A Volkswagen tem uma conexão com o Rock in Rio desde 2011. Gol, Fox e Saveiro já tiveram versões em homenagem ao festival de música que, este ano, comemora 40 anos. Dessa vez, o carro escolhido para levar o nome do evento em uma série especial foi o Polo.
Líder em emplacamentos entre os carros de passeio no acumulado até agosto, com pouco mais de 84 mil unidades vendidas, o hatch é o sétimo modelo da Volkswagen a ostentar a marca Rock in Rio.
A série é baseada na versão básica do Polo Track 1.0 MPI e custa R$ 93.590. São exatos R$ 3 mil a mais que a pedida da configuração padrão, justificados pela entrega de detalhes estéticos alusivos ao festival, além de dois equipamentos. Mas será que justifica mesmo? Bom, é isso que vou tentar mostrar com as minhas impressões sobre o modelo.
O Polo Rock in Rio tem uma série de homenagens ao festival de música espalhadas pela carroceria. Caso dos adesivos colados na parte inferior das portas, com a marca do evento.
O mesmo acontece na tampa do porta-malas, onde o detalhe parece unir as lanternas. É bem parecido com o decalque em preto usado no Gol Last Edition e no Polo Track First Edition. Na extremidade do capô, perto do farol direito, há outro adesivo. O teto na versão é preto, combinando com o tom das maçanetas e dos retrovisores.
No geral, as mudanças estéticas feitas para a versão deixam o modelo com um visual agradável e destacado das demais. Talvez por ser novidade, enquanto estive com o carro, percebi muitos olhares para o hatch.
A cabine talvez não chame tanta atenção assim, já que tem mudanças bem mais pontuais - mas isso pode ser considerado positivo. Os bancos usam um revestimento em dois tipos de tecido e tons. A marca Rock in Rio aparece em relevo nos encostos de cabeça.
Diferentemente da versão Track, o painel da série especial tem parte da superfície em black piano, o que disfarça a má impressão causada pelo excesso de plásticos espalhados pela cabine. A peça também tem um adesivo do festival, assim como as soleiras das portas e os tapetes.
Um dos principais diferenciais da versão Rock in Rio está, sem dúvidas, na central multimídia VW Play de 10 polegadas, no volante multifuncional e nos seis alto-falantes de série - na versão Track são apenas quatro. A escolha pelos equipamentos casa bem com a proposta de um carro alusivo a um evento de música.
O restante da lista de itens é o mesmo oferecido na configuração Track. Sendo assim, a versão é bem básica. Os vidros traseiros com manivela e os retrovisores externos ajustados por "pininhos" não me deixam mentir. Também não há equipamentos como sensor traseiro de estacionamento ou câmera de ré.
Em segurança, ao menos, a lista agrada. A versão tem quatro airbags (frontais e laterais), alertas de frenagem de emergência e pós-colisão, controles de tração e estabilidade, bloqueio do diferencial, Isofix e sensor de pressão dos pneus.
O Polo Rock in Rio, assim como a versão Track, usa o motor três cilindros aspirado 1.0 MPI, que tem potência de 84 cv (etanol) e 77 cv (gasolina), alcançadas a 6.450 rpm.
O torque é de 10,3 kgf.m e 9,6 kgf.m, respectivamente no etanol e na gasolina, sendo que, no caso do derivado de petróleo, esse pico só é alcançado a 4.000 rpm, enquanto no biocombustível o ápice vem aos 3.000 rpm. A transmissão usada na versão é a manual de cinco marchas, enquanto a direção tem assistência elétrica.
Rodei cerca de 250 quilômetros com o Polo Rock in Rio durante uma semana. Nesse período, pude perceber alguns pontos fortes e outros nem tanto do modelo.
Como acontece com outros carros da VW, a ergonomia é um aspecto positivo. Não é preciso muito tempo para se encontrar no hatch, que tem ajuste de altura no banco e de altura e profundidade no volante.
Já encaixado e bem posicionado, coloco a chave canivete na ignição. O computador de bordo, posicionado entre os dois mostradores analógicos (conta-giros e velocímetro), acende. A telinha é pequena e simples, mas mostra o necessário. Não curti tanto o tamanho dos números dos instrumentos analógicos. É preciso atenção para não se perder na hora do radar.
Tudo pronto para sair. A partida do 1.0 MPI EA211 do Polo Rock in Rio é silenciosa e pouco percebida de dentro da cabine. Nos primeiros quilômetros, relembrei algo que já havia sentido rodando com outras versões do Polo com mesmo conjunto: em baixas rotações, ao contrário do festival de música, o modelo não é tão empolgante.
Muitas vezes, é preciso forçar a redução de marchas para conseguir que o carro responda ao comando dado no acelerador. A faixa de 3.000 rpm onde encontramos o pico de torque pode explicar essa sensação.
Por outro lado, o hatch de 1.054 quilos surpreende pela eficiência energética. Durante o período de avaliação, a média de consumo com etanol foi de 9,7 km/l, quase sempre na cidade, com o ar-condicionado ligado e dois ocupantes.
A transmissão manual de cinco marchas com engates bem curtos e precisos é outro ponto alto do hatch. Algo que já estamos habituados a ver nos modelos da Volkswagen. Assim como a boa dinâmica da linha Polo, montada sobre a plataforma MQB-A0. Sendo assim, o modelo mantém a boa capacidade de contornar curvas praticamente sem inclinar ou transmitir qualquer insegurança.
O saldo positivo é resultado do sistema de suspensão bem ajustado e firme, mas que não prejudica o conforto de quem vai na cabine. O entre-eixos tem 2,56 metros e gera uma cabine que leva tranquilamente até quatro ocupantes com conforto.
Ajustados os bancos dianteiros para minha altura (1,74 m), dá até para cruzar as pernas na segunda fileira. O modelo também tem um porta-malas justo para a categoria: 300 litros.
Se você é daqueles compradores que gostam de ter edições limitadas e exclusivas, o Polo Rock in Rio pode ser uma ótima pedida. O modelo tem um visual distinto do exibido pelos demais, e a central multimídia e o sistema de som entregam uma experiência agradável.
Caso você não se importe necessariamente com isso, talvez a versão Track do Polo - de R$ 90.590 - te atenda melhor. A variante tem uma lista de equipamentos parecida, exceto pelos seis alto-falantes e pela central multimídia VW Play de 10 polegadas. Esta última pode ser adicionada via pacote de opcionais e custa R$ 1.610 extras, elevando o valor para R$ 92.200 - ainda abaixo do preço da série limitada.
Há ainda a versão Polo MPI, que tem os mesmos equipamentos do Track, porém acrescidos dos faróis full-LED por R$ 94.390. A escolha, no fim, vai depender muito do que você busca no seu novo carro.