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Teste: Porsche Panamera Turbo S e-Hybrid

Com um motor 4.0 V8 biturbo e outro elétrico, esportivo alemão gera 680 cv de potência e consome incríveis 22 km/l

por Marcelo Monegato

Dentro do universo dos automóveis, uma das perguntas feitas com mais frequência ao Google em 2017 foi: “O que é carro híbrido?”. Bom, vou tentar responde-la de uma maneira um pouco mais interessante. Que tal darmos uma volta no Panamera Turbo S e-Hybrid, a mais nova máquina de altíssima performance da Porsche que utiliza sistema híbrido de propulsão?



Antes de tudo, um veículo híbrido é, basicamente, aquele que possui dois motores, normalmente um a combustão e outro elétrico, alimentado por baterias. Essas baterias podem ser recarregadas pelo funcionamento do propulsor à combustão e a partir da utilização de outros recursos, como o reaproveitamente da energia produzida pelas frenagens do carro/moto. Também podem ser recarregadas conectando o veículo a uma tomada. Os objetivos dos híbridos é simples: serem mais eficientes energetivamente, consumindo menos combustível e consequentemente emitindo menos gases poluentes.


Agora bora acelerar...


O local escolhido para nosso passeio é uma pista técnica nas proximidades de Vancouver, no Canadá, local escolhido pelos alemães para o lançamento mundial do superesportivo pensado para o executivo acelerar de segunda a sexta-feira a caminho do escritório. E me desculpe se decepciono logo de cara com a falta daquele ronco intimidador de um legítimo Porsche. É que ao dar partida no Panamera Turbo S e-Hybrid, a opção 100% elétrica de propulsão é a acionada automaticamente.


Em números, estou querendo dizer que a aceleração de 0 a 100 km/h demora apenas 3,4 segundos e a velocidade máxima é de 310 km/h


Como um típico veículo híbrido, este Panamera tem dois motores, um à combustão – estou falando de um moderno 4.0 V8 biturbo de 550 cv de potência – e um segundo elétrico, posicionado entre o bloco à gasolina e a transmissão automática PDK de 8 marchas, com 136 cv. Quando funcionam ao mesmo tempo com o objetivo é entregar o máximo de performance, os dois propulsores geram 680 cv. É importante destacar, porém, que cada um dos motores, de forma independente, consegue colocar o Porsche em movimento sozinho.


O que chama a atenção mesmo, e você vai perceber quando começar a acelerar para valer, é o torque. Enquanto os ‘oito canecos’ produzem 76,4 kgf.m de força, o elétrico contribui com 40,7 kgf.m. Juntos entregam ao Panamera 86,6 kgf.m. Em números, estou querendo dizer que a aceleração de 0 a 100 km/h demora apenas 3,4 segundos e a velocidade máxima é de 310 km/h.




Pelo seletor localizado próximo à base do volante, deixo a opção E (Elétrico) de lado e pulo para a Sport + (Sport Plus) em busca da personalidade mais insana e sombria do Porsche. Desta forma, todos os controles eletrônicos continuam ligados, mas são mais permissivos. Isso significa que eles vão esperar o motorista beliscar o chamado ‘fio da navalha’ para entrar em ação. É como se o Panamera avisasse: “Estou por aqui, mas é por sua conta e risco. Conte comigo só em último caso”.


A direção elétrica é extremamente precisa e consegue transmitir o comportamento do veículo para as mãos de quem o comanda. Em altas velocidades, é nítido o peso que o sistema aplica ao volante, que é equipado com aletas para comandar a transmissão – e elevar muito o nível de diversão. A vontade é ficar o dia inteiro rodando com o Panamera.



Nas curtas retas, as acelerações impressionam. O torque despejado nas quatro rodas – trata-se de um tração integral, mas que pode jogar até 100% da sua força para o eixo traseiro se necessário – faz o Panamera jantar o asfalto da pista canadense com a voracidade assustadora. É nas curvas, porém, que o Porsche surpreende. Não transmite a sensação de medir mais de 5 metros de comprimento e pesar cerca de 2,3 toneladas. É ágil. Com a ajuda do eixo traseiro esterçante – tecnologia herdada do 911 –, consegue ser obediente.


Não tente, porém, atrasar um ponto de frenagem e entrar na curva ‘babando’, as leis da física também funcionam para o Panamera. Por isso, não se assuste se a traseira querer escapar. O bom é que não se trata de um esportivo traiçoeiro. O Porsche não escapa de uma vez, o que possibilita até brincar um pouco. Destaque para o equilíbrio e a eficiência das frenagens. O sistema utiliza discos de carbono-cerâmica com pinças de freios (sempre pintadas em um verde fluorescente, presente em todos os modelos híbridos da marca) com dez pistões nas rodas da frente e quatro pistões nas de traseira.



Apesar de ligeiramente temperamental quando provocado – o Panamera não tem sangue de barata –, o Turbo S e-Hybrid é extremamente equilibrado. O fato de as baterias estarem localizadas no assoalho do porta-malas (405 litros de capacidade), consegue deixar os quilos do Porsche muito bem distribuídos. O ajuste rígido da suspensão – independente nas quatro rodas – ajuda à carroceria não sofrer oscilações bruscas. Nas frenagens bruscas, curvas acentuadas e acelerações mais vigorosas, o Panamera não transmite a transferência de peso.


E por falar em baterias, no caso deste executivo, elas têm vida útil de aproximadamente 15 anos. A recargas podem ser efetuadas na própria residência do proprietário em tomada de 220 volts – mesma de um secador de cabelos –, e o tempo pode variar de 4 a 8 horas.



HORA DE RELAXAR


Depois de cinco voltas em ritmo alucinante, hora de curtir o conforto do Panamera. Com as baterias ainda ligeiramente carregadas, volto para o modo E (Elétrico). De acordo com a Porsche, somente com o propulsor elétrico funcionando, a autonomia é de 50 km com picos de velocidade de até 140 km/h.


Enquanto o silêncio reina no habitáculo novamente – estamos agora rumo à baía de Victória – é possível deixar a adrenalina baixar nos confortáveis bancos esportivos do Turbo S e-Hybrid. Revestidos em couro, os ajustes são elétricos e têm sistemas de aquecimento e refrigeração. Além de um acabamento irretocável, com materiais de altíssima qualidade e todas as peças perfeitamente encaixadas, uma tela de 12,3 polegadas sensível ao toque e altíssima resolução entrega muita tecnologia, deixando motorista e passageiros conectados com o carro. Destaque para o sistema de navegação que utiliza informações de trânsito em tempo real, sempre buscando o caminho mais rápido.



Inevitavelmente, devido a distância a ser percorrida, o modo híbrido entra em ação mesmo eu não selecionando a função junto ao seletor do volante. Pela tela central seleciono o modo E-Charge em que as baterias passam a ganhar atenção especial para serem completamente recarregadas. De acordo com a Porsche, os índices de consumo são de 16 km/l na cidade e 22 km/l na estrada, números que colocam o Porsche Panamera Turbo S e-Hybrid como um dos carros mais econômicos do Brasil!


CONCLUSÃO



Ah, já estava me esquecendo. Existe um preço para ter um deste em casa. Vale a compra? Isso, com certeza, não está em discussão. Afinal, um Porsche Panamera Turbo S e-Hybrid custa R$ 1,23 milhão – um cara que pode pagar isso está dependendo muito mais de um “gostei, vou levar” do que um “será que as prestações cabem no meu bolso?”.


 


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