- O novo Audi S4 segue à risca as mudanças mostradas em outubro no pacato A4. Estão lá os novos faróis, grade dianteira e parachoques marcando presença. Por dentro, algumas alterações meramente cosméticas, além da parafernália extra inerente ao esportivo S4, como as rodas maiores e a suspensão enrijecida. Não se trata de uma nova geração, mas de um “upgrade” de meia-vida na versão esportiva de um dos modelos mais importantes para a Audi. O A4 é o carro mais vendido da marca, com mais de cinco milhões de unidades entregues desde o primeiro A4, em 1994. O S4, assim como o A4, deve ganhar uma nova geração, a nona, somente na linha 2015.
Além do “tapa” no visual, o S4 também ganhou uma injeção de tecnologia, com novos equipamentos que melhoram a vida e a segurança a bordo. O modelo ganhou controle de cruzeiro adaptativo, que mantém a distância constante para o carro à frente. Abaixo de 30 km/h, há o sistema que freia automaticamente no caso de uma colisão iminente. Além deles, o S4 traz também o Lane Assist, que detecta mudanças de faixa inadvertidas – no caso, sem o uso das setas. O Side Assist monitora toda a lateral do carro e avisa sobre elementos nos pontos cegos. As mudanças acabam equiparando-o aos modelos maiores da marca, tanto no visual – todos os sedãs Audi parecem ser o mesmo carro com variações de tamanho –, quanto em equipamentos.
A variante esportiva chega nas configurações sedã e Avant, a station wagon, e é equipado sempre com o 3,0 litros TFSI com 333 cv e 44,8 kgfm de torque constantes entre 2.900 rpm e 5.300 rpm, equipado com o sistema de tração integral. O conjunto é capaz de levar o S4 de zero a 100 km/h em 5 segundos e à máxima, limitada eletronicamente, de 250 km/h. Ainda assim, a Audi indica um consumo médio de 12,5 km/l. Cifra boa para um motor capaz desse desempenho e melhor que os 10,3 km/l do S4 anterior – de 2009.
O S4 evolui e manteve a proposta de forte desempenho, além de ser como uma “prévia” para o ainda mais forte RS4 – com motor V8 –, que não deve tardar. O carro manteve os números de potência e desempenho, mas ficou mais econômico e menos poluente. No entanto, toda a engenharia da marca foi executada com tanto afinco pelos desenvolvedores que o conjunto todo parece simplesmente perfeito demais, tamanha a precisão no funcionamento de cada sistema, do motor ao acionamento dos vidros. A falta de falhas visíveis no S4 acaba sendo seu calcanhar de Aquiles. Num ambiente sempre perfeito, a emoção parece deixada de lado.
Primeiras impressões: grave afinado
Lisboa/Portugal – O sedã vermelho com rodas grandes, de 18 polegadas – opcionalmente com 19 polegadas –, e interior em dois tons até que se destaca na paisagem, ainda que as mudanças no visual tenham deixado o S4 igualmente discreto como os outros carros da marca. As lanternas mais estreitas, com opção de luzes de leds dão ao carro um perfil mais elegante e sóbrio do que nunca. As cores berrantes disponíveis no catálogo parecem ser o único artifício para fazer o sedã realmente chamar atenção.
Os 333 cv do motor estão sempre disponíveis e o câmbio S Tronic de dupla embreagem e sete velocidades responde com rapidez surpreendente. As trocas de marchas são instantâneas e o sistema aproveita muito bem a força do V6 sob o capô. Basta uma pisada no acelerador para o S4 despertar do tranquilo murmúrio das baixas rotações para a fúria gerada pela redução de duas ou três marchas quase que instantaneamente. O ronco do propulsor é instigante mas nunca chega a incomodar, enquanto o carro é impulsionado para frente com decisão.
O interior foi recheado de tecnologia e agora tudo parece mais fácil de usar. A Audi reduziu o número de botões no console e simplificou o MMI, o sistema multimídia da marca. Mas, embora mais simples, ele incorporou novas funções, como o Google Street View para o navegador. E até mesmo pode funcionar como um ponto de internet sem fio para telefones celulares ou tablets.
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