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Peugeot 3008 está mais cativante e completo

Aceleramos a versão GT Pack da linha 2022 do SUV da marca francesa: modelo, que já era bem recheado, ficou mais completo

por André Deliberato

Falo sem medo: o Peugeot 3008 é um dos melhores SUVs médios do Brasil e o utilitário que compraria se fosse consumidor desse tipo de categoria. O modelo, lançado nesta segunda-feira (21), está na posição número um da minha lista de SUVs médios de marcas generalistas, que ainda engloba VW Tiguan R-Line, Chevrolet Equinox, Jeep Compass (nas versões a diesel) e Ford Bronco Sport.
E para reforçar essa afirmação incito você, caro leitor, a experimentá-lo. Procure uma concessionária da marca e agende um test-drive (a Peugeot tem protocolos rígidos contra a Covid-19). A sensação de guiar o SUV é única, mesmo não sendo mais rápido que o Tiguan, ou mais lameiro que o Bronco ou até mais capaz no off-road que o Jeep Compass. E no teste de hoje eu vou te explicar os motivos.
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Peugeot 3008 2022: mais completo

O novo visual não é tão chamativo quanto parece pelas fotos. Para os mais leigos, inclusive, nem parece que ele mudou. Durante as seis horas que fiquei com o carro, foram três vezes que notei que o novo desenho chamou a atenção e atraiu olhares nas ruas - e nos três casos foram homens que pareciam ter mais de 40 anos.
Aliás, esse parece ser o principal consumidor do 3008: pessoas endinheiradas de classe A e B com mais de 40, que há uma década admiravam o 508 com os mesmos olhos que hoje colocam sobre SUVs. Por coincidência, encontrei até uma unidade no sedã em um estacionamento para retratar essa mudança de perfil: o cliente que queria o sedã há 10 anos, hoje quer um utilitário. Ou melhor, o 3008.

Na prática, o carro que já era bem recheado ficou ainda mais completo. Na versão topo de linha que andamos, a GT Pack (com preço promocional de R$ 249.990), o SUV vem de série com ar de duas zonas; trio elétrico; freio de estacionamento por botão; câmera 360º; assistente de estacionamento; três modos de condução; detector de fadiga; sensor crepuscular; sistema leitor de placas e de ponto cego; seis airbags; controle de tração e estabilidade e assistente de partida em rampas.
Na parte de multimídia, a central vem com tela de 10 polegadas e compatibilidade com CarPlay e Android Auto por fio, algo essencial em um carro desse valor atualmente - mas bem que podia ser por Bluetooth. Para recarga, tem uma entrada USB na frente e duas atrás, além de um carregador wireless no console central - que foi o que usei durante a viagem de São Paulo a São Vicente (no litoral de SP), duas semanas atrás.

Além disso, agora o modelo traz alguns itens de luxo e de condução semi-autônoma que o nivelam aos concorrentes. Embora oferecidos de série somente na versão mais cara (e opcionais na mais barata), o 3008 agora tem ACC com Stop and Go (que segue o carro da frente, para totalmente e retoma a velocidade de forma automática), assistente de permanência na faixa com corretor e sistema de frenagem autônoma de emergência.
Coloquei a playlist com minhas músicas favoritas e o sistema de som da Focal deu um show à parte. Com seis alto-falantes, 515 watts, sistema hi-fi, preencheu toda a cabine e também surpreendeu. Mas a melhor parte ainda estava por vir: o momento de segurar firme no volante e acelerar.

Como anda

Equipado com o mesmo motor do modelo anterior, o conhecido 1.6 THP (turbo de alta pressão), de quatro cilindros, 165 cv e 24,5 kgf.m de torque (que bebe somente gasolina), com injeção direta, o SUV tem ótimas arrancadas e bastante estabilidade em velocidades maiores. Além isso, o casamento com a caixa de câmbio automática de seis marchas (da Aisin) é extremamente bem feito.
As trocas podem ser feitas pela própria alavanca - que tem posição privilegiada e muito ergonômica no console central elevado - ou por borboletas atrás do volante. E agora entra o ponto mais atraente do carro: a posição de dirigir. Com volante com aro (bem) menor que o convencional, é muito prazeroso acelerar e tocar o 3008 olhando para o quadro de instrumentos que fica por cima dele.
Além disso, a iluminação da cabine cheia de LEDs e o nível de acabamento interno é impecável, bem como a acústica, que é excelente. Segundo a Peugeot, o SUV acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e atinge 206 km/h de máxima - com consumo de 9,8 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada. Em nossas mãos, registramos a média de 10,5 km/l em ciclo misto, com ar-condicionado sempre ativo.
Espaço traseiro e porta-malas também são pontos positivos. A acomodação é ótima para dois adultos lá atrás - são 4,45 m de comprimento e 2,68 m de entre-eixos - e excelentes 520 litros de capacidade no porta-malas que, veja só, na versão que conhecemos se abre com uma passada de pé por baixo do compartimento.

Desce e sobe a serra

Na descida até São Vicente, neblina forte na região serrana, mas sem comboio. Procuro a chave para ligar faróis e lanterna de neblina e só encontro o da lanterna. Isso porque os faróis foram substituídos por uma função chamada "Foggy Mode", integrada aos faróis full-LED, que acende a luz baixa com intensidade reduzida quando a lanterna de neblina é acionada. Na prática, um trabalho a menos.
Depois de um belo almoço no litoral e algumas fotos pela Ilha Porchat, subo a serra em uma tocada mais mansa para curtir os outros features do carro e me deparo com dois ótimos sistemas de conforto e segurança que complementam os itens de condução semi-autônoma: o leitor de placas (não só de velocidade, mas de vários outros tipos) e também o detector de fadiga.
Esse detector parece coisa de filme: inteligente, fica de olho na concentração do motorista e monitora a vigilância em trajetos retilíneos e longos com velocidades superiores a 65 km/h, por meio da análise dos "micro-movimentos", nas palavras da Peugeot, ou dos movimentos no volante. Na prática, se você se mexer pouco, o sistema te notifica sobre o suposto cansaço.

Conclusão

Em resumo, como disse no início, o carro encanta e, ao meu ver, é o mais incrível dessa categoria de SUVs médios de marcas mais comuns como Ford, Volks, Chevrolet etc. - isso, claro, sem falar nos utilitários de mesmo porte de marcas premium, como Volvo XC60, BMW X3 e Audi Q5, embora estes estejam em outro patamar de valores.
Se considerarmos apenas este segmento, que hoje - devido à oscilação cambial e às estratégias dos fabricantes - cobra entre R$ 200 mil e R$ 250 mil por um SUV médio, o Peugeot 3008 seria a minha escolha. E tenho certeza de que os futuros compradores do novo modelo não vão se arrepender, assim como os donos do 3008 atual.

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