Pelos valores atuais onde hoje começam as ofertas de SUVs compactos - lista composta por Jeep Renegade, Hyundai Creta, Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker, entre outros -, algo perto dos R$ 130 mil, uma opção interessante para quem precisa de espaço é o novo Citroën C3 Aircross.
A versão Shine, sobre a qual vamos falar agora, é a mais cara do modelo com cinco lugares, antes de entrarmos na área das variantes com sete assentos. E tem ótimo custo-benefício pelo que oferece.
O novo Aircross tem três versões em cada uma das duas propostas (cinco ou sete bancos): Feel, Feel Pack e Shine - nessa reportagem, meu parceiro Evandro Enoshita explicou tudo detalhadamente.
Passamos alguns dias com o C3 Aircross Shine. Gostei do que provei, me colocando no papel de um pai de família com mais de dois filhos: há espaço de sobra, tecnologias condizentes com o preço e com o que o mercado oferece hoje em dia, e acabamento digno.
Hoje, vale lembrar, o segmento de carros "populares" com sete lugares é comandado pela Chevrolet Spin, que vive sozinha na categoria e vai mudar em breve justamente para responder à investida da Citroën com o Aircross, feita no final do ano passado pelo Grupo Stellantis.
Feito sobre a plataforma CMP - a mesma do C3 hatch e do Peugeot 208 -, em Porto Real (RJ), o novo C3 Aircross pode ser considerado um crossover por misturar elementos de SUV com minivan. É o segundo de três modelos que terão visual inspirados na família "C-Cubed".
Esteticamente, tem na parte dianteira desenho que segue a atual filosofia de design da empresa. Os faróis são interseccionados e dividem os elementos das luzes de rodagem diurnas (DRLs) em LED na peça, que faz uma espécie de "bumerangue". Os canhões principais são halógenos.
A linha de cintura é alta como nos SUVs e, quando visto de perfil, ao menos nesta versão Shine, as rodas diamantadas de 17 polegadas chamam a atenção por serem bem bonitas. O rack no teto, que também é pintado de preto, reforça a sensação de exclusividade.
O novo Aicross tem 4,32 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,67 m de altura e 2,68 m de entre-eixos. Com essas medidas, ele é um dos maiores SUVs compactos disponíveis no mercado brasileiro.
Alto, tem vão livre de 23,3 cm e ângulos de entrada de 23,8° e de saída de 32°. Segundo a marca, as medidas permitem que ele ofereça o maior espaço para passageiros do banco traseiro entre os carros da categoria.
A mesma carroceria é usada nas configurações para cinco e sete passageiros, com as versões de maior capacidade se diferenciando pelos bancos individuais adicionais no porta-malas - que são dobráveis e removíveis, permitindo o uso do porta-malas de 493 litros quando estiverem fora de uso.
Ainda em estética, as lanternas traseiras também são inspiradas nas do C3 - e se "unem" por meio de um vinco cromado na tampa do porta-malas. De modo geral, um desenho agradável e robusto.
Todas as versões desta nova geração do carro são comandadas pelo motor Turbo 200 da Stellantis, que é aquele 1.0 turboflex também aplicado nas versões mais caras da Fiat Strada, do Pulse e do Fastback, bem como nas novas versões do Peugeot 208.
No crossover da Citroën, o conjunto entrega 130 cv e 20,4 kgf.m de torque, combinado sempre a um câmbio automático CVT que simula sete marchas. Com esse conjunto, o novo Aircross vai de zero a 100 km/h em 9,7 segundos e pode chegar a 191 km/h de velocidade máxima.
Em registros oficiais de consumo, a Citroën e o PBEV garantem que o Aircross Shine de cinco lugares pode fazer 7,4 km/l na cidade e 8,6 km/l na estrada com etanol; e 10,6 km/l e 12 km/l com gasolina, respectivamente.
Gostei do que testei. Apesar da posição elevada de guiar, o C3 é confortável, espaçoso e não deixa de ser prático, mesmo com seus 4,32 m de comprimento.
A posição de dirigir é bem pensada e encaixada, apesar de o quadro de instrumentos não ser tão grande quando poderia. Em contrapartida, a central multimídia fica à mão e todos os outros itens são posicionados de forma fácil e intuitiva.
Mesmo assim, achei o peso da direção muito leve, ainda que a assistência elétrica ajuste-o à medida que a velocidade aumenta. Não é ruim, mas há carros com ajuste melhor na categoria.
O motor turbo e a caixa de câmbio CVT formam um conjunto excelente, que vem sendo elogiado em vários outros modelos do Grupo Stellantis - e aqui não deixaria de ser diferente, principalmente por conta do baixo peso do carro, de apenas 1.216 quilos.
A suspensão é outro alento: voltada para o conforto, ela é macia e se mostrou muito bem calibrada para absorver as imperfeições do nosso asfalto, mesmo fazendo com que o carro incline excessivamente em curvas um pouco mais fortes.
A central multimídia pede alguns minutos de entrosamento, mas depois fica fácil de mexer, ajustar e configurar ao modo de quem a usa. Vale lembrar que o Aircross tem CarPlay e Android Auto sem fio.
Quanto ao acabamento, não espere por primor. A versão Shine ainda tem alguns detalhes mais esmerados, mas essa de fato não é a maior virtude do modelo.
Na prática, é um carro ágil, extremamente espaçoso e conectado com o que existe de melhor hoje em dia no universo automotivo em equipamentos e conforto. Um SUV de bom custo-benefício para quem tem família grande e precisa de porta-malas.
CITROËN - C3 AIRCROSS - 2024 |
1.0 TURBO 200 FLEX SHINE CVT |
R$ 129990 |
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