Na semana passada, o Webmotors foi conferir de perto como anda o Chevrolet Captiva 2,4-litros a gasolina. O lançamento do SUV da GM com motor mais brando chegou num momento oportuno. Afinal, depois de quatro meses do lançamento do Captiva Sport V6 conseguimos testá-lo em terras urbanas. Exatamente na mesma semana.
Com a pegada dos dois modelos “fresquinhas” na cabeça, o WebMotors pôde oferecer aos leitores bons contrapontos. Um deles é que o preço do Captiva testado subiu por volta de 4% depois que foi lançado em 2008. Outro é que, com a diferença de valor do 2,4-litros para o V6, você compra quase um Fiat Mille modelo 2006.
Mas o Captiva Sport V6 vale o quanto custa, principalmente se comparado com os seus concorrentes diretos. Por R$ 103,99 mil você tem 261 cv de potência máxima, uma relação de quase R$ 340 reais por cv de potência, semelhante à do Chevrolet Celta, que custa por volta de R$ 25 mil e oferece 77 cv R$ 324 por cv. Levando em conta a relação de reais por cv de potência, o Captiva oferece custo/benefício próximo ou melhor que o de alguns modelos populares.
Como tem uma massa superior a uma tonelada 1.850 kg, o Chevrolet oferece uma relação peso/potência de 7 kg/cv. O número é excelente para desenvolver velocidades suficientes na estrada ou até mesmo no circuito urbano.
A cidade não é a praia do Captiva. Seu motor parrudo deve ser usado com cautela e a posição de dirigir não é favorável. O banco tem ajustes elétricos, mas o assento um pouco curto incomoda um pouco.
A visibilidade é excelente, com espelhos retrovisores exagerados e com boa área envidraçada. O lado ruim do primeiro item é ver tantos motociclistas se esforçando para desviar do Captiva.
Visualmente o Captiva dá uma lição de design, apesar de ter sido projetado na Coréia e fabricado no México. Por onde passou o carro foi assediado e idolatrado. A gravata da GM parece reforçar ainda mais a aceitação do produto, considerando a reação das pessoas ao carro. As rodas de aro 17” de alumínio, as entradas de ar laterais, o capô com vincos e o rack no teto são componentes que agradam mais ainda ao brasileiro.
Sim! Apesar de lembrar uma “barca” pelos movimentos lentos em curvas, o Captiva é um luxo só. Bancos com aquecimento, ar-condicionado, banco com regulagem elétrica, porta-objetos e porta-copos por todo lado, rádio com CD MP3 e controle no volante e controlador de velocidade. O que falta: sensor de estacionamento, teto solar e computador de bordo com consumo instantâneo.
Os pneus de perfil baixo 235/60 R17 são ideais para um piso plano, porém são péssimos em terrenos acidentados ou no asfalto irregular. Eles ajudam a escola de samba a conquistar nota 10 no quesito bateria.
A versatilidade do interior, capaz de transformar o porta-malas em algo próximo do compartimento de um furgão 1.586l, é boa. Os bancos podem ser rebatidos facilmente, sem grandes esforços. Ponto positivo neste item. O negativo fica por conta do estepe.
Além de servir exclusivamente para rodar em emergências, ele fica acima do assoalho e abaixo do apoio das bagagens. Aquela história de arrancar tudo do porta-malas para trocar um pneu volta à tona no caso do Captiva. Mas o modelo da Chevrolet é equipado com sensores de monitoramento da pressão dos pneus.
O Captiva não é um carro para um simples mortal. O cara precisa ter um poder aquisitivo mais elevado para colocar o automóvel dentro da garagem. Pisar no acelerador firmemente e sentir a puxada é gostoso, tanto nas retomadas como nas arrancadas. Mas não dá para fazer isso sem dó de desperdiçar combustível fóssil. Por outro lado, seria ridículo colocar um galão de GNV no porta-malas de 821 l...
Segundo a Chevrolet, o Captiva acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 s e atinge a velocidade máxima de 180 km/h, limitada eletronicamente. O velocímetro analógico do Chevrolet Captiva Sport marca a velocidade tanto em milhas por hora como em km/h.
Segundo a GM, o Captiva faz 7,6 km/l no trânsito urbano e 12,2 km/l na estrada. De acordo com as medições do WebMotord, o SUV da GM fez 5,8 km/l na cidade e 10,5 km/l na rodovia.
O Captiva é um crossover que está bem longe de ser um off-road. Além dos pneus de perfil baixo, o modelo se comporta inteligentemente no asfalto e até certo ponto de modo incoerente na terra. Durante os testes em terrenos acidentados, o Chevrolet se perdeu em um trecho de lama. O carro entendia que as rodas estavam deslizando e acionava o controle de tração. Mesmo com este sistema desligado o utilitário não se saiu bem. Resumo: o carro é uma boa pedida para trilhas leves, aquelas do sítio no fim de semana. Mas esqueça aquelas saídas com os amigos do clube do jipe.
Outro senão da lama é que a distância do solo do Captiva é a mesma da Fiat Strada Adventure. Qualquer obstáculo acima de 200 mm fica impossível de ser ultrapassado para os dois veículos. O ângulo de ataque é bem baixo 18,2º e o de saída razoável 22,7º.
Para off-road, a melhor opção dentro da Chevrolet seria a Blazer. O utilitário antiquado usa um motor a diesel de 140 cv com tração 4x4. O preço sugerido é de R$ 136,58 mil. A Blazer com tecnologia flexível em combustível custa R$ 76 mil, mas não tem tração nas quatro rodas. Seria o Captiva o sucessor da Blazer?