A nova Yamaha Fazer FZ15 ABS tem uma dura missão pela frente: encarar a Honda CG 160 Titan, modelo que domina o mercado de motocicletas urbanas no Brasil. Com isso em mente, fomos convidados pela marca japonesa dos três diapasões para conhecer a novidade.
A moto da Yamaha chega ao mercado com um bom conjunto, tanto visual como mecânico. O design da nova Fazer FZ15 ABS é bastante agressivo e faz a moto parecer maior, chamando atenção por onde passa.
Para ajudar no visual e na segurança, o farol completamente novo tem projetor em LED, lampejador de farol alto, luz de posição e lanternas em LED. Esses itens não estão presentes na CG 160 Titan.
O roteiro do teste programado pela Yamaha partiu da cidade São Paulo, mais precisamente do bairro Barra Funda, e começou botando a moto à prova no trânsito caótico da capital paulista - justamente a principal proposta da Fazer FZ15 ABS.
Ao percorrer o Elevado Presidente João Goulart, mais conhecido como "Minhocão", a Avenida 23 de maio e a Avenida dos Bandeirantes, vias bastante movimentadas e com trânsito carregado, é possível perceber que a novidade da Yamaha se comporta muito bem. Exibe muita agilidade e respostas rápidas, além de conforto e segurança na pilotagem devido ao sistema de freios com disco nas duas rodas (282 mm na frente e 220 mm atrás). Mas o ABS só vem na roda dianteira.
O motor da nova Fazer FZ15 ABS é o conhecido e confiável monocilíndrico de 149 cm³, flex, injetado e refrigerado a ar, que rende 12,4 cv de potência a 7.500 rpm com etanol (12,2 cv com gasolina) e torque de 1,3 kgfm a 5.500.
É um pouco mais fraco fraco que o da Honda CG 160 Titan, que tem 162,7 cm³ e entrega 15,1 cv com etanol ou 14,9 cv com gasolina a 8.000 rpm, e 1,5 kgf.m de torque com etanol ou 1,4 kgf.m com gasolina, a 7.000 rpm. Mas as relações de marchas curtas tornam a moto bem esperta no cenário urbano. E o peso de razoáveis 135 quilos em ordem de marcha ajuda na tocada.
Saindo de São Paulo, o destino foi a cidade de Santos. A rota consistiu em percorrer a Rodovia Anchieta, a Rodovia Caminho do Mar e o Parque Estadual Serra do Mar, a famosa Estrada da Maioridade, ou Estrada Velha de Santos, que une a baixada santista à capital paulista e foi largamente usada por Dom Pedro II.
O tráfego de veículos pelo Parque Estadual Serra do Mar é bastante restrito. Mas a Yamaha obteve autorização para poder descer até Santos pela primeira estrada pavimentada em concreto da América Latina.
Apesar de encarar sem problemas ou dificuldade, a estrada não é o habitat da Yamaha Fazer FZ15 ABS. O conforto do banco, muito presente no uso urbano, fica para escanteio. Como na Honda CG 160 Titan, a FZ15 ABS tem apenas cinco marchas e, neste uso, uma sexta marcha seria bem-vinda.
Na rodovia os destaques da novidade da Yamaha são o faról com projetor de LED, que ajuda muito a enxergar melho, e a ser visto pelos motoristas dos outros carros, e os pneus radiais Pirelli Diablo Rosso II de medida 100/80 R17 na dianteira e 140/60 R17 na traseira, que são maiores que os da CG 160 Titan (80/100 R18 na frente e 100/80 R18 atrás) e garantem estabilidade e aderência superiores.
As suspensões também sobressaem. Tanto na cidade como na estrada, passamos por inúmeros buracos e desníveis com relativa tranquilidade. Os tubos dos garfos telescópicos na suspensão dianteira, com 41 mm de diâmetro - os mesmos da Fazer FZ25 - e curso de 13cm, proporcionam estabilidade e controle da moto.
Na traseira, a moto tem suspensão monochoque – algo inédita na categoria -, com curso de 12 cm e sete ajustes na pré-carga da mola. O conjunto absorve bem as irregularidades dos pisos.
Finalizada a descida da Serra do Mar, é chegada a hora de desfrutar um pouco mais da experiência com a Yamaha Fazer FZ15 ABS pelo trânsito da cidade de Santos, muito mais tranquilo que o de São Paulo, apesar de também apresentar muitos buracos e irregularidades (o que é bom durante os testes da motocicleta).
O ditado diz que "pra baixo, todo santo ajuda". Neste caso, as suspensões e os freios ABS deram conta do recado com folga na descida e nas curvas. A nova Fazer FZ15 é a única moto da categoria equipada com freios a disco nas duas rodas - pinça de duplo pistão e um grande disco de 282 mm na frente e pinça de um pistão com disco de 220 mm atrás. E ainda tem o ABS na roda dianteira. Tudo isso proporciona muito mais segurança e não dá saudade do tambor na roda traseira. Ponto positivo em relação à CG 160 Titan.
Para subir de Santos para São Paulo, o motor não deixou a desejar. Trabalhou bem, obviamente em rotações mais altas do que o normal observado no trânsito urbano, mas cumpriu a missão sem sentir falta de fôlego. Vale lembrar que a proposta da motocicleta é urbana, mas quem quiser dar uma esticada até o litoral não passará sufoco.
O painel da nova Fazer FZ15 ABS é 100% digital, com iluminação em LED e o fundo do tipo blackout. Contrasta as informações no display, o que facilita a leitura na pilotagem diurna e noturna.
Além da função ECO, que mostra quando o motociclista está pilotando de forma econômica, o painel tem indicador de marcha, marcador do nível de combustível, conta-giros, velocímetro, hodômetros total e parciais (dois), relógio e as luzes indicadoras do sistema de ABS, do sistema Blueflex, de funcionamento da injeção e de piscas, farol alto e neutro.
Não foi possível aferir o consumo dessa nova Yamaha. O tanque leva 11,9 litros de combustível e, em cerca de 200 quilômetros percorridos durante esse primeiro contato , o marcador de combustível chegou apenas à metade.
O modelo, disponível nas cores vermelha, preta e azul, tem preço sugerido a partir de R$ 16.990, fora frete (R$ 17.555 além do frete para o Estado de São Paulo). Pouca coisa acima dos R$ 15.190 da Fazer 150, que virou versão de entrada, e da Honda CG 160 Titan, que é um pouco mais barata (R$ 15.060). Mas estas duas não têm itens como faróis em LED, freio a disco nas duas rodas com sistema ABS na dianteira e pneus radiais. Ou seja, o custo/benefício é bem atraente.
Preço: R$ 16.990
Motor: monocilíndrico, refrigerado a ar, 149 cm³, potência de até 12,4 cv a 7.500 rpm e torque de 1,3 kgf.m a 6.000 rpm
Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente
Suspensões: dianteira com garfos telescópicos e 13 cm de curso; traseira monochoque com 12 cm de curso
Freios: a disco nas duas rodas, com ABS na roda dianteira
Pneus: 100/80 R17 na frente e 140/60 R17 atrás
Dimensões: comprimento de 2 m, largura de 78 cm, altura de 1,08 m, entre-eixos de 1,33 m, banco a 79 cm do solo, vão livre de 17 cm, peso de 135 quilos
Tanque: 11,9 litros
Consumo: não aferido