Você vai fazer a revisão no carro ou apenas trocar o óleo, e o atendente da concessionária fala em acréscimos de serviços? Cuidado: esses extras aumentam consideravelmente o orçamento.
Só que você não pode apelar ao mecânico de confiança, pois precisa manter o atendimento na loja oficial para não perder a garantia. Afinal, o que fazer para fugir dos adicionais e não ser enrolado?
Conversamos com especialistas e conseguimos algumas dicas para evitar (ou até amenizar) os efeitos desse procedimento habitual, conhecido popularmente no mercado como "empurroterapia".
Antes de levar seu carro ou moto para a revisão, pesquise sobre as concessionárias nas quais você pretende solicitar o atendimento.
Na internet existem páginas de defesa do consumidor - como o Reclame Aqui e a Proteste - que mostram como é a reputação das lojas.
É mais fácil para quem mora em cidades grandes, que têm mais revendas de uma mesma fabricante.
Outra dica é se informar sobre o serviço de manutenção que seu carro ou moto irá fazer - mesmo que seja apenas uma troca de óleo.
Ler o Manual do Proprietário é essencial, já que ele costuma informar o que é feito em cada revisão (da primeira até a de 60 mil km), e pode incluir os custos fixos, os prazos de entrega e os esquemas de agendamento para esses serviços.
Você não precisa ser um especialista do assunto, mas não mostre ao atendente da loja que ele parece "falar grego".
Mais uma vez: pesquise sobre o que deve ser feito na revisão do carro, dê uma boa lida sobre o assunto e tente mostrar conhecimento a quem te atender.
Se for possível ficar na loja para acompanhar o serviço, fale sobre as peças e pergunte a respeito do novo óleo, por exemplo.
Acredite: o técnico da oficina vai perceber que você não é desinteressado e certamente pensará duas vezes antes de tentar te vender algo a mais.
Segundo especialistas, as pessoas que costumam ser mais lesadas na "empurroterapia" são as mais leigas sobre o assunto.
A tentativa de emplacar um trabalho adicional tem explicação: muitos atendentes recebem comissão por vários destes "extras" - afinal, a concessionária não é proibida de oferecer outros serviços além da revisão.
Também desconfie de orçamentos gigantes. Se você simplesmente não gostar da ordem de serviço apresentada, procure outra concessionária.
Este é um dos mais comuns de ser oferecido. Pois bem: em determinadas situações, esse serviço pode até ser necessário e surtir bons resultados - mas isso é bem raro.
O que não deve ser feito é a limpeza preventiva desses componentes. Portanto, se essa opção aparecer em sua "OS" sem que o carro tenha apresentado falhas ou passado por avaliação específica, peça para retirar.
O serviço de alinhamento é outro conhecido. Ele é recomendado a cada 10 mil km, mas você mesmo consegue verificar se é realmente necessário - pneus "comidos" na parte lateral da banda, direção que vibra demais ou que puxa para um dos lados e trepidação das rodas são alguns dos sinais.
Seu carro não tem nada disso? Descarte.
Este é orientado a ser feito a cada 20 mil ou 30 mil quilômetros, de acordo com cada montadora. Pode custar até R$ 200 em uma loja autorizada, mas dá para ser feito em casa.
Para isso, basta aplicar um spray bactericida nas saídas de ar com o modo recirculação ligado, os vidros fechados e a temperatura baixa.
Flushing
Já explicamos aqui no WM1 que o flushing é a limpeza química do sistema de lubrificação do motor para eliminar resquícios de óleo oxidado.
O serviço, que usa solventes para dissolver os resíduos impregnados nas peças, é discutível na maioria dos casos – principalmente em motores que foram bem cuidados e respeitam os prazos de manutenção e de trocas de fluidos.
Descarbonização
Outro procedimento de limpeza do motor, a descarbonização é feita com produtos químicos específicos para remover os depósitos de carbono nas peças que têm contato com a combustão interna.
Esse serviço geralmente é indicado após o especialista diagnosticar que o motor está apresentando algum defeito que resulta na queima incompleta da mistura de ar e combustível.
Ainda assim, o processo é discutível e complicado, uma vez que somente processos físicos abrasivos conseguem remover completamente os resíduos de carbono do motor.
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