Um novíssimo Nissan Versa está previsto para chegar ao Brasil em 2020. O sedã, contudo, já é realidade no México. Os nossos colegas do site Autología já testaram o três-volumes e adiantam o que nós podemos esperar desta segunda geração do modelo.
O carro é fabricado na unidade de Aguascalientes, de onde abastecerá também o mercado dos Estados Unidos. É desta linha de produção que o modelo virá inicialmente para o Brasil, nas versões mais completas.
Desta forma, brigará com os chamados compactos premium, como VW Virtus, Fiat Cronos, Honda City, além das versões mais caras dos renovados Hyundai HB20 S e Chevrolet Onix Plus. O Versa atual continuará em produção em Resende (RJ) em configurações mais básicas.
No próprio México, o Versa 2020 deixa de ser um mero compacto (lá é classificado como subcompacto) de entrada - lá, é o carro mais vendido do país - para alçar voos maiores. Principalmente devido à tecnologia embarcada e aos itens de segurança, incomuns para o segmento.
Pela primeira vez, o Versa terá seis airbags e controle eletrônico de estabilidade em todas as versões. Além de equipamentos modernos, como frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado, sensor de ponto cego e câmera 360 graus nos modelos topo de linha.
Esteticamente, o novo Versa incorpora pelo menos três elementos muito tradicionais da Nissan. Isso fica evidente já na grade V-Motion e nas luzes de assinatura. Uma moldura preta na coluna traseira faz aquele efeito de teto flutuante - detalhes herdados do novo Altima.
Pode-se dizer que o Versa 2020 é a versão de três-volumes do Micra (March) europeu. Contudo, é muito mais atraente. E, embora esteja claro que o design é totalmente subjetivo, podemos garantir que ele passa muito mais emoção, presença e caráter.
Esta segunda geração é praticamente do mesmo tamanho que o modelo atual. São 4,49 m de comprimento, enquanto a distância entre eixos cresceu apenas 2 cm, totalizando 2,62 m.
O sedã ainda cresce cerca de 4 cm de largura (1,73 m) e é 5,4 cm mais baixo (1,45 m). Essa mudança de dimensões modifica proporciona uma aparência mais robusta e até agressiva.
A cabine do Versa 2020 tem uma proposta totalmente diferente e é o ponto que melhor representa a mudança de foco do modelo na direção a um segmento superior. Os materiais melhoraram consideravelmente, com revestimentos sintéticos nas portas e painéis, em vez de apenas plástico.
Em geral, o acabamento é bem mais elaborado e moderno do que antes. O que se reflete até nos bancos, nos quais é muito fácil encontrar a posição de dirigir adequada, com melhor suporte para as costas e acabamento em dois tons que adicionam exclusividade.
A versão Platinum topo de linha testada traz quadro digital parcial idêntico ao do Kicks mexicano, com um relógio tradicional à direita do velocímetro. Já a tela personalizável oferece a possibilidade de escolher entre o conta-giros, computador de bordo e funções de áudio e telefone.
Um dos diferenciais da última geração, contudo, não está tão presente no novo Versa. O enorme espaço para os bancos traseiros foi reduzido. Quem vai atrás perde 15 cm para as pernas, por exemplo - embora parte desse volume tenha sido destinado aos dois bancos da frente.
O Versa 2020 é produzido sobre a plataforma modular CMF-B, da Renault-Nissan. Trata-se da mesma base usada pelo March europeu, além do Clio de quinta geração, o Captur da Europa e a nova geração do Juke.
É justamente essa arquitetura que permite incorporar todas as tecnologias e itens de condução semi-autônoma mencionadas acima. Além de deixar o Versa dinamicamente mais competitivo em seu segmento.
A direção é mais precisa ao apontar em curvas (ou em um slalom, por exemplo). De cara, é possível perceber que o Versa ficou muito mais ágil nas respostas ao volante.
Nas manobras repentinas de mudança de faixa, sente-se um chassi muito mais elaborado e afinado. De fato, esse Versa se mostra muito mais sólido se comparado à atual geração.
O motor 1.6 16V do Versa 2020 mostra toda a sua energia em altas velocidades. São 118 cv de potência com a gasolina mexicana - que não tem etanol.
Mas o desempenho é linear. Isso porque o câmbio CVT faz esforço para manter o motor funcionando perto da faixa na qual fornece a potência máxima: acima de 5.000 rotações.
Durante o teste de aceleração em circuito fechado e pouco mais de 2.800 metros acima do nível do mar, o Versa alcança 100 km/h em 16,5 segundos. Na melhor das hipóteses.
Mesmo assim, o Versa 2020 pode ser considerado um compacto completo. Esta nova geração consegue competir com carros de entrada, ao mesmo tempo em que tem condições de dar o salto definitivo ao topo de sua categoria em relação aos sedãs mais caros.