Amante de carro ou não, todo mundo sabe reconhecer um Volkswagen Gol nas ruas. O hatch, que chegou por aqui há 42 anos, é um dos grandes ícones da indústria automotiva brasileira..
Com a missão de substituir outro modelo bem emblemático, o Volkswagen Fusca, o Gol foi apresentado ao consumidor brasileiro como um veículo mais robusto ao seu antecessor, que por sinal, emprestou o motor boxer refrigerado a ar, para a primeira geração do hatch.
O sucesso do modelo pode ser comprovado por diversos fatos, como o de ser o primeiro carro de produção nacional a ganhar exportação para outros mercados.
Além disso, o hatch da montadora alemã foi simplesmente o carro mais vendido do país por mais de duas décadas e meia, mais precisamente de 1987 a 2013, quando começou a perder espaço para outro veículo que caiu no gosto do brasileiro, o Chevrolet Onix.
Ou seja, após sete anos de seu lançamento e diversos aprimoramentos, como motor mais potente e estética atraente, o carro deixou a competição bem difícil. Ao todo foram 27 anos como o veículo mais emplacado do país.
Mas, nos últimos anos, o Volkswagen Gol perdeu espaço no mercado com o lançamento de novos compactos, como o já mencionado Onix, o Fiat Argo e Hyundai HB20, por exemplo.
Em 2021, o modelo finalizou o ano como o oitavo carro mais vendido se considerarmos os veículos de passeio e picapes, e o quarto entre os hatches após emplacar 66.228 unidades, de acordo com o levantamento da Fenabrave.
Dessa forma, muitos se perguntam qual será o futuro do modelo. Será o fim de uma era, como tem sido publicado pela imprensa automotiva?
Ainda em novembro de 2021, em uma coletiva de imprensa da Volkswagen, o então presidente da Volkswagen para a América do Sul, e atual Chairman Executivo da VW América Latina, Pablo Di Si, afirmou que “O Gol é um ícone como o Fusca ou a Kombi. Ele continuará a ser produzido em 2022, mas no futuro, esses veículos não vão atender a nova legislação, que mudou e vai afetar o Gol. Continuaremos produzindo, mas nossa estratégia no futuro será a plataforma MQB.”
Ou seja, o carro que conhecemos pode sim mudar, mas o seu legado deve continuar através de um novo modelo desenvolvido sobre a plataforma MQB, já que o atual veículo é feito sobre a PQ24, a mesma do Voyage, por exemplo.
Em março deste ano o WM1 publicou que o VW Gol ganhará edição especial de despedida, conforme apuração feita pelo portal Auto Segredos. De acordo com a informação a série de despedida do hatch da montadora alemã será produzida entre os meses de agosto e novembro, ou seja, já no segundo semestre deste ano.
De acordo com a apuração, a edição de despedida será comercializada com o motor 1.0 litros MPI de 75 cv de potência e torque de 9,7 kgf.m quando abastecido com gasolina e 84 cv de potência e 10,4 kgf.m de torque com etanol. O propulsor irá trabalhar em conjunto com a transmissão manual de cinco marchas. Haverá, ainda, adesivos alusivos à série e incrementos de equipamentos.
Procurados pela reportagem, para a confirmação do encerramento de linha do hatch, bem como o início de uma produção especial de despedida, a Volkswagen não retornou o contato até a publicação dessa reportagem.
Mesmo não confirmado de forma oficial pela montadora, o fim do Gol pode ser justificado através de alguns indícios, como a predileção do consumidor brasileiro por modelos mais bem equipados, bem como o aumento de vendas de SUVs.
A obrigatoriedade de novos equipamentos de segurança também pode justificar o fim de linha do compacto. A partir de 2023, os carros vendidos no país deverão contar com controle de estabilidade, algo que nem as versões mais completas do Gol possuem.
Por fim, assim como confirmado por Pablo Di Si, a Volkswagen irá focar no desenvolvimento de novos modelos feitos sobre a plataforma MQB, diferente do Gol, que usa a plataforma PQ24 e está na mesma geração desde 2008.