Honda lança Civic Type R no Brasil por R$ 429.900

Parece até fantasia, mas é realidade: o Honda Civic Type R está oficialmente entre nós. A versão mais insana da história do modelo - cuja pronúncia exata é "Taipe Âr" -  chega em versão única a partir desta semana com carroceria hatchback, motor turbo e, vejam só, câmbio manual.

Sim, câmbio manual de seis marchas, para delírio dos mais puristas. Por ser um carro extremamente de nicho, sua meta de emplacamentos é tímida (mas deverá até ter fila de espera): cerca de 100 carros até o final desse ano, algo entre 15 e 20 unidades/mês.

Vai vender fácil, mesmo com o preço nas alturas, de R$ 429.900 - valor da versão única, que pode ter acréscimo de R$ 5 mil se receber um pacote opcional chamado "Traffic Alert", que, claro, acrescenta à lista de equipamentos alguns itens de auxílio à condução.

R$ 430 mil é realmente muita grana para se gastar em um Civic, mas "pera lá"! Não estamos falando de qualquer Civic, e sim de um legítimo Type R.

Lá fora, essa versão disputa mercado com modelos da AMG, da Mercedes-Benz; da Série S, da Audi; e da Série M, da BMW. Loucura considerar o preço não tão assustador assim quando dizemos isso?

Tecnicamente, ele nasceu para enfrentar hot hatches do segmento premium, como Mercedes-AMG A35, BMW M2, Volkswagen Golf R, Hyundai i30 N e... Toyota Corolla GR, outro que já está confirmado para o Brasil.

É muito louco perceber que marcas tão tradicionais como Honda e Toyota - que, para muitos, são até conservadoras demais - invistam em segmentos tão esportivos e nichados, não é verdade?

Como é o Civic Type R 2023

Motor turbo com 297 cv, injeção direta, duplo comando de válvulas variável e câmbio manual. Tração dianteira. Esta é a receita do Civic Type R 2023, que manteve a base do motor da geração passada e recebeu aprimoramentos para ficar ainda mais rápido.

Deu certo: com os ajustes, o novo modelo se tornou simplesmente o carro de tração dianteira mais rápido do mundo. Nenhum outro conseguiu tempo de volta mais curto do que ele no circuito de Nürburgring Nordschleife e também no desafiante traçado de Suzuka, no Japão.

O carro que chega ao Brasil, no entanto, é ligeiramente mais fraco (em potência) que o detentor dos recordes - por aqui, serão 297 cv, enquanto lá fora o carro oferece 329 cv.

A diferença está na qualidade da gasolina que é usada lá fora quando comparada à nossa, que tem muito mais etanol em sua composição.

Embreagem na veia

Câmbio manual de seis marchas, suspensão independente nos dois eixos com acerto esportivo e um perfil que une a essência de um hot hatch à sensualidade da atual geração do Civic.

Agora o carro também oferece quatro modos de condução - comfort, sport,  individual e o "+R" (leia "Plus - Âr", em inglês, como dito pelos engenheiros da Honda). Vai do mais calmo ao mais nervoso em só um toque feito em um botão do painel.

E nesse mais "nervoso", diga-se, vem aquele ronco fascinante e visceral, que se espera de um esportivo criado para engolir curvas - ainda que virtual e mais alto só para quem está lá dentro.

Tem como dar errado?

É um daqueles casos em que dá para comprar o carro sem precisar andar nele, antes.

Cadê o zero a 100 km/h?

Curiosamente, a Honda preferiu não revelar dados de desempenho do Type R 2023. Com motor mais potente, lá fora, ele acelera de zero a 100 km/h em 5,7 segundos e chega a 272 km/h de velocidade máxima.

Por aqui, deve precisar de 0,2 ou 0,3 segundo a mais. Portanto, algo perto de 6 segundos. Falamos de um carro de 1.451 quilos.

Mas os números de consumo foram divulgados: 8,8 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada, sempre com gasolina. Classificação "C" na categoria e no geral. Mas nota "A" em nível de emissões.

Mas nem tudo é perfeito - e não estou falando somente do preço. Não curti a cor vermelha da cabine, que a Honda diz enaltecer justamente o lance da sensualidade.

O formato do painel é ótimo, a posição de dirigir idem e a quantidade de equipamentos oferecida é digna de um automóvel de mais de R$ 400 mil. Mas eu realmente não gostei da cor dos bancos, dos carpetes e até da forração da cabine que você, amigo leitor, vê nas fotos e em nosso vídeo.

Talvez em um Type R com carroceria vermelha a combinação ficasse melhor, mas no azul chamado Racing Blue Pearl, ao meu ver, não caiu bem.

Há outras três cores, somente: a vermelho Rallye Red; a branco chamada Championship White e uma preta, batizada Crystal Black Pearl.

Completo e semi-autônomo

Maior que seu antecessor - o Type R tem 4,60 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,41 m de altura e 2,74 m de entre-eixos (o antigo tinha 4,56 m, 1,88 m, 1,44 m e 2,70 m, respectivamente) -, o carro também passa a ser mais um modelo da marca com o pacote de condução semi-autônoma Honda Sensing.

Traz, portanto, sistema de frenagem de emergência, alerta e corretor automático para escapadas da faixa e piloto automático adaptativo (ACC), e uma série de outros equipamentos.

Mas não é só isso. O Type R não tem só o "lado esportivo" do Civic atual, mas também é um carro de luxo e que tem que mostrar que vale o investimento.

Por isso, vem com ar-condicionado digital de duas zonas, o citado pacote Honda Sensing, 10 airbags, sensor de pressão dos pneus, assistente de partida em rampa, câmera de ré, bancos esportivos com encosto de cabeça integrado, quadro de instrumentos digital em TFT, tripla saída de escapamento, belíssimas rodas aro 19" pintadas de preto e um app exclusivo para medições chamado Honda LogR.

Também tem carregador de celular sem fio, freio de estacionamento eletrônico por botão, uma plaqueta com numeração no painel, pedaleiras esportivas, central multimídia com Android Auto e CarPlay e, por fim, sistema de som da Bose com 12 alto-falantes.

O porta-malas tem 337 litros de capacidade.

Completo, esportivo, dinâmico e divertido, o Type R 2023 traz de volta o Civic hatch ao Brasil - a última vez que a marca venceu uma unidade hatchback por aqui foi em 1997, como modelo 1998.

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