Conhecemos e aceleramos as versões Lariat e Platinum da Ford F-150, picape rival de RAM 1500 e 2500 e da futura Chevrolet Silverado - que será o prêmio de Amanda Meirelles, vencedora do BBB.
A picape da marca da oval azul é o suprassumo do luxo que um carro da Ford pode oferecer, até mais do que um Mustang. Talvez a versão elétrica do muscle car, conhecida como Mach-E, chegue perto.
É algo nivelado ao que já vi em modelos da Lincoln, divisão de luxo da empresa. Com motor V8 Coyote emprestado do Mustang, ela surpreende e deve fazer sucesso entre compradores do agro brasileiro.
Luxo, tecnologia e robustez definem o que conhecemos no campo de provas da Ford em Tatuí (SP). A nova geração da F-150 é digna rival de RAM 1500 e 2500 e também da futura Chevrolet Silverado.
Grande, parruda e imponente, ela chama a atenção pelo design marcante e pelo ronco do motor V8 Coyote, 5.0, de 405 cv e 56,7 kgf.m - o mesmo utilizado pelo Mustang, embora adaptado para picapes.
Com câmbio automático de dez marchas e sistema de tração 4x4 sob demanda ultra eficiente, com oito modos de direção, a F-150 é aquele tipo de veículo com pegada excelente para o off-road.
Aliás, o propósito da picape no Brasil é justamente esse: atrair endinheirados do agro, que veem RAM 1500 e 2500, até hoje, como únicas alternativas do segmento.
Que vende muito bem, por sinal.
A Ford sabe disso e por conta dessa razão trouxe para cá as duas versões mais luxuosas da F-150, que custarão algo muito próximo do que a Stellantis pede pela RAM mais moderna. Na pré-venda do 1º lote, em fevereiro, foram 500 unidades vendidas em menos de 1h30.
O interior da F-150 encanta pela quantidade de equipamentos de conforto e segurança. A Platinum é um pouco mais completa que a Lariat e tem visual mais cheio de cromados, enquanto a Lariat tem a pegada mais esportiva e escurecida.
São R$ 30 mil de diferença entre as duas.
Não vou aqui citar tudo que a picape tem de item de série pois isso me exigiria todo o resto do dia - e são 14h50 nesse momento. Mas imagine tudo que já escrevemos sobre novos automóveis recheados... A picape da Ford tem tudo isso.
Além de soluções bacanas, como a mesa que pode ser criada sobre o console - com o rebatimento da manopla de câmbio -, as diversas tomadas de 120V espalhadas pela cabine (incluindo uma na caçamba) e a tela multimídia de 12 polegadas com o sistema SYNC 4 que parece um computador, de tão grande e atualizada.
Segundo a Ford, o SYNC 4 tem processador duas vezes mais potente; melhorias na interface, gráficos e fluidez; CarPlay e Android Auto sem fio, reconhecimento de voz e assistentes de trailer e segurança.
Em termos de segurança, aliás, a picape vem completa, com oito airbags; ACC com função Stop&Go; sistemas semiautônomos de condução (centralizador e corretor de faixa, frenagem autônoma com detector de pedestres e até um assistente de manobras evasivas); controle de descida; assistente para cruzamentos; sensor de ponto cego e câmera traseira com detecção de objetos.
Conexão com o app Fordpass Connect também está disponível para a F-150, que consegue oferecer todas as informações sobre a picape necessárias para o motorista pelo celular.
O sistema de som, aliás, é da grife B&O - são 8 alto-falantes na Lariat e 18 na Platinum.
Como boa picape grande, ela usa um V8 aspirado de 405 cv e 56,7 kgf.m de torque. E o bicho ronca alto, de forma progressiva e intensa. Segundo a marca, são 7,1 s para sair do 0 e chegar a 100 km/h.
Isso também se reflete no consumo, claro. A F-150 pesa 2.470 quilos e usa motor V8 naturalmente aspirado. Com isso, a Ford garante que ela consegue fazer 6,3 km/l na cidade e 8,6 km/l na estrada.
Com esses números, graças ao gigantesco tanque de 136 l, poderia ultrapassar os 1.000 quilômetros de autonomia.
Em nossas mãos, não passou de 4 km/l. Mas ok, estávamos com o ar-condicionado ligado no talo, em duas pessoas no carro e exagerando no peso do pé nas pistas onroad e offroad.
As trocas de marcha, por incrível que pareça, são progressivas e suave. Em modos de condução mais esportivos (são oito no total, incluindo um para transporte de rebocáveis), o câmbio segura a rotação lá no alto para aproveitar mais a faixa de potência e torque máximos. Uma delícia para os ouvidos.
Suspensões independente na dianteira, com braços sobrepostos (o famoso "double wishbone") e por feixe de molas e eixo rígido na traseira também demonstraram estar de acordo com o que o cliente brasileiro procura.
Na cabine, espaço para cinco adultos com folga e muito luxo para todos eles, incluindo para os três que vão atrás e têm o conforto do teto solar panorâmico, de porta-copos e porta-celulares no final do console, duas entradas USB, uma tomada de 120V e até refrigeração e aquecimento dos bancos.
Quem vai na frente tem tudo o que se pode imaginar, como dissemos. Só não curti muito o tamanho do volante, que me pareceu exagerado mesmo para uma picape desse tamanho - são 5,88 metros de comprimento, 3,69 de entre-eixos (tamanho de um Kwid!), 2,09 m de largura e 1,96 m de altura.
De resto, em termos de acabamento e luxo a bordo, tudo de primeira linha, como não deveria deixar de ser em um carro que custa praticamente R$ 500 mil.
O carro também pode rebocar até 3.515 quilos por meio do assistente de reboque, que já vem como item de série - e que incorpora um receptor de engate com preparação elétrica e controles de freio e de oscilação para o peso extra. Tudo ajustado por um botão, no painel.
A caçamba, por fim, mantém o nível de exigência de luxo e de capacidades que o comprador desse tipo de picape procura. São 1.370 litros de volume e 728 kg de capacidade de carga (são 681 kg na Platinum devido ao peso extra de alguns equipamentos).