SUV médio da Peugeot se renova visualmente e ganha equipamentos para conquistar público de VW Tiguan R-Line, Jeep Compass a diesel e Ford Bronco Sport
Falo sem medo: o Peugeot 3008 é um dos melhores SUVs médios do Brasil e o utilitário que compraria se fosse consumidor desse tipo de categoria. O modelo, lançado nesta segunda-feira (21), está na posição número um da minha lista de SUVs médios de marcas generalistas, que ainda engloba VW Tiguan R-Line, Chevrolet Equinox, Jeep Compass (nas versões a diesel) e Ford Bronco Sport.
E para reforçar essa afirmação incito você, caro leitor, a experimentá-lo. Procure uma concessionária da marca e agende um test-drive (a Peugeot tem protocolos rígidos contra a Covid-19). A sensação de guiar o SUV é única, mesmo não sendo mais rápido que o Tiguan, ou mais lameiro que o Bronco ou até mais capaz no off-road que o Jeep Compass. E no teste de hoje eu vou te explicar os motivos.
O novo visual não é tão chamativo quanto parece pelas fotos. Para os mais leigos, inclusive, nem parece que ele mudou. Durante as seis horas que fiquei com o carro, foram três vezes que notei que o novo desenho chamou a atenção e atraiu olhares nas ruas - e nos três casos foram homens que pareciam ter mais de 40 anos.
Aliás, esse parece ser o principal consumidor do 3008: pessoas endinheiradas de classe A e B com mais de 40, que há uma década admiravam o 508 com os mesmos olhos que hoje colocam sobre SUVs. Por coincidência, encontrei até uma unidade no sedã em um estacionamento para retratar essa mudança de perfil: o cliente que queria o sedã há 10 anos, hoje quer um utilitário. Ou melhor, o 3008.
Na prática, o carro que já era bem recheado ficou ainda mais completo. Na versão topo de linha que andamos, a GT Pack (com preço promocional de R$ 249.990), o SUV vem de série com ar de duas zonas; trio elétrico; freio de estacionamento por botão; câmera 360º; assistente de estacionamento; três modos de condução; detector de fadiga; sensor crepuscular; sistema leitor de placas e de ponto cego; seis airbags; controle de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas.
Na parte de multimídia, a central vem com tela de 10 polegadas e compatibilidade com CarPlay e Android Auto por fio, algo essencial em um carro desse valor atualmente - mas bem que podia ser por Bluetooth. Para recarga, tem uma entrada USB na frente e duas atrás, além de um carregador wireless no console central - que foi o que usei durante a viagem de São Paulo a São Vicente (no litoral de SP), duas semanas atrás.
Além disso, agora o modelo traz alguns itens de luxo e de condução semi-autônoma que o nivelam aos concorrentes. Embora oferecidos de série somente na versão mais cara (e opcionais na mais barata), o 3008 agora tem ACC com Stop and Go (que segue o carro da frente, para totalmente e retoma a velocidade de forma automática), assistente de permanência na faixa com corretor e sistema de frenagem autônoma de emergência.
Coloquei a playlist com minhas músicas favoritas e o sistema de som da Focal deu um show à parte. Com seis alto-falantes, 515 watts, sistema hi-fi, preencheu toda a cabine e também surpreendeu. Mas a melhor parte ainda estava por vir: o momento de segurar firme no volante e acelerar.
Equipado com o mesmo motor do modelo anterior, o conhecido 1.6 THP (turbo de alta pressão), de quatro cilindros, 165 cv e 24,5 kgf.m de torque (que bebe somente gasolina), com injeção direta, o SUV tem ótimas arrancadas e bastante estabilidade em velocidades maiores. Além isso, o casamento com a caixa de câmbio automática de seis marchas (da Aisin) é extremamente bem feito.
As trocas podem ser feitas pela própria alavanca - que tem posição privilegiada e muito ergonômica no console central elevado - ou por borboletas atrás do volante. E agora entra o ponto mais atraente do carro: a posição de dirigir. Com volante com aro (bem) menor que o convencional, é muito prazeroso acelerar e tocar o 3008 olhando para o quadro de instrumentos que fica por cima dele.
Além disso, a iluminação da cabine cheia de LEDs e o nível de acabamento interno é impecável, bem como a acústica, que é excelente. Segundo a Peugeot, o SUV acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e atinge 206 km/h de máxima - com consumo de 9,8 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada. Em nossas mãos, registramos a média de 10,5 km/l em ciclo misto, com ar-condicionado sempre ativo.
Espaço traseiro e porta-malas também são pontos positivos. A acomodação é ótima para dois adultos lá atrás - são 4,45 m de comprimento e 2,68 m de entre-eixos - e excelentes 520 litros de capacidade no porta-malas que, veja só, na versão que conhecemos se abre com uma passada de pé por baixo do compartimento.
Na descida até São Vicente, neblina forte na região serrana, mas sem comboio. Procuro a chave para ligar faróis e lanterna de neblina e só encontro o da lanterna. Isso porque os faróis foram substituídos por uma função chamada "Foggy Mode", integrada aos faróis full-LED, que acende a luz baixa com intensidade reduzida quando a lanterna de neblina é acionada. Na prática, um trabalho a menos.
Depois de um belo almoço no litoral e algumas fotos pela Ilha Porchat, subo a serra em uma tocada mais mansa para curtir os outros features do carro e me deparo com dois ótimos sistemas de conforto e segurança que complementam os itens de condução semi-autônoma: o leitor de placas (não só de velocidade, mas de vários outros tipos) e também o detector de fadiga.
Esse detector parece coisa de filme: inteligente, fica de olho na concentração do motorista e monitora a vigilância em trajetos retilíneos e longos com velocidades superiores a 65 km/h, por meio da análise dos "micro-movimentos", nas palavras da Peugeot, ou dos movimentos no volante. Na prática, se você se mexer pouco, o sistema te notifica sobre o suposto cansaço.
Em resumo, como disse no início, o carro encanta e, ao meu ver, é o mais incrível dessa categoria de SUVs médios de marcas mais comuns como Ford, Volks, Chevrolet etc. - isso, claro, sem falar nos utilitários de mesmo porte de marcas premium, como Volvo XC60, BMW X3 e Audi Q5, embora estes estejam em outro patamar de valores.
Se considerarmos apenas este segmento, que hoje - devido à oscilação cambial e às estratégias dos fabricantes - cobra entre R$ 200 mil e R$ 250 mil por um SUV médio, o Peugeot 3008 seria a minha escolha. E tenho certeza de que os futuros compradores do novo modelo não vão se arrepender, assim como os donos do 3008 atual.
PEUGEOT - 3008 - 2020 |
1.6 GRIFFE PACK THP 16V GASOLINA 4P AUTOMÁTICO |
R$ 229690 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|