que é de série nos carros vendidos no Brasil e adiciona itens como uma grade frontal mais esportiva e belas rodas de 19 polegadas.
Em dimensões, esse EQA 250 tem 4,46 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,61 m de altura e entre-eixos de 2,73 m. São dimensões típicas de um SUV médio, como o Volkswagen Taos ou o Jeep Compass.
Apesar das dimensões externas, o espaço interno não é um dos pontos fortes do EQA. A cabine agrada (um pouco) mais na largura do que no espaço para as pernas. Principalmente no banco traseiro.
Além disso, o porta-malas, com 340 litros de capacidade, oferece menos espaço para carga do que alguns SUVs compactos. Pelo menos o bagageiro tem formato bem retangular e piso próximo da "boca" do compartimento, o que ajuda na hora de acomodar cargas mais volumosas.
Se não impressiona no espaço, o mesmo não pode ser dito do acabamento. Dos materiais macios ao toque, passando pelos revestimento em couro e "microfibra dinâmica" em várias partes da cabine, a sensação é de realmente estar a bordo de um carro de marca premium.
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O EQA 250 faz questão de chamar a atenção. Tanto que lembra uma balada, tamanha a qualidade de luzes de LED espalhadas pela cabine (incluindo nas saídas de ventilação), que podem ser configuradas em tonalidade e intensidade. Ou até em padrões com vários tons.
Os assentos esportivos AMG Line têm espuma bem firme. Mas o modelo é oferecido no Brasil com o chamado Pacote Banco Conforto, no qual os bancos dianteiros variam suavemente a posição para melhorar o conforto em jornadas mais longas. Não chega a ser um sistema de massagem, mas faz diferença.
A lista de equipamentos do Mercedes-Benz EQA 250 é bem completa: tem painel digital configurável de 10 polegadas, central multimídia MBUX de 10,2 polegadas, teto solar panorâmico, ar-condicionado automático de duas zonas, carregador de celular por indução, chave presencial, bancos dianteiros com ajustes elétricos e memória, além de faróis e lanternas de LED com acendimento automático.
Já o pacote de assistentes tecnológicos de condução inclui controlador adaptativo de velocidade de cruzeiro, assistentes de manutenção em faixa e manobras evasivas, monitor de pontos cegos e de tráfego cruzado na traseira, e assistente de estacionamento ativo.
O EQA 250 tem um motor elétrico dianteiro de 190 cv e 38,2 kgf.m de torque, que traciona apenas as rodas da frente e permite ao SUV acelerar de zero a 100 km/h em 8,6 segundos e atingir a velocidade máxima de 160 km/h (limitada eletronicamente).
Alimentado por uma bateria de 66,5 kWh, o elétrico da Mercedes-Benz tem autonomia de até 496 quilômetros com uma carga. O suficiente para mais de uma semana de rodagem, no perfil de uso da maior parte dos motoristas brasileiros.
O meu filho João tem apenas 1 ano e 5 meses. Mas demonstra um grande (teve a quem puxar...) interesse em "diigir" (como ele diz na sua "língua"). Tanto que insistiu para conhecer o posto de pilotagem do EQA 250 e se encantou com os botões sensíveis ao toque no volante. Ao mesmo tempo, ficou perdido ao não achar a alavanca de câmbio.
Não julgo. Vários adultos também se perdem em seu primeiro contato com os Mercedes-Benz, que parecem carros feitos para um público já iniciado na marca. É freio de estacionamento em um botão perto do comando de luzes, é alavanca de câmbio na coluna (no lugar onde normalmente fica o comando dos limpadores), bancos ajustados por botões nas laterais de porta...
Mas a adaptação é fácil e o EQA 250 agrada com sua boa posição de guiar. Um pouco alta, é verdade, mas com todos os comandos próximos das mãos. Aliás, o elétrico da Mercedes vai na contramão de outros premium e ainda se orgulha dos botões físicos espalhados pelo painel. Algo que me agrada muito.
Em rodagem, o SUV elétrico se destaca pelo silêncio. Tanto que tive que abrir os vidros para ouvir com mais clareza o baixo chiado emitido pelo motor. Mérito do belo isolamento acústico, que faz parecerem distantes até os sons vindos do piso ao trafegar por uma rua de paralelepípedos.
Por outro lado, o acerto dinâmico do EQA 250 pode desagradar aos que gostam de um rodar mais macio. É que a direção - bem direta - é combinada com um conjunto de suspensão bem firme. Bem, é algo que combina com o desempenho do modelo.
O SUV oferece quatro modos de condução (Comfort, Eco, Sport e Individual), que variam claramente o desempenho do conjunto motriz. No modo Eco, o EQA parece amarrado e chega a ser irritante, já que exige que o motorista sempre pise fundo. Já no modo Sport, esse elétrico produzido na fábrica de Rastatt (Alemanha) se comporta como um alemão bem nervoso (acho que não preciso explicar mais...).
O modo Comfort é - de longe - o mais equilibrado, e certamente o que você vai escolher no uso diário. Mesmo nessa opção, o Mercedes agrada com ótimas respostas ao acelerador. Quem preferir, pode personalizar um acerto em Individual, alterando manualmente a resposta da direção e do acelerador, e a atuação do controle de tração.
Uma curiosidade é que esse EQA tem aletas atrás do volante, como aquelas presentes nos carros a combustão com câmbio automático. Mas, no caso desse Mercedes aqui, elas servem para alterar a atuação do sistema de freios regenerativos.
Basta puxar a borboleta "D-" para ter uma regeneração mais intensa, enquanto a aleta "D+" deve ser selecionada para permitir que o carro fique mais solto, porém convertendo menos energia cinética das frenagem em eletricidade para o veículo
O Mercedes-Benz EQA 250 agrada pelo luxo e pela sofisticação da cabine. Bom de dirigir, trata bem os motoristas de pé mais pesado e oferece boa autonomia para um elétrico. Já o espaço interno torna o modelo uma opção mais interessante para os casais sem filho.
O grande problema desse elétrico da marca alemã é o preço de R$ 480.900. Esse valor bota o EQA bem acima de concorrentes diretos como o Volvo XC40 P8 Recharge Twin Electric (de R$ 399.950, que tem tamanho semelhante, mas um conjunto motriz com tração integral e 408 cv), e pouco atrás do BMW iX3 (de R$ 485.950, mas bem maior, com 286 cv e que também é equipado com tração integral).
A grama do EQA 250 é bem verde. O problema, é que a grama dos vizinhos é ainda mais verde...
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