Análise: Rampage não é uma Toro da Ram; é melhor

Versão topo de linha R/T é abusada na medida certa para encarar picapes maiores, algo que a picape da Fiat não é...

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Marcelo Monegato
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“Abusada”. Assim defini a Rampage R/T após alguns dias testando a “brutinha” com DNA Ram. Potente, tecnológica e cheia de personalidade, a picape tem qualidades que permitem brigar com versões de entrada de picapes médias, como você pode conferir recentemente no WM1 (com exclusividade) no comparativo com a nova Ford Ranger XLS 2.0.

E antes que me perguntem, já vale responder: a Rampage não é a Toro da Ram. É melhor! Na real, a Rampage é o que a Toro, talvez, quem sabe, "se pá", um dia sonhou ser – uma picape (muito)² divertida ao volante.

Sim, a plataforma é a mesma, mas quase tudo é diferente. O design é mais robusto – e me agrada mais, admito. Frente mais imponente. Traseira arrebitada. Os materiais usados em sua estrutura são mais “nobres” (vamos dizer assim), o conjunto mecânico tem performance exalando pelos cilindros, o interior remete aos dos SUVs da Jeep, mas com seu toque de exclusividade.

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"Nada da Toro encaixa na Rampage", disse uma pessoa ligada ao projeto da Ram desde o início. Dizer que a Rampage é irmã do Commander talvez seja "menos errado"...

Já nos primeiros metros, o que mais me chamou a atenção foi o motor Hurricane 4. Um coração de quatro cilindros, turbo, “viciado” apenas em gasolina, e que entrega 272 cv de potência a 5.200 rpm e 40,8 kgf.m de torque a 3.000 giros. Números orquestrados pela batuta de um câmbio automático de nove marchas. Destaque para a tração integral, que distribui o torque entre as rodas para melhor atender às necessidade do condutor.

E vale falar da função R/T, que é uma espécie de modo Sport: ao ser acionada, deixa todas as reações da caminhonete mais imediatas e intensas, trabalhando com rotações mais elevadas. Os números de desempenho não mudam. O que muda é a atitude. E isso já faz diferença.

A Ram Rampage R/T tem dimensões superiores às da Fiat Toro
Crédito: Ricardo Rollo/Webmotors
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A Ram Rapage R/T é 1 cm mais baixa do que as outras configurações da Rampage e ainda tem ajuste de suspensão mais firme, rodas de liga leve de 19 polegadas calçadas com pneus com perfil ligeiramente menor (235/55) e ronco na saída dos dois escapes que a tornam uma picape legal demais não apenas nos finais de semana, mas também de segunda a sexta, no horário comercial.

As acelerações são excelentes – faz de zero a 100 km/h em 6,9 segundos, de acordo com a Ram –, as retomadas são bem vigorosas, a direção elétrica é direta na medida certa. Todo o trabalho dos engenheiros parece ter sido focado no prazer. Tiro o chapéu!

A última picape que me impressionou como a Rampage em performance havia sido a Volkswagen Amarok V6, e isso já faz alguns anos...

O motor Hurricane 4 bebe apenas gasolina e desenvolve 272 cv de potência máxima
Crédito: Ricardo Rollo/Webmotors
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A posição ao volante da pequena Ram é excelente. A coluna de direção tem regulagens de altura e profundidade, e o banco do motorista tem ajuste elétricos. Sim, o volante multifuncional é de outros modelos da Jeep, mas e daí? Alguns botões também remetem aos carros da marca imortalizada pelos veículos 4x4, mas e daí? Ah, o painel de instrumentos 100% digital e customizável, também.

O console central elevado com espaço para recarregar o smartphone por indução (wireless charger), a tela da exclusiva central multimídia de 12,3 polegadas e os acabamentos que mesclam suede, couro sintético, plástico emborrachado e, claro, plástico duro, garantem personalidade à Rampage. Detalhes em vermelho agregam esportividade de uma maneira muito sutil.

Alguns elementos da Ram Rampage vêm de modelos da Jeep, especialmente do Commander
Crédito: Ricardo Rollo/Webmotors
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O espaço para quem está no banco traseiro não é ideal. Meus filhos pequenos, claro, não tiveram problemas. Mas os grandalhões podem sofrer com os joelhos raspando no encosto dos bancos da frente, e a inclinação do encosto, mais vertical, causa certo desconforto em longas distâncias.

Nesse momento que as picapes se apresentam como "novos SUVs" e ganham o gosto dos brasileiros, a Rampage é a que me chama mais a atenção atualmente. Tem um perfil voltado para a diversão, e não para o trabalho - apesar de pegar no batente, caso necessário. Segue uma linha mais de Ford Maverick do que de Fiat Toro, que sempre me passou a impressão de ser uma miniatura das caminhonetes médias – mais um motivo para não dizer que a Rampage é a "Toro da Ram".

Sei que foi um ano de lançamentos importantes no segmento das picapes. Nova Ford Ranger, F-150, Ram 1500 Limited, Chevrolet Silverado, Chevrolet Montana, Fiat Strada com motor turbo. Mas, na minha opinião, a Rampage é novidade mais importante - por elevar em vários degraus a categoria das picapes intermediárias.

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