Sistemas de som feitos por marcas de grife eram exclusividade de carros de luxo. Hoje, estão ficando cada vez mais acessíveis e chegam a equipar modelos populares como o Volkswagen Polo, que tem cadeira cativa na lista dos dez carros mais vendidos do Brasil. O hatch oferece a opção Beats, com som incrementado pela famosa marca de equipamentos de áudio. Mas será que ela realmente oferece uma experiência diferente ou é só mais uma daquelas ações de marketing?
Segundo a Volks, os diferenciais do sistema Beats são 300 watts de potência e amplificador digital de oito canais. O som é fornecido por 4 alto-falantes, 2 tweeters e um subwoofer com ajustes especiais. Para saber o que isso muda na prática, levamos o carro para passar pelo crivo de Willy Leandrini, profissional que trabalha há mais de 30 anos com customização de sistemas de som.
Antes de mais nada, ele passou algumas dicas para que você possa identificar se um som é de qualidade: “O som tem que vir da altura do seu rosto, ele não pode vir debaixo, da altura da canela”, destacou. “Outra coisa importante é o timbre, o que a gente chama de brilho. O som tem que tocar bem qualquer tipo de música. Existem muitos modelos que tocam bem um funk, mas distorcem um sertanejo. Então, o certo é ele ser versátil”, completou Leandrini.
Essas qualidades, segundo o especialista, estão presentes no Polo Beats. “Dá para perceber que o som preenche o habitáculo inteiro e é distribuído em uma boa altura. É um som bem gostoso. A diferença desse sistema para o Polo com som convencional é grande”, esclareceu Leandrini, porém, com uma ponderação: “Faltou aqui uma regulagem só para o subwoofer, o que daria melhor controle sobre os médios e graves”.
É possível fazer alguns ajustes na central multimídia do veículo. De série, a Volkswagen oferece o modelo Composition Touch, de 6,5 polegadas. Existe uma tela maior, de 8 polegadas, oferecida como opcional. Ela vem junto com o painel de instrumentos digital e só pode ser adquirida na versão Highline. Seja qual for a central escolhida, ela fica envolta de um acabamento plástico vermelho, um dos diferenciais estéticos da série Beats.
Outros itens exclusivos são o emblema da marca de som no tweeters, soleira das portas e na coluna frontal do carro. Os retrovisores têm capa vermelha e as rodas são de 16 polegadas no modelo Avalanche. Outros detalhes em vermelho decoram tapete e bancos.
O Polo Beats está disponível nas versões Comfortline (R$ 73.450) e Highline (R$ 78.180). Com todos os opcionais disponíveis na unidade testada pelo WM1, o valor ultrapassa os R$ 85 mil. Vale lembrar que o sistema Beats também está disponível no Virtus e no Jetta.
Voltando ao Polo, a oferta pelo pacote Beats só é válida para os carros equipados com o motor 200 TSI, ou seja, 1.0 turboflex de 128/115 cv de potência com gasolina e etanol, respectivamente. Já o torque é de 20,4 kgf.m, independente do combustível escolhido.
O propulsor é competente para que você tenha um cotidiano sem dor de cabeça em ruas e avenidas e ainda é vigoroso na estrada. Moderno, tem alta taxa de compressão e injeção direta de combustível.
Está associado a um câmbio automático de seis velocidades. Em uma parceria bem feita, permitem com que o hatch cumpra com a aceleração de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos.
Isso é possível porque a transmissão faz trocas precisas e compreende facilmente o tipo de tocada que você deseja empregar. A única ressalva é relacionada à regressão da terceira para segunda marcha. O sistema dá aquele tranquinho muito parecido com aquele promovido por câmbios automatizados.
Assim como a dirigibilidade, outro ponto forte do Polo é segurança. O modelo recebeu máxima nos testes de impacto do Latin Ncap, tem quatro airbags, além de controles de estabilidade e tração.
Um dos poucos pontos de atenção do modelo é o acabamento. A qualidade das peças ao toque é um tanto rústica, com itens simples. O ambiente só é enriquecido quando nele estão o cluster digital e a central multimídia maior, que acabam trazendo consigo um acabamento mais requintado. Pena serem opcionais.
PÓS-VENDA
Mas e o pós-venda? É competitivo? A resposta é sim quando o assunto é seguro. A apólice mais em conta é de R$ 1.521,17 no AutoCompara. O valor leva em conta o perfil de homem casado, 45 anos, com garagem no trabalho e no apartamento localizado na Zona Sul de São Paulo (SP).
Já em relação à revisão, o valor está na média da categoria. O preço é de R$ 3.635,49 referente aos seis primeiros serviços.
Então, no final das contas, o Polo Beats vale a pena? Vale para quem quer ter uma experiência mais rica em termos de sistema de som. Segundo Willy Leandrini, é muito difícil achar um sistema de som competente como esse pelo preço que a Volkswagen está cobrando. Em uma conta isolada, o pacote Beats custa R$ 2.970 na versão Comfortline, e R$ 2.560, na configuração Highline. A diferença se dá porque a versão topo de linha já tem alguns itens inclusos no pacote Beats.
Quanto ao Polo, estamos falando de uma referência no segmento em relação a desempenho, segurança e conectividade. Com certeza é uma das melhores compras do mercado brasileiro.