É prática comum das montadoras restringir as principais novidades de uma nova linha às versões mais caras. Com o Nissan Kicks 2022 não foi diferente. Quase todos os equipamentos de segurança e entretenimento inéditos no SUV só estão disponíveis na versão Exclusive com o pacote Tech, que custa R$ 122.490. Mas será que vale a pena esse investimento ou há versões mais baratas que dão conta do recado?
Para responder a essa pergunta, avaliamos a configuração Advance, que está tabelada em R$ 108.990. Embora não ofereça novidades como faróis full LED, monitor de ponto cego, além de tecnologias como alerta de mudança de faixa e frenagem de emergência, a configuração intermediária carrega diversos itens de comodidade que costumam ser demandados em um SUV com tabela superior a R$ 100 mil.
A lista começa com volante multifuncional revestido em couro com ajustes de altura e profundidade, vidros dianteiros e traseiros elétricos, piloto automático, chave presencial com partida por botão, sensores de estacionamento, luzes de freio e assinatura frontal em LED, além de rodas de liga leve de 17 polegadas.
No quesito segurança, destaque para o conjunto de airbags duplos frontais, laterais e de cortina. Ao todo, há seis bolsas de proteção.
Mas o diferencial do Kicks Advance perante concorrentes com faixas de preço semelhantes é o painel de instrumentos com tela digital de 7 polegadas. Ela não chega a ser envolvente como a do Volkswagen T-Cross, mas enriquece a viagem e oferece diversas informações relevantes de maneira clara.
A central multimídia também foi atualizada em relação à linha anterior do Kicks, mas a atualização não é muito notável. Ela passou de 7 para 8 polegadas, mas a base do sistema é praticamente a mesma. Há câmera de ré, além de pareamento com Android Auto e Apple CarPlay.
Os adendos ficam por conta do ar-condicionado (que é de série, mas não é digital), além dos bancos (que têm regulagem de altura, mas são revestidos em tecido). Por R$ 2 mil a mais, o consumidor leva assentos revestidos em bancos sintéticos, únicos opcionais do Kicks Advance.
Já equipamentos como faróis de neblina em LED, câmera 360 graus e sistema de som premium assinado pela Bose ficam restritos ao Kicks Exclusive Pack Tech.
O que não muda, independentemente da versão, é o conjunto mecânico. Ele é formado por câmbio CVT e motor 1.6 16V aspirado, que desenvolve 114 cv a 5.600 rpm de potência, além de 15,5 kgf.m de torque máximo a 4.000 rpm.
É verdade que o conjunto está longe de transmitir a pujança dos motores turbo presentes no Chevrolet Tracker e Volkswagen T-Cross, mas é capaz de cumprir bem com as tarefas diárias. A falta de fôlego é mais evidente na estrada, onde ultrapassagens e retomadas são feitas com uma certa preguiça.
Ainda assim, a tônica da performance do Kicks continua sendo o conforto. O ajuste de suspensão é macio, isola bem as batidas secas, sem torcionar muito a carroceria.
Mas o argumento mais plausível a favor do famigerado conjunto 1.6 é o custo de manutenção, que tende a ser mais em conta na comparação com os motores turboalimentados dos rivais citados.
Já um ponto que poderia jogar contra o conjunto aspirado é o consumo de combustível. Não é o caso. O Kicks apresenta números de desempenho semelhantes ao do Tracker 1.2 turbo. Na cidade, a média é de 11,4 km/l com gasolina, e 7,7 km/l, com etanol no tanque. Na mesma ordem de combustíveis, o índice na estrada é de 13,7 km/l e 9,4 km/l.
O que mais pega contra o modelo produzido em Resende (RJ) é o tamanho do tanque de combustível. Com 41 litros, é o menor da categoria, e vai fazer com que o consumidor visite os postos ainda com mais com frequência.
Se a parte dinâmica do Nissan tem seus altos e baixos, o SUV compacto continua uma das melhores opções da categoria em termos de porte e acabamento interno. O modelo tem 4,31 metros de comprimento, sendo que o entre-eixos é de 2,61 m. São medidas muito semelhantes ao do Honda HR-V, referência no segmento em relação a tamanho. O mesmo pode ser dito em relação ao porta-malas de 432 litros.
Já o acabamento continua caprichado. Há emprego de couro no painel e nas portas, além de detalhes cromados e em preto brilhante no console. Tudo de boa qualidade ao toque e que transmite conforto aos passageiros.
A boa oferta do Kicks continua no pós-venda. O valor somado das seis primeiras revisões, que correspondem a 60 mil quilômetros rodados, está na média da concorrência. Custa R$ 3.021. A máxima também vale para o seguro. A oferta mais em conta no AutoCompara é de R$ 2.580,54.
Sendo assim, é possível dizer que o Nissan Kicks Advance é uma das melhores opções da categoria de SUVs compactos na faixa entre R$ 100 mil e R$ 110 mil. O modelo entrega boa oferta de equipamentos e se vale ainda de bons recursos de conforto e segurança.
NISSAN - KICKS - 2022 |
1.6 16V FLEXSTART ADVANCE XTRONIC |
R$ 127300 |
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