Volta e meia me pego conversando com alguém sobre vendas de automóveis no mercado brasileiro. E explico que há dois segmentos que não sentem crises econômicas nem políticas - ou sentem menos. São os dos carros de luxo, os muito caros, e os dos carros bem usados, aqueles velhos combatentes baratinhos.
Isso acontece porque quem compra os carros muito caros - e falamos aí de meio milhão para muito acima - raramente faz as contas: entra na loja, escolhe modelo e cor, assina o cheque e sai para desfilar (ok, faz o pix: "assina o cheque" entrega a idade).
Já na base dessa pirâmide, quem compra o velho combatente já juntou seus R$ 10 mil ou R$ 20 mil e também paga à vista. Para esse comprador, nem dá para entrar em financiamento. Muitas vezes sequer é possível fazer seguro.
E para dar um bom exemplo do que acontece "lá em cima", sempre uso a Porsche como exemplo. A marca bate recordes de vendas no país há vários anos. Vende cada vez mais e o modelo 911 é, disparado, o esportivo mais emplacado no país todo mês.
Mas o que explica esse fenômeno? Pois bem, uma pesquisa e reportagem do site investnewsbr.com.br ajuda a elucidar esse cenário.
Ocorre que, no Brasil, muitas vezes simplesmente vale mais a pena comprar um Porsche do que um modelo de outra marca "premium".
O esportivo de entrada 718 Cayman, por exemplo, custa R$ 535 mil. Já o concorrente direto BMW M2 Cupê parte de R$ 621 mil. Então, muito além de envolver o glamour da Porsche, a compra também passa a ser algo racional: paga-se R$ 86 mil a menos, mas leva-se para casa um carro sensacional.
Em um segmento bem mais alto, um Porsche 911 Carrera 4 GTS custa iniciais R$ 1,1 milhão. Pois é, mas o Mercedes AMG GT parte de R$ 1,6 milhão. São R$ 400 mil de diferença. Para os "super ricos" pode até não ser uma grande diferença, mas ninguém quer rasgar dinheiro, certo?
Curiosamente, quando comparamos os preços dos carros da Porsche com os de seus rivais em países europeus como Inglaterra ou na própria Alemanha, os concorrentes não são tão mais caros - e muitas vezes são até mais baratos. Ou seja, é um cenário quase que exclusivo do mercado brasileiro.
Resultado é que, em 2023, a Porsche vendeu 5.229 carros no mercado nacional, enquanto a Mercedes, por exemplo, entregou cerca de 4.041 unidades.
As vendas isoladas do 911, modelo mais vendido da marca por aqui e líder absoluto entre esportivos, cresceram 71% de 2022 para 2023. E como este ano devem somar cerca de 1.700 unidades, haverá novo crescimento - de quase 60% - em relação às pouco mais de mil unidades do ano passado.
Por fim, vale a pena mencionar a lista dos nove carros esportivos mais vendidos no mercado brasileiro este ano, de janeiro a setembro. Os dados abaixo são da Federação Brasileira da Distribuição de Veículos (Fenabrave). Note que o primeiro lugar vendeu o dobro do segundo.
1. Porsche 911 - 1.286 unidades
2. Porsche Boxster - 634 unidades
3. Ford Mustang - 549 unidades
4. Porsche Cayman - 272 unidades
5. BMW M2 - 187 unidades
6. BMW M3 - 167 unidades
7. Porsche Taycan - 152 unidades
8. Chevrolet Camaro - 105 unidades
9. Chervolet Corvette - 73 unidades
Carros glamourosos de uma marca mística por preços competitivos. Está explicado porque a Porsche tem se saído tão bem no mercado brasileiro.
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