A maioria dos motoristas que gostam de interagir com o carro prefere o câmbio manual pelo fato de ter o controle pleno do veículo em suas mãos (e pés). Movimentos hábeis e sincronizados da alavanca da transmissão e do pedal da embreagem são os principais requisitos para garantir uma condução segura, eficiente e prazerosa.
Porém, muita gente já abre mão do prazer ao volante para se render ao conforto do câmbio automático de conversor de torque, presente na maioria dos carros novos vendidos atualmente. Afinal, é muito mais cômodo deixar o veículo fazer todo o trabalho das trocas de marchas durante os entediantes congestionamentos das grandes cidades.
Mas até o final de 2002 praticamente não havia um meio termo para quem procurava um carro que fosse “comunicativo” e ao mesmo tempo confortável durante a sua condução. Os compradores tinham que decidir se queriam a interação do câmbio manual ou a conveniência do automático. Foi então que a Volkswagen divulgou um novo tipo de transmissão, que estaria disponível primeiro no Golf R32 de quarta geração no primeiro semestre 2003. Revolucionou o que era conhecido em termos de transmissão automática.
Desenvolvido pela Borg Warner, o câmbio automatizado DSG (sigla para Direct-Shift Gearbox) de seis marchas utilizava dois conjuntos de embreagem separados para engatar as relações ímpares e pares, o que permitia mudanças rápidas sem interrupção perceptível de energia.
De acordo com os próprios números da Volkswagen, um Golf R32 equipado com o motor 3.2 VR6 de 250 cv de potência e 32,6 kgf.m de torque e transmissão DSG poderia atingir 100 km/h em 6,4 segundos, em comparação com os 6,6 segundos da versão com caixa manual de seis marchas, e consumia menos combustível. Mas foi a promessa dessas mudanças suaves e contínuas que deixaram todos intrigados na época.
O câmbio automatizado de dupla embreagem passou por uma série de aperfeiçoamentos e é utilizado até hoje pelo Grupo Volkswagen, com diferentes ajustes e nomenclaturas, de acordo com a proposta de cada marca - DSG nos modelos Volkswagen, DPK nos da Porsche e S-Tronic nos Audi.
Além dos modelos do Grupo Volkswagen, a CAOA Chery é outra marca que também utiliza esse tipo de transmissão em alguns de seus modelos no Brasil, como o SUV Tiggo 8, por exemplo.