Aceleramos a versão mais cara do SUV de entrada da Porsche, que tem motor V6 biturbo de 440 cv, câmbio extremamente poderoso e que roda como esportivo
Talvez você tenha visto aqui no WM1, mas no começo de maio a Porsche anunciou a linha 2022 do Macan com quatro versões: a de entrada, sem sobrenome; a "T", mais preparada - essas com o motor 2.0 de 265 cv e 40,8 kgf.m de torque -; depois a S, com motor V6 2.9 de 380 cv e 53 kgf.m; e no topo da gama, o Macan GTS, insano e colossal, com o mesmo V6, só que entregando 440 cv e 56,1 kgf.m.
E é justamente desse canhão que vamos falar no teste de hoje.
Porsche Macan é o SUV de entrada da marca premium alemã. Ele usa a mesma plataforma do Audi Q5 - a MLB, do Grupo Volkswagen -, mas não tem o mesmo porte, já que dá para notar que ele é bem menor que o modelo da marca das quatro argolas.
Hoje, tem quatro versões: a sem sobrenome, que custa R$ 439 mil; a "T" que sai por R$ 479 mil; a "S" de R$ 569 mil; e a GTS, bem mais nervosa, que pode ser sua por meros R$ 669 mil. E hoje eu vou te contar porque "ser um Porsche" basta para que esse carro se torne uma excelente opção de compra.
Antes, falemos sobre o design. Note que, visualmente, o Macan nunca mudou muito seu desenho. Ele parece um mini Cayenne, só que nessa nova geração ele recebeu uma nova grade e para-choques inédito.
Repare também que há sensores e radares espalhados por toda a parte frontal. Os faróis, no entanto, mantiveram o desenho clássico e seguem com quatro pontos de LED na parte interna.
De lado a gente percebe como o Macan é baixinho, especialmente nessa versão, que tem suspensão pneumática que pode ser rebaixada em 10 cm - como na hora em que as imagens foram feitas. Outro destaque são as rodas de 21 polegadas pintadas de grafite que têm desenho bem esportivo.
Na traseira, sem dúvida o que mais chama a atenção são as lanternas interligadas por um filete de LED inteiriço que atravessa toda a tampa do porta-malas.
Aliás, note que nessa versão o conjunto de faróis e lanternas é escurecido, enaltecendo a pegada mais nervosa, e que ele tem duas saídas duplas de escape bem agressivas na parte de baixo.
Vale lembrar que nessa configuração o carro oferece até sistema de vetorização de torque, mas vou falar sobre isso já já, na hora das impressões. Antes, "bora" conhecer o interior.
Galera, estamos em um Porsche. Muitas vezes, não tem o que falar. Só por ser um Porsche esse carro já se posiciona vários degraus acima do que outros modelos dessa faixa de preço.
Mas vamos destacar as mudanças desse carro na comparação com o Macan que era vendido até o ano passado.
Dentro, o GTS tem um novo volante, inédito, herdado do 911; um estilo totalmente novo de console central, com alavanca de câmbio mais curta e comandos fornecidos por uma tela sensível ao toque, além de várias melhorias em tecidos e acabamentos espalhados pela cabine.
Mas o que mais se destaca não é o que ele oferece, mas como ele te recebe. Chave de partida do lado esquerdo, perfeição nos detalhes, cuidado extremo na escolha dos materiais e alinhamentos irretocáveis são os pontos mais fortes da cabine.
Gosto muito do "manettino" no volante para escolher o modo de condução - que vai do normal ao Sport, ao Sport Plus e depois ao Individual, onde você consegue "editar" as respostas do carro à sua maneira - e do bendito botãozinho no console que abre o escape e aumenta o ronco que sai do SUV lá atrás. Muito mesmo.
Rolê de Porsche é outra história. Puta motor, câmbio absurdo, suspensão alucinante... Não há o que falar do carro, ainda mais nessa versão mais brutal.
Ele aponta na medida da certa, é equilibrado ao extremo, tem respostas absurdamente rápidas e o câmbio automatizado PDK, de série em todas as versões, é o seu melhor amigo nessa busca incessante por diversão.
O sistema de tração nas quatro rodas é outro grande aliado nessa tocada sugerida pelo próprio sobrenome GTS. E o sistema de vetorização de torque é aquele diferencial que te dá a certeza de estar em um carro especial.
Veja de novo as imagens. Não parece que estamos em um SUV. Ele não é tão alto, e como você consegue posicionar o banco bem perto do assoalho e regular a altura e a profundidade do volante, parece que você está em um veículo menor, quase como em um hatch.
E o que falar dos bancos? Eles têm formato anatômico perfeito para encaixar quem vai na frente e te abraça da forma mais segura do mundo em uma entrada de curva mais forte, por exemplo.
Isso posto, preciso falar: não tem como não forçar esse carro a andar no limite. Ele instiga. Desde que comecei a guiar, não saí do modo Sport Plus, ainda que isso tenha custado boa parte do consumo de combustível.
Mas ele instiga. Ele excita. Chama a atenção por onde passa. E a vontade de quem dirige é de engolir marcha atrás de marcha para ver até onde ele consegue chegar, como em uma pista.
Segundo dados oficiais, o Macan GTS acelera de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos e chega a 272 km/h de máxima. Cara, isso é mais rápido que a aceleração de um Ford Mustang Mach 1, que arranca de 0 a 100 em 4,3 segundos. É viciante.
E o consumo é o seguinte: em nossas medições, não saímos da média de 6,5 km/l. Não é bom, claro, mas como estamos falando de Porsche de quase R$ 700 mil, é provável que os reais interessados nesse carro sequer deem atenção para essa informação.
Outra coisa sobre a qual precisamos falar é da quantidade de equipamentos e de tecnologia que esse carro oferece - e que realmente precisava oferecer pelo valor que cobra.
O Macan tem uma série de funções e serviços online de série, que podem ser controlados através da tela full HD tátil de 10,9 polegadas do painel, que oferece gerenciamento convencional... ou por comandos de voz.
Mas vamos destacar versão por versão. As três primeiras vêm de série com faróis em LED; bancos com ajustes elétricos para motorista e passageiro; teto solar panorâmico; retrovisores com função antiofuscante; Park-Assist dianteiro e traseiro com câmera de ré; interface ao sistema CarPlay; e, claro, direção assistida e ar-condicionado automático com duas zonas de resfriamento.
Ele também tem os equipamentos que auxiliam o motorista para uma condução semiautônoma, mas aposto que você, caro leitor, não quer saber sobre isso.
Já o quadro de instrumentos tem um display digital e colorido, só que do lado direito - o mostrador central, como nunca deve deixar de ser, é do tipo analógico e tem fundo vermelho, bem esportivo.
Já a configuração GTS é a única que vem com o pacote Sport, que conta com equipamentos exclusivos para a parte interna, como os bancos esportivos com ajuste elétrico de 18 posições; pacote de revestimento em carbono; som da grife Bose; estofamento de couro como em carros de corrida com costuras contrastantes e a insígnia GTS espalhada pela cabine.
Falamos de um SUV, então temos que falar sobre espaço interno. E nesse sentido temos que ressaltar que a área traseira do carro recebe bem dois adultos, embora três já se apertem um pouco por conta do túnel central bem elevado.
Mesmo assim, dá para viajar tranquilamente, já que quem senta nos bancos de trás conta com vários mimos, como saídas USB para carregamento de aparelhos eletrônicos e saídas de ar exclusivas, com a temperatura escolhida pelo motorista.
Isso tudo também não atrapalha tanto o volume do porta-malas, que é muito bom para um carro desse tamanho: são 488 l de capacidade, volume muito maior que o de vários SUVs médios, aliás.
A conclusão é óbvia: se você tem grana e gosta de dirigir, o Macan é a melhor opção do segmento para quem busca esse atributo.
Ele é rápido, esperto, dinâmico, freia muito bem, retoma velocidade como poucos e ainda tem um quê de exclusividade que vários outros modelos dessa categoria não conseguem oferecer. E além de tudo isso, tem algo que nenhum rival oferece: ele é um Porsche.
PORSCHE - MACAN - 2023 |
2.9 V6 BITURBO GASOLINA GTS PDK |
R$ 669000 |
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