Apresentado mundialmente no ano passado, o novo Audi A3 está oficialmente entre nós. Com preços a partir de R$ 229.990 (na versão S Line com motor 1.4 turbo), o modelo começa a ser entregue aos clientes a partir de dezembro e melhorou bastante se comparado à geração anterior - para se ter noção, o modelo tem até inspirações no Lamborghini Urus na parte de dentro...
A versão mais cara, que foi a que andamos, sai por R$ 264.990 e tem o sobrenome Performance Black. Por ora, essas serão as duas únicas versões oferecidas pela fabricante no Brasil. O novo Audi A3 vem importado da Alemanha, da fábrica de Ingolstadt, mas vale lembrar que ele também já foi trazido da Hungria e chegou até a ser feito no Brasil em gerações diferentes. Mas como anda?
O carro chega mais uma vez em duas carrocerias, hatch (chamada de Sportback) e sedã, mas sem alteração de preços por conta do formato.
A versão de entrada, S Line, usa motor 1.4 TFSI de 150 cv e 25,5 kgf.m de torque acoplado a uma caixa de câmbio automática de oito marchas; já a mais cara usa um 2.0 TFSI de 190 cv e 32,6 kgf.m com câmbio automatizado de dupla embreagem S Tronic e sete velocidades. Vamos à lista de equipamentos de cada uma delas e aos opcionais oferecidos:
Vem de série com ajuste elétrico de lombar do banco do motorista (os outros ajustes são manuais); ar-condicionado de duas zonas; seletor de modos de condução; faróis e lanternas full-LED com setas dinâmicas; freio de estacionamento por botão com função autohold; chave presencial; sistema multimídia MMi com tela tátil colorida de 10,1 polegadas; porta-malas com abertura automática (somente para o sedã); rodas de liga aro 18"; painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas e volante com base aplanada, entre outros itens considerados "obrigatórios" para um carro deste valor.
À parte, a versão de entrada oferece o pacote visual S Line (para o interior, já que por fora a estética já é montada baseada nesse estilo).
Há uma série de alterações em relação à configuração de entrada, como o acabamento em alumínio texturizado no console central; o sistema de som mais encorpado; carregador de celular por indução; bancos dianteiros esportivos com apoio de cabeça integrado; banco do motorista com todos os ajustes elétricos; retrovisor com sistema antiofuscamento automático; estacionamento automático; rodas exclusivas inspiradas nas do RS3 (também de 18 polegadas); teto solar elétrico e borboletas para trocas de marcha atrás do volante.
Opcionalmente a marca oferece cinco opcionais: o pacote de decoração interna S Line para a versão de entrada, por R$ 5.500; som da grife Bang&Olufsen, por R$ 6 mil; faróis em LED matriciais por R$ 8.500; um pacote de luzes ambiente em LED por R$ 1.500 e itens externos de carbono, que custa R$ 6 mil para o hatch e R$ 12 mil para o sedã (porque o três-volumes tem uma asa traseira exclusiva).
https://youtu.be/QC6DQQaMe7k
Visualmente, o modelo ganhou linhas parecidas com as adotadas pelas novas gerações da família "3", como o próprio A3 hatch e também o SUV Q3, que chegou ao Brasil no final de 2019.
O A3 Sedan ficou maior, mais elegante e também ganhou tecnologias para ser mais econômico e eficiente. Comparado ao anterior, ele está 4 centímetros mais comprido, 2 cm mais largo e 1 cm mais alto (4,50 metros de comprimento, 1,82 m de largura e 1,43 m de altura). O entre-eixos não mudou e manteve os 2,63 metros.
Isso, na prática, significa que o espaço interno será o mesmo? Normalmente sim, mas este não é o caso do A3, já que a posição do banco do motorista ficou 2 cm mais baixa, com um ligeiro aumento no espaço para os joelhos das pessoas que vão atrás. Por fim, vale destacar que o porta-malas manteve os 425 litros, aumento de 45 litros na comparação com o A3 hatch.
Por dentro dos dois carros há bom acréscimo de tecnologia. Quadro de instrumentos é digital e tem tela configurável colorida de 12,3 polegadas. Note que as saídas de ar do motorista são elevadas. Gostou? Pois a inspiração dessa solução veio do Lamborghini Urus - e isso realmente reforça o apetite da nova geração do carro por esportividade.
Já a central multimídia, colorida e tátil, tem 10,1 polegadas. Ele recebe, entre os equipamentos de destaque, carregador de celular por indução e gerenciamento por meio de aplicativo. Ao lado do câmbio - que é comandado por um botão - existe um pequeno botão sensorial tátil que serve para desligar/ligar o sistema e aumentar/diminuir o volume, tudo por meio de toques suaves.
Mas vale destacar que por enquanto o novo A3 Sedan não oferece o último nível de tecnologia dos carros do Grupo Volkswagen em termos de direção autônoma, incluindo o sistema de manutenção de faixa (com correção automática do volante); câmera frontal com sistema de frenagem automática; aviso de tráfego cruzado e controle de cruzeiro adaptativo (ACC), entre outros.
A culpa disso é da crise mundial de semicondutores. Mas a promessa da Audi é de que o carro irá receber estes recursos assim que o problema for resolvido.
A principal novidade para quem gosta de guiar é que agora o Audi A3 oferece suspensão traseira independente do tipo multilink, o que faz muita diferença na hora de acelerar e entrar em uma curva, por exemplo. Em suma, o carro ficou muito mais confortável, macio e também esportivo de se dirigir, além de que a tocada ficou muito mais "na mão".
Os bancos esportivos da versão Performance Black são um charme à parte. Revestidos em couro, eles têm formato de concha e apoio de cabeça integrado, como em um carro de corrida.
O novo Audi A3 com motor 2.0 TFSI evoluiu bastante em termos dinâmicos. A resposta do conjunto é muito esperta e isso faz com que o carro continue sendo extremamente divertido de se guiar. Mas sem dúvida o grande diferencial, como comentamos, é a suspensão traseira independente, que reforça o apetite do carro por curvas mais fechadas. Dá pra sentir mais segurança e estabilidade, como também faz a maioria dos carros feita sobre a plataforma modular MQB.
Outra coisa: a direção é muito direta e as trocas de marcha da caixa de transmissão automatizada de sete marchas, que é banhada a óleo, são rápidas o suficiente para que a nova geração do carro seja, sem dúvidas, a mais legal que já dirigimos entre todas as outras gerações do modelo. E olha que este escriba já guiou o modelo 1.8T feito no Brasil no começo dos anos 2000 ao lado do Volkwagen Golf.
E o consumo? Acredite, mesmo com uma tocada mais nervosa e sempre com ar-condicionado ligado e duas pessoas a bordo, fizemos uma média de 12,7 km/l de gasolina. Sabemos que não é muito, até porque hoje em dia existem carros híbridos que alcançam números muito mais impressionantes, mas dentro da proposta do carro e pelo conjunto que ele oferece, também não é pouco.