Tecnológico e com bom desempenho, é uma das melhores opções da categoria, mesmo sem ter diferenciais relevantes.
É mais fácil o Brasil ser campeão olímpico de basquete em uma final contra os Estados Unidos do que algum sedã médio roubar a liderança do segmento do Toyota Corolla. Nem mesmo o histórico rival Honda Civic chega perto desta proeza. Mas isso não quer dizer que o rei da categoria é o modelo mais cobiçado. Mesmo o mais fervoroso fã do modelo japonês já deve ter cobiçado o Volkswagen Jetta.
Dono de um acerto voltado mais à esportividade do que ao pleno conforto, o alemão também sempre teve apelo tecnológico. O DNA segue presente na sétima geração. Só que mais afeito a ao público hi-tech do que gearhead.
Por enquanto, nada de motor 2.0, que deve chegar ao mercado no primeiro semestre de 2019 na versão GLI. Por ora, todas as três versões carregam sob o capô o consolidado motor 1.4 TSI, turboalimentado e bicombustível, que desenvolve 150 cv de potência a 5.000 rpm, além de 25,5 kgf.m de torque máximo entre 1.400 e 3.500 giros. A opção de entrada custa R$ 99.990, enquanto a mais cara, aqui avaliada, sai tem tabela de R$ 119.990. Chamada de R-Line, está na mesma faixa de preço do Corolla Altis e do Civic Touring,
Apesar de estar longe do desempenho proporcionado pelo saudoso motor 2.0 TSI de 211 cv, a opção 1.4 tem performance bastante convincente e que se justifica nos números. De acordo com a Volks, é capaz de impulsionar o sedã da inércia aos 100 km/h em 8,9 segundos.
Extremamente eficiente na cidade, o Jetta mostra a que veio na estrada. É capaz de realizar ultrapassagens com facilidade e não perde o fôlego em retomadas. Mais do que isso: privilegia o prazer ao dirigir com acerto de suspensão um pouco mais rígido do que o convencional na categoria. Ela tem sistema McPherson na dianteira e multilink na traseira.
É competente também o famigerado câmbio automático Tiptronic de seis velocidades. Ele compreende com agilidade o comportamento que o motorista deseja empregar à viagem e é capaz de reduzir duas marchas de uma só vez para que o motor consiga despejar potência. Aletas atrás do volante seriam bem-vindas em nome da diversão.
Mas se você está mais preocupado com o consumo de combustível, há sistema start-stop, que ajuda conquistar bons números de quilometragem por litro. O sedã pode fazer 10,9 e 14 km/l com gasolina e 7,4 km/l e 9,6 km/l, na cidade e nas rodovias, respectivamente.
O modelo oferece ainda quatro modos de condução, do mais econômico ao mais esportivo. Eles interferem na postura de suspensão, direção e transmissão. Quando o condutor quer ter experiência mais atlética, o perfil do carro fica mais rígido e com escalonagens de marchas mais ligeiras.
Também há interferência na iluminação interna. Quando a opção é pelo guiar econômico, o ambiente fica azul. Quando a alternativa é a direção mais apimentada, surge a coloração vermelha. Existem ainda outras oito opções de cores que podem ser selecionadas por meio da central multimídia.
O sistema de oito polegadas está interligado ao cluster digital, em uma dobradinha que estreou no Polo, e acaba sendo o maior destaque do Jetta.
Na tela central que é sensível ao toque é possível gerenciar tudo relacionado a música, climatização e configurações básicas do veículo. Ela é compatível com Android Auto e Apple CarPlay.
Já o cluster pode ser manuseado por meio do volante multifuncional. No botão “view”, conseguimos mudar o layout da tela para ver o GPS nativo por completo.
Além de agregarem um ar moderno ao ambiente, as telas também são os elementos mais chamativos em termos de design interno. É verdade que os materiais de acabamento do Jetta são de boa qualidade, mas ainda muito parecidos com outros modelos da marca, especialmente o Virtus.
O visual externo também é semelhante ao do sedã compacto. A grade está maior, as lanternas e os faróis assumiram linhas espichadas, enquanto linhas marcantes tomam conta do capô e de toda a lateral.
Aliás, por ter desenho e equipamentos semelhantes, o Virtus acaba sendo o grande rival de mercado do Jetta. É isso mesmo, há briga dentro de casa.
É verdade que o sedã médio seja muito maior, com 4,70 metros de comprimento, ante 4,48 m do modelo compacto. Porém, o entre eixos é semelhante: 2,68 m contra 2,65 m, de forma que o Virtus é uma ótima escolha mesmo para quem tem famílias maiores.
É bom exaltar, inclusive, que o túnel central do Jetta é um tanto elevado e prejudica quem senta na posição do meio. Também seria uma boa ter saída de ar-condicionado para quem viajar atrás.
Fora o motor maior, também conta como vantagem para o protagonista deste texto o ACC (piloto automático adaptativo), além de seis airbags. Falando em segurança, há itens como controle de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sistema de frenagem pós-colisão (que evita com que o carro continue em movimento após uma batida), detector de fadiga, freio a disco nas quatro rodas e bloqueio eletrônico do diferencial.
Tudo isso vem de série, assim como ar-condicionado de duas zonas, câmera de ré, direção elétrica, faróis de neblina com conversão estática, freio de estacionamento eletrônico, rodas de liga leve de 17 polegadas, partida por botão, além de trio elétrico. O único opcional é o teto-solar, por R$ 4.990.
Se a relação de equipamentos não é tão chamativa para um carro de R$ 120 mil, quando o assunto é pós-venda as vantagens são chamativas. Atualmente, a Volkswagen oferece as três primeiras revisões de graça. Se considerarmos as três seguintes, chegamos a um valor de R$ 2.254,64.
Também é razoável o valor do seguro. No AutoCompara, a apólice mais em conta é de R$ 3.186,39, levando em conta o perfil de homem, 45 anos, casado e com garagem no trabalho e na casa localizada na Zona Sul de São Paulo (SP).
Dessa forma, chegamos à conclusão que o Volkswagen Jetta R-Line é uma ótima opção para colocar na garagem. Além das boas condições de pós-venda, o sedã importado do México é um produto que atende bem a famílias que valorizam uma experiência tecnológica e confortável.
O modelo não tem nenhum equipamento chamativo ou lista de itens de série muito recheada, porém, entrega pacote condizente com a categoria e desponta como uma das melhores opções em termos de dirigibilidade.
Mas se você não se vê pagando mais de R$ 100 mil no sedã, a sugestão é dar uma olhada melhor no Virtus. Seguro, espaçoso e com bom desempenho, ele custa R$ 86 mil com tudo o que tem direito.
VOLKSWAGEN - JETTA - 2019 |
1.4 250 TSI TOTAL FLEX R-LINE TIPTRONIC |
R$ 119990 |
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