O canal de notícias da Webmotors

Toyota Corolla Cross XR é SUV com a cara do Brasil

Aceleramos a versão mais vendida do utilitário, que pede R$ 158.780 e oferece motor 2.0 aspirado de 177 cv e câmbio CVT

por André Deliberato

O sobrenome XR, hoje, identifica a versão mais emplacada do Toyota Corolla Cross, SUV médio da marca japonesa que tem vendido em média 3,6 mil carros/mês (são 14.444 unidades emplacadas de janeiro a abril, de acordo com a Fenabrave). Curiosamente, também é a configuração de entrada do utilitário, que custa R$ 158.780 e tem "a cara" do consumidor brasileiro. Quer saber o motivo?
O Toyota Corolla Cross é feito sobre a mesma plataforma GA-C (de Global Architecture – Compact) do sedã, só que com diferenças mecânicas. Resumidamente, cresce em altura - 17 cm em uma comparação direta com o sedã -, mas não tanto no vão livre do solo (o SUV tem a distância apenas 1,3 cm maior); perde em termos de entre-eixos e deixa de oferecer suspensão traseira independente.
Quer um SUV? Veja nossas ofertas!

Como é o Toyota Corolla Cross XR

Muita gente questiona a Toyota por causa disso. Não acham justo o SUV cobrar mais de R$ 12 mil de diferença em relação à versão de entrada do sedã (que hoje sai por R$ 146.390) e ser empobrecido na comparação direta com o irmão mais antigo. Mas isso pode ser explicado de outra forma: a marca conhece e sabe do gosto do cliente brasileiro, e por isso moldou o carro exatamente da forma que o público sonha.
E o carro é bom.
Obviamente, comparado ao sedã, o Corolla Cross perde no acerto dinâmico por não ter suspensão independente na traseira, e isso é natural, mas para quem só roda na cidade e não "abusa" em curvas, pouco dá para sentir a diferença. Outra coisa: apesar do entre-eixos ser 6 cm menor que o do sedã (2,64 m contra 2,70 m), há mais espaço para as cabeças de quem vai atrás - embora menos para as pernas.
Aqui, vale o registro: o Corolla sedã tem 4,63 metros de comprimento, 1,78 m de largura e 1,45 m de altura; já o SUV tem comprimento de 4,46 metros, largura de 1,82 m e altura de 1,62 m - compare os dados e note que o sedã é 17 cm mais longo, enquanto o SUV é 17 cm mais alto. Ruim para o porta-malas do SUV, que pode levar até 440 litros de bagagem, enquanto o sedã acomoda 470 l.

Motor valente

As versões de entrada do Toyota Corolla Cross são equipadas com o bom motor 2.0 de 177 cv de potência - já as duas mais caras têm o conjunto híbrido formado por um motor 1.8 e dois elétricos, totalizam 122 cv. Para quem pensa em um SUV mais tecnológico, as versões híbridas têm esse lance mais sustentável, agora, para quem gosta do Corolla Cross e não quer gastar quase R$ 200 mil, o XR é o caminho.
E o fato dessa versão de entrada ser a mais vendida mostra que muitos clientes pensam assim. E isso é igual no sedã e no SUV: as versões híbridas são mais caras e compensam a potência reduzida com o torque instantâneo dos motores elétricos e no consumo de combustível reduzido, principalmente na cidade.
Já o Corolla com motor 2.0 segue a receita mais tradicional do modelo, de oferecer propulsor com bom fôlego para rodar na cidade e na estrada e que não bebe tanto assim, embora tenha números mais gastões que os das versões híbridas, obviamente. Vamos comparar os dados:
Tabela: Consumo do Corolla Cross 2023

Completinho

Apesar de ser a versão de entrada, o carro é bem equipado. O nível de acabamento cai um pouco na comparação com as versões mais caras - e também quando o colocamos lado a lado com o Corolla sedã -, mas a configuração XR não faz feio na lista de itens de série que oferece por R$ 158.780.
Na parte de segurança, o Toyota Corolla Cross XR vem com seis airbags; controles eletrônicos de tração e estabilidade; faróis com regulagem de altura; luzes DRL em LED; sensor de estacionamento traseiro; faróis e lanternas de neblina; assistente de partida em rampa; rodas de liga leve aro 17" e ganchos Isofix para fixação de cadeirinhas infantis no banco traseiro.

Já em termos de conforto, vem com ar-condicionado com função automática; direção elétrica; banco do motorista com ajuste de altura; coluna de direção com ajuste de altura e profundidade; faróis com acendimento automático; vidros e travas elétricos; retrovisores rebatíveis eletricamente e com ajuste elétrico e multimídia com Carplay e Android Auto, entrada USB e conexão bluetooth.
Conjunto digno de um carro dessa categoria, apesar de não oferecer equipamentos e mimos de conforto e conveniência mais modernos, como câmera de ré, sistemas semiautônomos de condução, carregador de celular sem fio e quadro de instrumentos digital, como alguns rivais - como o líder Jeep Compass e o Volkswagen Taos - conseguem dispor.
Esses itens, diga-se, estão na lista das versões híbridas, mais caras.

E como anda?

Nesse sentido, ponto positivo para o carro, moderno, confortável e seguro. O freio de estacionamento por pedal e a suspensão traseira semi-independente são itens que jogam contra, assim como o tipo de tecido escolhido pela Toyota para forrar todo a cabine, mas de resto o SUV mostra ser um excelente parceiro para o dia a dia.
Com câmbio CVT que simula dez marchas, o Corolla Cross roda gostoso e não precisa de força para sair do zero, já que o torque de 21,4 kgf.m chega aos 4.400 giros. O peso - de 1.420 kg - ajuda. Segundo a Toyota, o SUV com esse conjunto acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e pode chegar a 195 km/h.
Em suma, SUV bem equipado, bonito e bem resolvido visualmente (embora as discussões a respeito do silenciador de tamanho exagerado no final do escapamento devam continuar), que oferece toda a confiabilidade da marca em um utilitário com o sobrenome mais desejado da atualidade, Cross, e o nome do carro mais vendido e possivelmente um dos mais famosos da história automotiva, Corolla.
É um SUV com a cara do Brasil, tanto do lado negativo como também do positivo. Não tinha como dar errado.

Comentários

Carregar mais

Notícias Relacionadas