Para atender os anseios dos seus clientes, a Fiat lançou na última sexta-feira (10) a Strada Ranch com câmbio automático CVT. A marca italiana fez questão de lembrar o histórico de pioneirismo do modelo em seu segmento, ao destacar que a picapinha é a primeira a oferecer transmissão automática no país... Mas não é bem assim.
A própria Strada chegou a ter uma configuração com câmbio automatizado na geração anterior. Em meados de 2011, a versão Adventure passou a oferecer a caixa Dualogic de cinco marchas como opcional.
No entanto, se voltarmos ainda mais no passado, veremos que a primazia do câmbio automático entre as picapes compactas no Brasil foi da Chevrolet Chevy 500. Em 1986, a GM introduziu esse tipo de transmissão para todos os modelos da família Chevette.
A caixa automática com conversor de torque de apenas três marchas era uma interessante novidade para a época. Esse câmbio era combinado ao motor 1.6 de 75 cv, que em 1988 sofreu melhorias para elevar a potência aos 82 cv e 13 kgf.m de torque.
Apesar do baixo peso (940 kg), a Chevy 500 automática tinha desempenho modesto (acelerava de 0 a 100 km/h na casa dos 17 segundos) e consumo nada moderado de etanol (6 km/l na cidade e 9 km/l na estrada).
Além do câmbio automático, a Chevy 500 foi a primeira, e até então a única picape compacta do país, a ter tração traseira, que proporcionava melhor desempenho em pisos lamacentos com o veículo carregado. Dos 500 kg de capacidade de carga declarada, era preciso descontar os pesos do motorista e do eventual passageiro.
Doze anos depois do seu lançamento, que aconteceu em 1983, a Chevy 500 saiu de linha em 1995 para dar lugar à picape Corsa. Mais moderna e com apelo mais jovial, a sucessora da picape derivada do Chevette tinha caçamba mais espaçosa (945 litros ante 765 litros) e capacidade de carga de 575 kg.