O Volvo XC60 Polestar é uma opção para quem gosta de um carro de pegada esportiva, mas não quer abrir mão de um SUV
Posicionado entre os modelos XC40 e XC90, o Volvo XC60 é o SUV intermediário da marca sueca, e oferece ao consumidor boa parte do luxo e da sofisticação do topo de linha, mas em um pacote menor - porém mais versátil.
Isso ajuda a explicar o desempenho em vendas do XC60. De janeiro a setembro deste ano, o SUV somou quase 1.400 emplacamentos e foi o modelo mais vendido da Volvo no mercado brasileiro, superando o irmão menor (e 100% elétrico) XC40, que no mesmo período teve 1.085 registros.
Mas, afinal, o que será que explica esse bom desempenho do modelo sueco no segmento de SUVs premium? Para buscar essa resposta, testamos a versão topo de linha Polestar do Volvo XC60. Confira abaixo também a nossa avaliação em vídeo.
A versão Polestar se diferencia do restante da linha pela pegada mais esportiva. Isso pode ser visto na carroceria, decorada com menos elementos cromados, e pelas rodas de liga leve de 22 polegadas, calçadas com pneus de perfil 35.
Mesmo com essas modificações de estilo, que deram um tom mais ousado ao SUV, o XC60 impressiona mais pelo porte do que pelas linhas agressivas. Fica uma nota acima da sobriedade vista nas versões "normais" do modelo.
Estes elementos, combinados com a carroceria preta, garantem um resultado estético bem interessante para o Volvo XC60 Polestar. Aquela cara de mau, mas sem perder o jeitão familiar.
Os toques de esportividade também estão presentes no interior, que troca os revestimentos em madeira das versões mais acessíveis por elementos na cor prata, dando um efeito mais interessante para a cabine, que exibe ótimo acabamento. Só acho que a Volvo exagerou na dose ao incluir no pacote os cintos de segurança na cor amarela.
O Volvo XC60 Polestar tem 4,71 m de comprimento, 1,65 m de altura, 2,87 m de entre-eixos e 1,90 m de largura. São medidas mais do que suficiente para garantir o conforto de quatro ocupantes adultos. Um quinto passageiro até vai com folga, mas precisará lidar com o alto túnel central da cabine.
No banco traseiro, ainda é possível aproveitar a vista proporcionada pelo teto solar panorâmico e o sopro de ar fresco vindo das saídas de ar localizadas na coluna central da carroceria.
Já o porta-malas tem capacidade de 468 litros. Apesar da boa capacidade (ainda que menor do que a do concorrente Mercedes-Benz GLC), o piso alto faz com que os ocupantes (e o motorista) com estatura mais baixas sofram um pouco para botar as bagagens.
Por outro lado, o assolho plano é um ponto positivo, assim como a existência de uma tomada de 12 V.
A lista de equipamentos de série do Volvo XC60 Polestar é condizente com o posicionamento do modelo como um SUV premium.
Nesta versão topo de linha, o SUV da Volvo tem painel digital, central multimídia com sistema operacional do Google, teto-solar panorâmico, bancos dianteiros com ajustes elétricos, aquecimento e memória de posição, volante aquecido, ar-condicionado automático digital de duas zonas e com sistema de purificação de ar, som premium Harman Kardon, retrovisores externos eletrocrômicos e head-up display.
No pacote tecnológico, além do sistema de direção semiautônomo, o XC60 Polestar tem monitor de tráfego cruzado na traseira, monitor de pontos cegos e faróis de LED direcionais.
O conjunto motriz híbrido plug-in do SUV da Volvo é composto por um motor 2.0 turbo a gasolina e um propulsor elétrico. Juntos, desenvolve, a potência combinada de 462 cv e 72,3 kgf.m de torque. O câmbio é automático de oito marchas e a tração é integral.
Na linha 2023, o motor elétrico passou a ser alimentado por uma nova bateria de 18,8 kWh, que permite ao SUV rodar até 78 quilômetros no modo 100% elétrico, sem acionar o propulsor a gasolina.
Esse conjunto mecânico faz com que o SUV Volvo XC60 Polestar acelere de zero a 100 km/h em 4,8 segundos, enquanto a velocidade máxima é limitada eletronicamente a 180 km/h.
Além do bom desempenho nas acelerações, o SUV também mostra baixo consumo de combustível. Segundo o Inmetro, roda 26,7 km/l (cidade) e 24,3 km/l (estrada). São números bem superiores aos dos modelos 1.0 bem menos potentes.
Considero que, dentro do cenário atual da eletrificação no Brasil, os híbridos plug-in ainda fazem mais sentido que os automóveis 100% elétricos. Principalmente nesse segmento dos SUVs. São carros que, teoricamente, serão usados para levar a família em viagens.
O Volvo XC60 Polestar é um dos modelos híbridos que mais se aproximam da sensação de ter um elétrico. Com a bateria totalmente carregada, temos eletricidade mais do que suficiente para silenciosos deslocamentos diários urbanos sem gastar uma gota de gasolina. Isso mesmo em uma "barca" com mais de duas toneladas.
O SUV tem ainda o One Pedal Drive, funcionalidade que permite guiar o veículo apenas variando a pressão no pedal do acelerador - como nos 100% a bateria. Por outro lado, no uso rodoviário o motor a combustão está lá, para garantir aquela ajuda extra em retomadas de velocidade.
Toda essa coordenação entre os dois motores é feita automaticamente pela eletrônica, embora o condutor possa selecionar automaticamente, por exemplo, para dirigir no modo 100% elétrico ou até mesmo guiar usando o motor a gasolina para preservar a bateria.
Mundo perfeito? É claro que não. Embora seja possível guiar com tranquilidade pela estrada sem precisar depender dos escassos (e sempre disputados) pontos de recarga, o carro perde parte do seu encanto quando a bateria motriz chega ao final da sua capacidade.
O SUV Volvo XC60 roda como um híbrido convencional. Mas isso aumenta o consumo de combustível. É possível ativar a função Charge e transformar o motor a gasolina em um gerador de energia.
Mas essa funcionalidade faz o SUV rodar como um modelo convencional a combustão. E, cá entre nós, é muito melhor plugar o carro na tomada do que torrar gasolina desta maneira. Se a ideia é comprar um automóvel elétrico ou híbrido plug-in, é fundamental que você tenha um carregador próprio para não depender dos eletropostos.
Fora esses detalhes, o Volvo XC60 se destaca - assim como os outros XC - pelo ótimo acerto dinâmico. Uma ressalva é que essa versão Polestar troca a suspensão a ar do restante da linha por um conjunto com amortecedores ajustáveis, que garantem uma ótima estabilidade em curvas. Mas que, por outro lado, sacrificam um pouco o conforto.
Com preço de R$ 465.950 nesta versão Polestar, o Volvo XC60 tem como concorrente direto o BMW X3 xDrive30e M Sport (R$ 447.950). Mas o SUV sueco se destaca pelo alcance elétrico e pelo desempenho superiores.
Mas vale a pena investir no esportivo da linha? Só se você realmente fizer questão do visual mais invocado e do comportamento dinâmico melhorado. Caso contrário, a versão de entrada Inscription Expression (R$ 399.950) tem o mesmo conjunto motriz e um custo-benefício ainda melhor.
Nessas versões mais acessíveis, o modelo fica na mesma faixa de preços dos 100% elétricos XC40 e C40. Quer uma dica? Antes de cair de vez no mundo dos elétricos, invista as suas fichas no SUV XC60, que oferece a sensação de ter um elétrico, mas com a tranquilidade de um motor a combustão sob o capô.
VOLVO - XC60 - 2021 |
2.0 T8 HYBRID POLESTAR ENGINEERED AWD GEARTRONIC |
R$ 424950 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|