A Toyota busca, aos poucos, mudar a sua fama de carros monótonos no Brasil. Isso começou em 2018, quando a marca japonesa revelou a Hilux GR-S com motor a diesel. Para 2020, a versão GR-S continuará, mas desta vez com um V6 aspirado a gasolina de 234 cv.
O WM1 foi até a Argentina para andar no modelo. A nova versão da picape média foi completamente desenvolvida no país vzinho: motor V6, suspensão e até mesmo o visual. E também será produzida por lá, em Zárate, de onde será exportada para o Brasil.
Logo de cara, pode parecer que a principal mudança é o motor V6. Em termos de marketing isso é verdade, mas na dinâmica, outro fator se destaca: a suspensão. É justamente essa parte que faz com que a Hilux GR-S V6 seja tão superior ao modelo a diesel.
Visualmente, a GR-S V6 é mais discreta que a variante atual. A sigla se refere à Gazoo Racing Sport, a divisão esportiva da marca. Há adesivos na carroceria, mas eles são menores. As rodas têm desenho inédito e a grade dianteira segue a mesma já utilizada no modelo a diesel.
Nosso contato com a nova versão aconteceu em dois momentos. Na parte da manhã, andamos de carona com um piloto profissional da Toyota. A trilha, feita nos arredores da fábrica de Zárate, era bastante acidentada.
Andando de modo esportivo, o piloto usou e abusou da picape. O desempenho foi impressionante. Mesmo no banco traseiro, a percepção era de que o carro estava na mão do piloto e de como a suspensão filtrava bem as irregularidades do solo.
Na parte da tarde, já no Autódromo Juan y Oscar Gálvez, em Buenos Aires, tivemos a oportunidade de comparar as duas GR-S em outro percurso off-road. Desta vez, com pequenas áreas de asfalto para testar aceleração e frenagem.
Na GR-S a gasolina, as acelerações são mais empolgantes. São 61 cv mais que a versão diesel. Além de ganhar velocidade com mais facilidade, a Hilux GR-S V6 também se destaca pelo belo ronco do motor, fato raro em picapes.
O câmbio trabalha bem e ajuda a picape a aproveitar bem os 38,2 kgf.m de torque. O número, apesar de ser 7,7 kgf.m inferior ao da versão diesel, dá conta do recado, mesmo nos terrenos arenosos.
A cereja do bolo, sem dúvidas, é a suspensão. Afirmo aqui neste texto que nenhuma das picapes médias vendidas no Brasil têm um conjunto tão impressionante. A Hilux GR-S V6 encara com tranquilidade e segurança terrenos off-road.
A picape está sempre na mão do motorista e parece andar sobre trilhos. As irregularidades são absorvidas quase que 100%.
O conforto dentro da cabine é consideravelmente maior que na versão a diesel. Motorista e passageiros só sentem solavancos em casos extremos.
O conjunto promete ser melhor até em perímetro urbano. Descobriremos isso a partir de fevereiro de 2020, quando a Hilux GR-S V6 começará a ser vendida no Brasil.
Serão apenas 100 unidades, ainda sem preço definido - a GR-S a diesel custa quase R$ 215 mil. Será que a Volkswagen Amarok V6 ganhará uma concorrente a altura? Descobriremos quando a Toyota divulgar as cifras.