O Golf pertence a um clube de carros especiais, onde circulam modelos como Kombi, Opala e Fusca - para ficar em poucos nomes. Por serem cativantes e emblemáticos, causam furor ao passo de qualquer mudança. Ainda na ativa, o hatch ficou mais cabeça aberta. Aderiu à propulsão híbrida e pôs em xeque o status de carro esportivo.
De antemão, vale adiantar que este receio pode cair por terra. O Golf GTE é um Golf como outro qualquer: ágil, na mão, firme e gostoso de dirigir. O impasse aqui está no preço. Será que vale o investimento de R$ 199.990?
Para quem é golfeiro de carteirinha, um bom argumento é a tiragem limitada a 100 unidades. Também é relevante o fato desta ser a última linhagem da sétima geração do modelo no País – o Golf Mk7 não está mais à venda, nem na topo de linha GTI, última a se aposentar por aqui. E o Mk8 ainda não tem previsão de chegar ao Brasil.
Outro ponto a favor do VW Golf GTE mora justamente em sua característica principal: a motorização híbrida. Ela une a potência do 1.4 TSI de 150 cv com os 102 cv do propulsor elétrico, o que proporciona potência combinada de 204 cv (lembrando que a potência total não necessariamente se dá pela soma da cavalaria de cada motor).
Para aguentar o aumento considerável de vigor, a Volkswagen desenvolveu uma transmissão específica para o modelo. Ela é automática de dupla embreagem e seis velocidades.
Na prática, existem quatro maneiras de gerenciar a dinâmica do carro. A mais equilibrada é a híbrida, que procura dosar a força dos dois motores de acordo com a necessidade.
Existe ainda o e-mode, que usa somente a tração elétrica. Neste modo, a autonomia é de 50 quilômetros, enquanto a velocidade máxima é de 130 km/h. Também é possível guiar o carro de modo que a força do motor a combustão gere energia para as baterias.
Por fim, há o modo de direção que leva o nome da versão, GTE. Aqui, a proposta é utilizar todo o poder de ambos os motores, com foco no desempenho.
Se você duvida que o GTE pode chegar aos pés do GTI, vamos aos números: o modelo esportivo cumpre a distância de 0 a 100 km/h em 7 segundos, enquanto o híbrido é apenas seis décimos de segundo mais lento.
Mas, na prática, qual é a real sensação de guiar o Golf Híbrido? Bem, digamos que é um Golf como todos nós conhecemos, só que come quieto. O hatch se aproveita da tração elétrica para entregar torque instantâneo. A transmissão é extremamente competente e a suspensão é firme como de costume.
Inclusive, aqui vale dizer que o sistema traseiro não é independente como no restante da gama. O ajuste é de eixo de torção para conseguir se adequar ao posicionamento das baterias. Isso acabou interferindo também no tamanho do tanque de combustível (40 litros) e do porta-malas (272 l), que são menores.
Ressalta-se que o Golf GTE é um híbrido do tipo plug-in, portanto, é possível recarregar as baterias pela tomada. Segundo a Volks, a recarga completa dura aproximadamente
de duas a quatro horas em redes domésticas ou estações públicas a 220 volts.
Levando em consideração o preço do kilowatt/hora em São Paulo, digamos que dá para “encher o tanque” gastando R$ 5,18.
Para encerrar as considerações dinâmicas, não dá para dizer que o visual do modelo é um argumento de venda. Embora seja equipado com os marcantes LEDs de uso diurno, em formato de “C”, as rodas de 16 polegadas de design exclusivo são polêmicas. Elas são calçadas com pneus de baixa resistência ao rolamento.
Por dentro, o charme fica nos bancos com o tradicional tecido xadrez do GTI, mas com predominância em azul, cor que a VW usa para identificar modelos eletrificados. O mesmo tom está presente nas luzes de ambiente.
O painel de instrumentos digital é outra referência ao GTI. No lado esquerdo ficam expostas todas as informações relativas ao funcionamento do sistema híbrido.
Já em relação a equipamentos, temos um contraste. O Golf GTE carrega o desejado freio de mão de acionamento elétrico (que era ausência nos exemplares mexicanos e brasileiros). Porém, deve partida por botão. Sim, a chave é a clássica de estilo canivete.
Por essas e outras, não dá para dizer que vale a pena investir R$ 200 mil no Golf Híbrido – a não ser que você seja um golfanático endinheirado. Embora seja um carro seguro e tecnológico, está tabelado em uma faixa de preço acima de vários outros híbridos disponíveis no mercado.
Se a seara for do custo-benefício, opções mais em conta são o novo Toyota Corolla (parte de R$ 128.900), o Ford Fusion (R$ 182.990) e o Toyota RAV4 (começa em R$ 176.900), que são todos muito bem equipados.
Mas se você quer partir para uma experiência elétrica ainda mais intensa, outra pedida é o Chevrolet Bolt (R$ 175 mil). O modelo 100% elétrico também vai bem no quesito desempenho, com aceleração de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos.
É preciso frisar, no entanto, que o Golf GTE é apenas o primeiro aceno da Volkswagen à eletrificação no Brasil. A marca está investindo pesado em modelos híbridos ou elétricos na Europa, o que nos leva a crer que opções mais acessíveis devem ser importadas para cá em um futuro não muito distante.
VOLKSWAGEN - GOLF - 2020 |
1.4 TSI HÍBRIDO GTE DSG |
R$ 199990 |
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