Pegue as virtudes de tecnologia e segurança derivadas do Novo Polo e junte com um bom espaço para a família e as bagagens. O resultado atende pelo nome de Volkswagen Virtus, lançado oficialmente nesta segunda-feira (22) em três versões com preços entre R$ 59.990 e R$ 79.990.
O sedã fabricado em São Bernardo do Campo (SP) chega às concessionárias no mês que vem nas configurações MSI, equipada com motor 1.6 de 117 cv, além das opções Comfortline e Highline, ambas impulsionadas pelo propulsor 1.0 TSI (turbo) de 128 cv. Portanto, não existe oferta de motor 1.0.
Em relação ao câmbio, existe uma opção automática de seis velocidades e manual de cinco marchas. Este, está disponível somente para a versão 1.6.
Testamos a versão topo de linha na pista e não tivemos surpresa. O comportamento do sedã é bem semelhante ao do Polo. Isso quer dizer que o modelo é bem equilibrado e a suspensão do tipo McPherson, no eixo frontal, e Multilink, na parte traseira, transmite bastante segurança em trechos de alta velocidade. A carroceria não dá indícios de que vai escapar das rédeas do motorista e, mesmo que o fizesse, a estrutura do carro é bastante segura e conta com controles de tração e estabilidade.
O propulsor 1.0 TSI, por sua vez, continua competente. Embora a presença do turbo possa sugerir esportividade, na verdade, ela garante um desempenho linear, com bom nível de consumo de combustível e faz você esquecer que está a bordo de um carro com motor de litragem pequena.
O responsável por isso é o pico de torque de 20,4 kgf.m disponível a partir dos 2.000 giros e constante até 3.500 rpm. Isso faz com que o motorista tenha o carro sempre alerta para realizar ultrapassagens, retomadas e subir ladeiras com rodagem econômica. Na cidade, o sedã garante desempenho de 11,2 km/l e 7,8 km/l, enquanto, na estrada, os números saltam para 14,6 km/l e 10,2 km/l, sempre na ordem gasolina e etanol.
O propulsor tem ainda uma potência elástica. São 128 cv disponíveis aos 5.500 rpm, fazendo com que o sedã não perca o fôlego em alta, também por conta da atuação discreta do câmbio de seis marchas. Ele entende o comportamento do motorista e realiza com maestria escalonagens rápidas quando a intenção é esportividade, além de privilegiar marchas mais altas quando a busca é por uma direção amena.
Portanto, como você pôde perceber, a dinâmica de dirigir é um dos pontos fortes do Virtus. Mas, quem está interessado em um sedã, certamente está preocupado com o tamanho do carro. Se é o seu caso, pode abrir um sorriso. A Volkswagen encontrou uma solução satisfatória para comportar a criançada e as bagagens.
A moderna plataforma MQB permitiu com que o carro chegasse a um porta-malas de 521 litros, que, para você ter uma noção, é 51 litros maior do que o do Toyota Corolla. Nem por isso o espaço para as pernas dos passageiros de trás foi prejudicado. O comprimento de 4,48 metros reserva 2,65 m para a distância entre-eixos, valor rigorosamente igual ao do Jetta.
O problema ficou na altura de 1,46 m. Uma pessoa de 1,70 m de estatura fica bem no limite do espaço entre a cabeça e o teto do carro. Muito disso tem a ver com a caída do teto na parte traseira, feita para que o sedã tivesse um desenho semelhante ao de um cupê.
Aliás, a solução criada para a estética do ‘bumbum’ do Virtus conseguiu transmitir um ar de modernidade e robustez ao carro. Há linhas bem definidas e que envolvem quase toda a lateral da carroceria. Existe ainda um acabamento cromado no para-choque, que agrega elegância, sem exageros.
Já a parte frontal e o interior do carro são iguais ao do Polo, o que pode ser considerado um ponto negativo. Não pelo desenho externo, nem pela estética interna, mas pela qualidade dos materiais de acabamento. Os plásticos que servem de base para o console estão bem encaixados, mas não carregam qualidade ao toque.
O ponto alto, sem dúvidas é a dupla digital formada pelo painel de instrumentos e a central Discover Media. Opcional para a versão Highline, o conjunto proporciona uma experiência a bordo única no segmento. De fácil manipulação, o painel de instrumentos é personalizável e pode mostrar diversas informações sobre o carro, desde o nível de pressão dos pneus ao GPS. Já a central tem como destaque os sistemas Android Auto e Apple CarPlay.
Apesar de tecnologia, espaço e trem de força serem pontos elogiáveis, a maior virtude do sedã está em itens que a gente não pode ver. Estamos falando da carroceria segura do veículo que compartilha a estrutura do Polo, que foi digno de ganhar cinco estrelas na proteção de crianças e adultos, segundo o Latin Ncap.
Além de ter emprego bem distribuído de alumínio de alta resistência e materiais mais maleáveis, o Virtus dispõe de freios a disco nas quatro rodas, assistente de partida em rampa, controle de estabilidade, bloqueio eletrônico do diferencial, limpeza dos discos de freio em dias chuvosos, frenagem automática pós-colisão e detector de fadiga. Também há os equipamentos de série para todas as versões, como quatro airbags, sistema para cadeirinhas infantis Isofix, controle de tração e alerta de frenagem de emergência.
Agora que você já conhece melhor o Virtus é hora de saber como estão distribuídos os itens de série. A versão de entrada MSI sai por R$ 59.990 e vem com direção e vidros elétricos, ar-condicionado, banco do motorista com ajustes, sistema de som com bluetooth, suporte de celular com tomada USB, alarme e rodas de 15 polegadas.
Já a configuração intermediária Comfortline 200 TSI (R$ 73.490) agrega ainda volante multifuncional, sensor de estacionamento traseiro, direção com ajuste de altura e profundidade, saída de ar traseira, 3 entradas USB, central multimídia Composition Touch, lanternas escurecidas, rodas de liga leve aro 15”, bloqueio do diferencial, freio a disco nas quatro rodas, controle de estabilidade e assistente de partida em rampa.
Por fim, a opção topo de linha Highline (R$ 79.990) vem ainda com aletas atrás do volante, controle de velocidade, ar-condicionado digital, rodas de liga leve de 16 polegadas, luzes diurnas em LED, porta-luvas refrigerado e partida por botão.
Já é possível também destacar os valores dos planos de manutenção do Virtus. Os seis primeiros serviços da versão MSI saem por R$ 2.852, enquanto o valor referente às versões TSI é de R$ 2.875.
É preciso ressaltar ainda que o sedã empatou com Polo e up! como veículo com o menor custo de reparação do País, de acordo com o Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária). Isso significa que as peças de reposição são fáceis para achar e possuem preço em conta.
O resumo da ópera é que o Virtus tem diversos atributos para ser considerado uma das melhores opções do segmento de sedãs médios. Ele até pode competir com as versões mais caras de Chevrolet Prisma e Hyundai HB20S, mas é ainda mais negócio na briga contra Honda City e Chevrolet Cobalt.
Ele cumpre com os requisitos básicos para ser um sedã razoável porque é espaçoso e confortável. Mas destaca-se pela tecnologia e segurança sem iguais na categoria.
É possível dizer ainda que o Virtus está em uma situação mais confortável em relação ao Polo. Não só porque enfrenta menos concorrentes, mas também porque tem virtudes para tomar o trono do Cobalt como novo queridinho dos taxistas, e também tende a ser um veículo confiável na briga contra o tradicional City, dono de uma clientela fiel.