Além de introduzir no mercado brasileiro até o final do ano uma variante preparada de fábrica, o Fiat Pulse Abarth também será responsável pelo retorno da divisão esportiva da marca italiana ao país após alguns anos. Antes do SUV compacto, a Abarth foi representada por aqui pelas versões especiais do hatch médio Stilo, em 2002, e do subcompacto 500, em 2014.
Enquanto o Fiat Pulse Abarth não estreia oficialmente, o WM1 relembra como eram os dois primeiros modelos que ostentaram o emblema do escorpião no Brasil. Confira!
Já se passaram duas décadas desde que a Abarth deu, pela primeira vez, o seu toque de esportividade a um modelo da Fiat no Brasil. O escolhido para essa tarefa foi o hatch médio Stilo, que na época já se destacava por ter equipamentos então inexistentes no Volkswagen Golf GTI e no Audi A3 1.8T, os principais concorrentes naquela ocasião.
Mas o grande diferencial do Stilo Abarth estava sob o capô. A Fiat pegou em sua prateleira o famigerado motor Fivetech, que equipava o sedã Marea e a perua Marea SW, para dar mais desempenho ao hatch. Contudo, o propulsor de 2.4 litros aspirado movido apenas a gasolina sofreu algumas alterações para ganhar potência e uma pegada mais esportiva. Um novo sistema de admissão e escapamento redimensionado foram aplicados para melhorar o fluxo de ar e amplificar a sinfonia dos cinco cilindros.
Com isso, o motor teve a potência elevada de 160 cv para 167 cv, enquanto o torque era de 22,8 kgf.m. O câmbio manual de cinco velocidades teve a relação de marchas revista para aproveitar melhor a elasticidade do motor em altas rotações. O Stilo Abarth fazia de 0 a 100 km/h na casa dos 9 segundos e atingia velocidade máxima acima dos 200 km/h.
Além da mecânica apimentada, o Stilo Abarth trazia um ótimo pacote de equipamentos de série, com direção elétrica com função para deixá-la mais leve em manobras, computador de bordo com 18 funções, bancos de couro com regulagem elétrica e aquecimento, ar-condicionado digital de duas zonas, airbags frontais e controles de estabilidade e tração.
Entre os opcionais estavam o famoso teto solar panorâmico Sky Window com sete lâminas de vidro. Mas tudo isso tinha um preço. O Fiat Stilo Abarth custava o equivalente a R$ 230 mil, em valores corrigidos, lá em 2002.
O alto preço foi o principal motivo para o Stilo Abarth ser retirado de linha, no final de 2008, com menos de mil unidades produzidas durante os seus seis anos de vida.
Cinco anos depois de o Stilo Abarth sair de linha, a Fiat trouxe ao Brasil a versão esportiva do subcompacto 500 preparada de fábrica pela sua divisão de alto desempenho. No final de 2014 chegava ao país, importado do México, o Fiat 500 Abarth. O hot hatch tinha preço inicial de R$ 79.300.
Do pacato 500, o Abarth tinha apenas a “casca”, uma vez que o conjunto mecânico era totalmente exclusivo da versão mais invocada. As suspensões e os freios eram preparados para lidar com o maior desempenho do motor MultiAir 1.4 turbo de quatro cilindros a gasolina. Apesar de não ter injeção direta de combustível, o propulsor entregava 167 cv de potência e 23 kgf.m de torque, combinado ao câmbio manual de cinco marchas.
Os dados de fábrica divulgados na época informavam aceleração de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos e velocidade máxima de 214 km/h.
Além do visual externo mais agressivo por conta dos para-choques com entradas de ar maiores, das saias laterais, das rodas de 16 polegadas e do escape com duas ponteiras, o 500 Abarth era o mais equipado da gama 500: bancos esportivos, painel com tela TFT e ar digital faziam parte do pacote.
Entre os opcionais, o 500 Abarth podia receber teto solar elétrico e sistema de som Beats assinado pelo produtor musical Dr. Dre.
Assim como o Stilo, o 500 Abarth também teve vida curta no Brasil devido às baixas vendas, prejudicadas pelos altos preços. A versão esportiva deixou de ser oferecida em 2018 junto com as demais configurações.