Óbvio: a Nissan precisa de mais um SUV no Brasil. Atualmente, a marca de origem japonesa oferece, por aqui, apenas o Kicks no segmento que mais cresce em todo o mundo. Ou seja, se há um plano de crescimento local, é preciso ter mais um utilitário esportivo - e rápido!
A Nissan já identificou (e não é de hoje) que muitos proprietários de Kicks são obrigados a ir para a concorrência quando buscam um SUV maior. Estamos falando de Jeep Compass, Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos e Chevrolet Equinox, entre outros.
A solução para esse problema de "evasão de marca" existe, está na mira da Nissan e atende pelo nome de X-Trail. Segundo fontes ligadas à marca, o "namoro" entre Brasil e X-Trail é sério. Mas está na hora deste relacionamento dar um passo adiante. Sim, estamos falando de "casamento"!
O modelo, que já foi comercializado no Brasil nos anos 2000 e no começo dos anos 2010, é cotado para retornar, mas a Nissan não confirma oficialmente.
A nova geração do X-Trail já é vendida em mercado da América do Sul, como Argentina, Chile, Peru e Colômbia, mas sempre importado de fábricas localizadas em países asiáticos, como Japão e China, por exemplo. A estratégia funciona bem, pois os volumes de veículos são baixos.
Para o Brasil, a estratégia precisa ser outra. E aqui talvez esteja o principal entrave para a volta do X-Trail: nosso mercado precisa de grandes volume deste tipo de veículo.
Apenas como base de comparação, o Compass emplacou 40.369 unidades de janeiro a agosto de 2023, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Esse número faz do Jeep o 4º SUV mais vendido (atrás de Volkswagen T-Cross, Chevrolet Tracker e Hyundai Creta), e o 11º veículo mais comercializado no país, até o momento.
Para o X-Trail chegar forte no Brasil, o ideal seria que o modelo fosse produzido na planta da Nissan no México, de onde atualmente são importados o Versa e o Sentra - este último, aliás, é montado sobre a mesma plataforma da atual geração do X-Trail.
Porém, de acordo com fontes ligadas à marca, a produção do X-Trail em solo mexicano para abastecer o próprio México e a América do Sul não faria muito sentido, pois atualmente o carro é feito nos Estados Unidos - lá, é vendido com o nome de Rogue.
A realidade, entretanto, é que a Nissan precisa de mais um SUV no Brasil. O Kicks atualmente consegue competir com os SUVs de entrada, como Fiat Pulse e Volkswagen Nivus, e com os SUVs compactos. Mas não tem forças para encarar os médios. Por isso o X-Trail é a solução.
O Nissan X-Trail é oferecido com motor a combustão ou sistema híbrido de propulsão. No primeiro caso, o propulsor é um 2.5 de quatro cilindros a gasolina (aspirado), que entrega até 184 cv de potência 24,8 kgf.m de torque. A transmissão é automática do tipo CVT, e existem duas opções de tração - 4x2 ou 4x4.
Quando híbrido, o X-Trail usa um motor 1.5 turbo a gasolina de três cilindros que funciona apenas como um gerador para alimentar as baterias que fazem funcionar os dois motores elétricos, cada um posicionado em um eixo do carro. Juntos, eles entregam 213 cv de potência.
Em medidas, o Nissan X-Trail tem 4,68 m de comprimento, sendo 2,70 m de distância entre os eixos. Tem, ainda, 1,84 m de largura e 1,72 m de altura. O porta-malas tem capacidade para 485 litros. Importante destacar que o X-Trail tem opção de sete lugares, o que poderia ser um diferencial bem interessante no segmento.
E apenas como forma de comparação, o Equinox, que é a atual referência entre os SUVs médios quando o assunto é tamanho, tem os mesmos 4,68 m de comprimento e 1,84 m de largura do Nissan. Já a distância entre os eixos do Chevrolet é um pouco maior (2,72 m) e a altura, menor (1,68 m).