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Peugeot e-208 GT é um elétrico muuuito divertido

Aceleramos a versão elétrica do hatch compacto que tem tocada esportiva, posição de dirigir perfeita e vem completinha

por André Deliberato

Enfim pus a mão na nova geração do Peugeot 208 - e de cara na versão mais legal e, curiosamente, a mais sustentável. Pois é, acelerei o Peugeot e-208 GT nesta virada de ano e conto agora para vocês o que achei a respeito.
O carro do teste tem etiqueta salgada. Sem escolha de cor, sai por iniciais R$ 269.990 - cores especiais custam adicionais R$ 1.890, mas o amarelo especial como o carro das imagens exclusivas do WM1 sai por R$ 2.890 (assim como uma outra chamada "Branco Nacré"). Ou seja, o carro que você vê aqui pode ser seu por R$ 272.880.
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Como é o Peugeot e-208 GT

Vamos começar justamente sobre a etiqueta de mais de R$ 270 mil. Sabemos que isso não é pouco na atual realidade do país. Mas também sabemos que um modelo elétrico, hoje, costuma ser o segundo ou terceiro carro de uma pessoa com grana, que já começou a enxergar um futuro mais sustentável.
Vale lembrar que um veículo 100% elétrico, hoje, tem vários benefícios - vamos citar manutenção mais barata (afinal não há bombas, filtros e mangueiras de combustível para trocar, por exemplo), isenção de rodízio em São Paulo (SP) e a não necessidade de pagamento do IPVA em várias cidades do país.
Isso posto, vamos entrar em um mundo onde só há carro elétrico - especificamente, sem considerar os de marcas premium, e sim o "primeiro escalão". Falamos, principalmente, de Fiat 500e (R$ 255.990); Renault Zoe (R$ 204.990); Nissan Leaf (R$ 297.140) e Chevrolet Bolt (em pré-venda por R$ 317 mil) - isso sem considerar outros carros que devem chegar este ano, como Volkswagen ID.3, por exemplo.
Reparou que nessa categoria os preços meio que se nivelam? Isso considerado, dá para entender os R$ 270 mil cobrados pelo Peugeot e-208 GT, certo? Pois então agora vamos para a parte mais legal desse carrinho: o sobrenome GT.

Motorzinho afinado

Aqui não tem papo de "motorzinho é coisa de dentista", embora eu seja um fã declarado de muscle cars com motores enormes - sou ainda mais entusiasta da filosofia e do estilo dos pony cars do que da potência exagerada em si. O lance é que muita gente com quem conversei a respeito do e-208 GT achou que 136 cv e 26,5 kgf.m não eram números "suficientes" para fazer valer a sigla "Gran Turismo".
Discordo. O carrinho é muito leve se não esquecermos de considerar o peso da bateria (são 1.539 kg no total) e isso significa que o torque de 26,5 kgf.m - praticamente o mesmo que o do motor 1.6 THP do Grupo PSA - é insano quando chega de forma instantânea.
Mas calma. O carro não é um superesportivo de fazer o corpo encostar no banco - lembre-se, é um compacto do segmento de "entrada" da categoria de carros 100% elétricos no Brasil. A sorte é que o câmbio ajuda - falamos, mais uma vez, de um elétrico movido por um sistema com apenas duas marchas, sendo uma à frente e outra à ré.

O grande barato é que esse desempenho agradável vem combinado a uma pegada de dirigir que é extremamente gostosa. Por ser pequeno (diâmetro de giro de só 10,4 m), o e-208 GT é bem na mão e muito divertido de se guiar. O volante diminuto posicionado mais para baixo - para que o quadro de instrumentos seja visto por cima - e o posicionamento do resto do painel é outro ponto positivo.
Resultado: o carrinho faz de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos e consegue chegar, limitadamente, a 150 km/h. Precisa de mais?
Consumo? Não existe: aqui você só se preocupa em chegar na garagem e espetar o carro na tomada (220V) ou no wallbox - são 16h na tomada de casa e 1h em carregadores rápidos de shoppings. Mas vamos aos números de autonomia: com uma carga completa, o compacto pode rodar até 340 quilômetros no padrão europeu mais "conservador". No mais liberal, o alcance chega a 450 km.

Completinho

Por falar em painel, precisamos lembrar que a prática dos fabricantes de rechear os carros no Brasil para que os preços não pareçam tão salgados é a mesma nos elétricos. O e-208 GT, por exemplo, traz os mesmos equipamentos da versão topo de linha Griffe do hatch movida com motor 1.6 flex. Mas vem com central multimídia maior (com tela de 10") e carregador de celular sem fio.
Também achei o acabamento superior em relação às versões "civis" do carro - que só conheço de forma estática, sem ter rodado -, com muitos materiais emborrachados nos painéis de porta, inclusive na parte traseira. Os bancos também são mais esportivos e têm aquecimento. Por fim, o freio de estacionamento é por botão, e a alavanca do câmbio é toda diferenciada.

Visual arrebatador

Outro grande barato desse carro, ao menos na minha opinião, é de que a Peugeot considera que um veículo elétrico não precisa (nem deve) ser diferente em relação à versão à combustão. E talvez esta seja a maior virtude de design desse carro, até porque o compacto já é bonito, ousado e futurista por natureza.
Mas há pequenas diferenças: o e-208 traz molduras escuras nos para-lamas e padrões escurecidos nos para-choques, capas dos retrovisores e no teto. As rodas são de 17 polegadas e a suspensão é independente na frente, mas por eixo de torção atrás. Podia ser independente no eixo traseiro também, mas isso demandaria todo um trabalho de engenharia que talvez não valha o custo.

Ah, o elétrico ainda é 1 cm mais baixo que os 208 normais a fim de melhorar o arrasto aerodinâmico. E tem pneus mais finos e o logo da Peugeot com implementos em azul - assim como outras marcas de modelos eletrificados também fazem. As dimensões são estas: 4,05 metros de comprimento, 2,54 m de entre-eixos, 1,45 m de altura e 1,74 m de largura.

Apertado para uma família, mas ótimo para solteiros ou casais - ou, como dissemos, para pessoas que têm o carro como segunda ou terceira opção para rodar na garagem.
O bagageiro tem capacidade para 311 litros, o que também é um ponto muito positivo se considerarmos que carros elétricos costumam perder espaço interno para receber a bateria e o motor elétrico - que no caso do 208 fica no lugar "tradicional" de um hatch: no compartimento sob o capô.

Resumo da ópera

Bonito, chamativo, ligeiro, completinho, super na mão e sustentável. Essas palavras resumem o que é rodar com o e-208 GT. Uma pena ainda ser, infelizmente, um brinquedo com preço ainda acima dos modelos a combustão. Mas quem sabe daqui alguns anos...

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