A picape queridinha entre os brasileiros emplacou mais de 100 mil unidades nos primeiros dois anos de vendas. Não à toa ela é um sucesso. O design ainda atual e imponente seduz os consumidores que precisam de uma caçamba, mas que gostariam de ter um SUV na garagem para levar a família. A Fiat Toro atende perfeitamente a demanda e hoje é oferecida em sete versões, com três tipos de motorização - 1.8 flex, 2.4 flex e 2.0 diesel -, a preços que vão de R$ 92.790 a R$ 154.480.
Testamos a versão intermediária Volcano, que vem com bastante recheio e parte de R$ 116.990. Para a linha 2019 ela passou a ser equipada com o motor 2.4 Multiair Flex que era oferecido somente no pacote intermediário Freedom e há algum tempo passou a ser exclusivo da versão Volcano e da Blackjack.
Não dá pra dizer que é uma picape acessível, pelo contrário, ela cobra caro pelo conforto que oferece. Todavia, mesmo adicionando o pacote de opcionais mais salgado (Pack Deluxe) que inclui teto solar, bancos em couro, airbags laterais, de cortina e joelho, a Toro 2.4 Volcano ainda é mais barata que a mesma versão equipada com o motor 2.0 turbodiesel, que começa em R$ 144.990.
Entre os itens de série, a Toro Volcano 2.4 vem com partida remota, banco do motorista elétrico, chave presencial, sensor de estacionamento e câmera de ré, ar-condicionado digital dual zone, quadro de instrumentos com LCD de 7 polegadas e start-stop.
Para os consumidores conectados a decepção é a telinha de apenas 5 polegadas da central multimídia. De baixa resolução e com leitura ruim, o sistema Uconnect Touch conta com as funções de rádio, mídia, funções do telefone, navegação e bússola. Emparelhamento com Apple CarPlay e Android Auto não tem.
Não existe outra opção de central nos opcionais para a Toro Volcano. Estranhamente, a Fiat oferece por R$3.300 apenas para a versão de entrada Endurance, o Mopar Kit Audio, uma central com tela LCD de 6,2 polegadas, leitor de DVD e TV digital. Vai entender... Isso é bem frustrante, mas para a linha 2020 da Toro esperamos a nova central multimídia que já equipa o novo Jeep Renegade.
Confira detalhadamente equipamentos da versão no nosso Raio-X:
Como anda?
O motor quatro cilindros aspirado de 2.4 litros flex entrega 186 cv no etanol a 6.250 rpm e 174 cv na gasolina, enquanto o torque é de 24.9 kgf.m e 23,5 kgf.m, respectivamente. O propulsor é combinado a um câmbio automático de 9 velocidades com opção de trocas sequenciais pelas aletas atrás do volante.
Embora os números sejam bons, a resposta do acelerador demora um pouco a vir e obriga o motorista a pisar com mais de vontade no pedal, especialmente nas arrancadas. E quando isso acontece, o consumo que já não é dos melhores, despenca.
Segundo o Inmetro a Toro 2.4 Flex recebeu nota A na categoria com consumo de 6 km/l na cidade e 7,7 km/l na estrada com etanol. Na gasolina, o consumo é de e 8,7 km/l em circuito urbano e 10,8 km/l na estrada quando abastecido com gasolina. Pelo computador de bordo do carro, o consumo ficou na casa dos 4 km/l em circuito urbano rodando com etanol. O tanque tem capacidade para 60 litros.
O delay nas respostas do pedal do acelerador pode ser explicado pela falta de agilidade do câmbio, que parece estar sempre atrasado nas reduções. Existe um botão no painel que minimiza essa sensação, o Sport, ou então pelas aletas você mesmo se encarrega de reduzir as marchas. Com o botão Sport acionado, o giro do motor sobe um pouquinho e a direção elétrica fica mais firme. Lembrando que esta versão não possui tração nas quatro rodas, apenas ESP com assistente de partida em rampa.
A posição de dirigir e o conforto são pontos fortes na Toro. Como ele tem arquitetura em monobloco e não carroceria sobre chassi, que é comum nas picapes convencionais, e conta com suspensão traseira multilink, os ocupantes não chacoalham tanto dentro do carro.
Vale a pena?
Esta versão atende quem acha o 1.8 fraco demais - e de fato ele é, especialmente se a caçamba com capacidade para 750 litros estiver cheia –, quer um veículo bem equipado, mas não tem os R$ 133.990 para começar na motorização turbodiesel.
O seguro também não é dos mais em conta. Pela cotação do AutoCompara para um perfil masculino, 45 anos, residente da zona sul de São Paulo, com garagem, a conta parte de R$ 4.034,74 com franquia de R$ 2.676,15.
Gosto muito da proposta versátil Toro, mas acho que esta motorização não é a melhor opção. Sem dúvida, eu juntaria um troco a mais e investiria na versão com motorização a diesel ou optaria por uma usada. A 2.4 é mais acessível, mas vai te fazer deixar a diferença no posto de gasolina.