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Teste: Nissan Frontier Attack 4x4

Aceleramos a nova Nissan Frontier Attack, versão que volta a ser vendida no Brasil; preço ainda não foi divulgado

por Marcelo Monegato

Não basta ser bruta, tem que parecer bruta. Para o picapeiro que quer ver e ser visto – sem abrir mão de uma trabalhadora pronta para pegar no pesado de segunda a segunda –, a Nissan traz de volta ao mercado brasileiro a Frontier Attack. O preço será revelado apenas no Salão do Automóvel de São Paulo (entre 8 e 18 de novembro), mas deverá ficar entre R$ 150 mil e R$ 155 mil. As vendas começam este mês (novembro/2018). A Attack terá opção de 4x2 e 4x4, ambas com transmissão automática de sete marchas e com motor 2.3 16V biturbo (diesel com injeção direta de combustível), mas com 160 cv (4x2) e 190 cv (4x4).

Apesar de agregar novidades em termos de equipamentos, tecnologia e refinamentos mecânicos, a grande novidade da Attack é realmente o visual mais arrojado - algo que ficou mais evidente do que nas duas outras duas gerações da Attack, vendidas por aqui em 2006 e em 2012. O capô ganhou apliques pretos e a grade é em black piano, substituindo o tradicional cromado. O preto também está nas molduras dos faróis de neblina e na barra abaixo do para-choque. Os faróis têm máscara negra. Nas ruas, o visual da Frontier, que está em sua 12ª geração, chamou a atenção e arrancou elogios. “Bonitona aquela lá, heim Monega”!

‘Calçadas’ com pneus todo terreno 255/70 R16, as rodas de liga leve de 16 polegadas têm cor chumbo. O rodapé das portas traz o adesivo de alusão à versão (Attack) e na rabeira da caçamba, próximo à lanterna traseira, o adesivo ‘4x4’, indicando a tração da ‘bruta’. Na traseira, mas um adesivo da configuração no canto direito inferior da tampa. Rack , Santo Antônio soleiras também são de série.
Já o interior é dominado pelo preto – apenas o teto é revestido em cor mais clara – e os detalhes em cinza, black piano e cromado. A Nissan abusa dos plásticos duros, o que não desabona a Frontier Attack se analisarmos que se trata de um veículo comercial e não de passeio. Os bancos são revestidos em tecido e o volante, manopla do câmbio e freio de mão em couro. Está tudo muito bem encaixado, mostrando qualidade na montagem da picape, que agora é produzida na Argentina.

ITENS DE SÉRIE E MAIS TECNOLOGIA

Versão intermediária, abaixo da LE (topo de linha) e XE, a Frontier Attack não é um espanto em termos de equipamento de série, mas oferece bons itens de fábrica. Destaque para a câmera de ré, controlador de velocidade (piloto automático), travas, vidros e espelhos retrovisores elétricos, ar-condicionado e direção hidráulica. A grande atração, porém, é a nova central multimídia A-IVI com tela colorida de 8 polegadas sensível ao toque e compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Ponto positivo para assistência de voz e atualizações de software e do aplicativo do GPS via Wi-Fi.
Um ponto positivo desta nova central é o recurso chamado ‘Door-to-door Navigation’, que permite, por meio de um aplicativo já disponível para ambos os sistemas (Android e IOS), localizar onda a Frontier está em um grande estacionada, por exemplo, e também já espelha automaticamente na tela de central o local de destino exibido no smartphone. Tudo é muito intuitivo e fácil de usar.

RODANDO

Rodamos com a Nissan Frontier Attack 4x4 por uma semana. O conjunto motor/câmbio continua afinado. A transmissão automática de seis velocidades (opção de trocas manuais pela alavanca) consegue entregar conforto nas mudanças de marchas – os trancos são praticamente imperceptíveis em uma tocada mais suave –, ao mesmo tempo que extrai o melhor deste bom motor biturbo de 190 cv, que tem um excelente torque de 45,9 kgf.m já disponível a partir de somente 1.400 rpm e permanece ‘full’ até 2.500 giros. É uma picape de boas acelerações, mas de retomadas ainda mais interessantes.
Como comparação, o motor 2.8 Turbodiesel da Toyota Hilux, picape média mais vendida do Brasil, entrega os mesmos 45,9 kgf.m de torque, mas a partir de 1.600 rotações. Já a Volkswagen Amarok com motor 2.0 oferece 42,8 kgf.m. As referências neste quesito acabam sendo a Ranger, com seu 3.2 de cinco cilindros e 47,9 kgfm, e a Chevrolet S10 com os 51 kgf.m extraídos do bloco 2.8 turbodiesel. Confira as informações técnicas de todas as picapes média no Catálogo 0KM da Webmotors.


Apesar de ser oferecida também na opção 4x2 – deve chegar apenas em 2019 –, a Attack avaliada era 4x4. A escolha da tração é feita por seletor (Shift On The Fly) e a transição de 4x2 para 4x4 pode ser feita com a bruta rodando a até 100 km/h. Já os números de consumo, de acordo com dados da própria Nissan, ficam em 9,2 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada.
O diferencial da Frontier, no entanto, está na suspensão, que passou por melhorias, como aplicação de uma nova geometria. A dianteira utiliza braço duplo com barra estabilizadora e na traseira ataca de filosofia multilink e barra estabilizadora – tudo com novas molas. Um dos benefícios deste conjunto, que segundo a engenharia da Nissan não perde em nada em termos de robustez, é uma picape muito mais dócil com a caçamba vazia, absorvendo melhor as imperfeições do asfalto e impedindo que a traseira fique pulando, provocando certo desconforto.

Os freios são a disco nas rodas dianteiras e tambor nas traseiras, com cilindros maiores. E como manda a legislação, ABS (antitravamento) são de série – e contam com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem). E só para arredondar as questões de segurança, a Attack tem apenas os airbags frontais, encosto de cabeça para todos os ocupantes, assim como cinto de segurança de três pontos.
O sistema de direção, de acordo com a Nissan, também ganhou novidades. Com assistência hidráulica, a Frontier consegue entregar uma condução mais direta e menos anestesiada que algumas de suas concorrentes. Transmite a sensação de que em longas distâncias o cansaço ao volante será menor.

AO VOLANTE

A Frontier é uma picape que entrega uma boa ergonomia, mesmo com somente ajuste de altura da coluna de direção – fica faltando o de profundidade. O banco do motorista, por sua vez, tem regulagens elétricas longitudinal, de altura e inclinação do encosto. O conforto também chama a atenção pela utilização de uma espuma diferenciada nos assentos. Lembrando que o volante da Frontier Attack é multifuncional.

TRABALHADORA PARA ‘5’

Frontier não é carro de passeio, mas tem capacidade para até cinco ocupantes. Quem viaja atrás encontra bom espaço para os joelhos e a cabeça. Só que fica na posição central acaba sofrendo mais um pouco – normal. A Nissan tem 5,26 metros de comprimento, sendo 3,15 metros de distância entre os eixos. A largura é de 1,85 metro e a altura, 1,85 metro também.
A caçamba tem capacidade volumétrica de 1.054 litros e capacidade de carga para 1.040 quilos. Seu peso em ordem de marcha é de 2.075 quilos. Em termos de capacidade offroad, o ângulo de entrada é de 30,3°, de saída 27,4° e o vão livre do solo é de 230 milímetros. Números que se mostraram suficientes para quem trabalho em estrada de terra um pouco mais acidentadas.

CUSTOS

A Nissan ainda não bateu o martelo com relação ao preço da Frontier Attack. No entanto, o custo das seis primeiras revisões (até 60.000 km) a fabricante já anunciou que é de R$ 5.304.

CONCLUSÃO

Se o objetivo é chamar a atenção, a Frontier Attack está de parabéns. Não apenas ganha os olhares, mas também arranca elogios. Como picape para o trabalho também não faz feio. O conjunto mecânico é afinado, entregando 'brutalidade' na medida para o trabalho do dia a dia. Ponto positivo para o excelente ajuste da suspensão que faz da Nissan uma picape confortável com a caçamba vazia. Vale a compra? Vai depender do preço. Mas independentemente do valor, você vai de Attack, Chevrolet S10 Midnight, Toyota Hilux Challenger ou Volkswagen Amarok Extreme?

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