A Porsche tem deixado bem claro que tem muita consideração por seus clientes puristas. Depois de lançar o já mítico 911 R, decidiu atender à demanda gerada por essa edição limitada com algo menos exclusivo, mas não menos desejável, o GT3 Touring (ou para os não-íntimos, 911 GT3 com Touring Package). A nova versão traz à memória o pacote Touring que foi disponibilizado pela primeira vez em 1973 para o Carrera RS, mais voltado para uso de rua, e está exposta no estande da marca no Salão de Frankfurt, que abrirá os portões ao público nesta quinta-feira.
A receita é bem simples. Pegue um 991.2 GT3, que já é considerado uma obra prima de Stuttgart, graças a seu flat-six 4.0L que rende 500 cv girando a 9.000 rpm, e remova o enorme aerofólio traseiro. Sem esse “pequeno detalhe”, o carro que foi projetado para uso em pista se torna um sleeper, ou seja, um carro de alta performance, mas que não “anuncia” isso com visual agressivo. Apenas entendedores reconhecerão que não se trata de um mero Carrera S.
Para quem não faz questão de fazer curvas milésimos de segundo mais rápido do que na volta anterior, o Touring Package se torna bem atraente. Ele é oferecido apenas com transmissão manual de 6 velocidades (o GT3 tem a opção de PDK de sete velocidades), e seu interior é revestido em couro (Alcântara no GT3, para uma atmosfera mais racecar). Além disso, ele exclui a possibilidade de se instalar o pacote Clubsport, que é composto por santantônio e extintor de incêndio. Quanto menos “de corrida”, melhor.
Talvez a melhor notícia de todas é o fato de que não se paga nem um centavo a mais por esse pacote. Se você especificar o seu GT3 com o Touring Package, o preço será o mesmo de um GT3 normal. Só é má notícia para os clientes que pagaram muito a mais por uma das 991 unidades produzidas do 911 R, mas que podem vender seus “mitos” por 10 vezes o valor que pagaram, e usar essa grana para adquirir o GT3 Touring. Só sairão perdendo em exclusividade.