Tracker é utilitário com “pegada” de hatch médio

Apesar do preço salgado, modelo tem atributos que o mantém na briga com Ford EcoSport


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Daniel Magri
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O Chevrolet Tracker tinha toda a pompa para ser um grande adversário do Ford EcoSport. Mas aí veio o lançamento, em outubro, e a marca resolveu trazer apenas a versão topo de linha LTZ com um preço um pouco salgado:  o Tracker parte de exatos R$ 75.190.

 

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Mas será que a etiqueta do valor tira o SUV da briga? Não. O modelo tem atributos que o deixam “bem na fita”.

 

Carro novo com nome velho? Exatamente. A Chevrolet já teve um Tracker antes, mas tratava-se de um utilitário da Suzuki que a marca incorporou em sua gama. Mas, segundo a montadora, o nome ainda está gravado na cabeça dos consumidores e por isso resolveu manter a nomenclatura. 

 

 

O Tracker é vistoso. Seu visual mistura elementos como a grade dianteira, já característica da gama da Chevrolet com um toque da Captiva. Na traseira também há destaque para as caixas de roda, que dão aquele toque de robustez que todo jipinho como esse acaba incorporando. Rack no teto e rodas de 18 polegadas também dão um toque interessante ao modelo.

 

Assista ao vídeo do teste do WebMotors com o Chevrolet Tracker

 

 

O Tracker tem basicamente o mesmo tamanho do Eco: 4,25 metros de comprimento por 1,78 m de largura e 1,65 m de altura, com entre-eixos de 2,555 m. o entre-eixos é 3 cm mais curto que no rival.

 

Internamente o Tracker se torna mais comum, com um desenho mais espartano. Afinal, ele compartilha da mesma plataforma do Onix, do Cobalt e do Spin.  O painel é todo em plástico rígido, não tão agradável ao toque. Mas o acabamento é bem feito e não notamos qualquer tipo de peça mal encaixada ou rebarbas. Os bancos são confortáveis e a posição de dirigir não é necessariamente alta. Em alguns momentos, a sensação é de estarmos a bordo de um hatch. Um destaque é o número de porta-objetos espalhados pelo carro: 25 ao todo. 

 

 

De série o modelo vem com ar-condicionado, bancos de couro, airbags frontais, freios ABS, central multimídia My Link e rodas aro 18?, entre os itens mais importantes. O único pacote de opcionais, que inclui os airbags laterais e de cortina, além do teto-solar, eleva o preço para R$ 75.490.

 

O Tracker está equipado com motor Ecotec 1.8 16V flex e câmbio automático de seis marchas.  O propulsor rende 144 cv quando abastecido com etanol e 140 cv com gasolina, ambas a 6.300 rpm. O torque máximo, com etanol, é de 18,9 kgfm já aparece com 3.800 rpm. Com gasolina, o torque máximo é de 17,8 kgfm, na mesma rotação. 90% do torque já estão disponíveis com 2.200 rpm.

 

 

Rodar com o Tracker se mostrou uma experiência bastante agradável. O propulsor reage bem e não se intimida nas retomadas nem nas esticadas mais fortes. Já o eficiente câmbio automático GF6 de segunda geração oferece boas respostas aos comandos do pé nas mais diferentes condições. Um ponto negativo é a solução para as trocas manuais: os botões na alavanca é uma alternativa barata às borboletas no volante e deixa a atividade um tanto quanto desagradável. 

 

Mas o ponto alto do jipinho é sua suspensão. Muito bem calibrada para as piores estradas e caminhos nacionais, absorvendo com competência as irregularidades do piso. Mais uma vez, um acerto típico de hatch, que nos faz esquecer que estamos conduzindo um SUV. Trata-se de um veículo confortável, sem ser “mole”. 

 

 

Mercado

A briga no segmento de SUVs compactos está mais interessante. Com o Tracker, agora são quatro competidores. O Tracker em sua versão mais cara acaba brigando apenas com a variante mais chique do EcoSport, a Titanium, que conta com motor 2.0 (R$ 75 mil). Já o Duster 2.0 não chega nos R$ 70 mil. Além de ser mais barato, oferece mais espaço que ambos no banco traseiro e no porta-malas. Há ainda o Hyundai Tucson 2.0 flex, que é vendido por R$ 69 mil.

 

Recentemente, a GM lançou uma versão mais barata do Tracker, a Freeride, por R$ 67.690. Para chegar a esse valor o carro perdeu o câmbio automático, bancos em couro, acabamento interno bicolor, comandos no volante, rodas aro 17”, entre outros. Pode se tratar um teste da marca para futuramente dar eleger o modelo como sua variante de entrada, LT. A GM não divulgou por quanto tempo a versão será comercializada, tampouco quantas unidades compõem a série. 

 

 

Conclusão

O Tracker é um modelo que agrada a motorista e passageiros. Apesar de vocação para a cidade, não decepciona na estrada. É o famoso pau pra toda obra. O jipinho reúne as boas qualidades de um utilitário esportivo, como a boa dirigibilidade e o espaço interno, mas deixa de lado pontos negativos como o tamanho exagerado e o alto consumo de combustível. Durante a avaliação na cidade, rodando com etanol, ficou próximo dos 7 km/l, com o ar condicionado acionado na maior parte do tempo. Quando abastecido com gasolina o modelo cravou 9 km/l.

 

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